Capítulo 1

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Finalmente estaciono o meu carro em minha garagem, desligando-o logo seguida. Abro a porta do carro e Sam pula em meu colo sobre o banco.

- Eiii, meu garoto! Tudo bem, meninão? Sentiu saudades da mamãe? - pego-o no colo com certo esforço devido ao seu peso e fecho a porta do carro e aciono o alarme.

Sam é um vira-lata dos pelos pretos e das orelhas grandes que adotei há um ano atrás. Naquele dia estava voltando de uma operação especial após o DPF receber a denúncia de que estaria chegando um navio transportando um contêiner carregado de drogas vindo da Espanha. É óbvio que naquele dia interceptamos o navio e fizemos a apreensão da droga. Quando a viatura estacionou em frente ao prédio do Departamento da Polícia Federal, avistei Sam deitado do outro lado da rua encolhido e com frio, juro que naquele momento o meu coração derreteu ao vê-lo sozinho e indefeso. Então, liguei para que Jessica, que não estava de plantão naquela noite, busca-lo e leva-lo ao melhor médico veterinário da cidade e depois que o levasse para minha casa, já que naquele dia eu ainda tinha que fazer o registro da operação. Eu sou uma amante dos animais, todo mês faço doações para as ONGs de resgate animal de Curitiba.

Abro a porta da garagem e entro na cozinha e deixo Sam no chão.

- Você tá meio pesadão, cara. - faço um carinho na sua cabeça e ele abana o rabo e começa a me lamber. - Eu vou tomar banho e já volto.

Deixo a chave do carro sobre a ilha da cozinha e me dirijo para a sala, subo as escadas e me dirijo para o banheiro da minha suíte.

***

Após tomar um banho e tirar aquele cansaço do corpo em minha hidromassagem, desço para a sala e me jogo no sofá, e é claro que Sam vem e faz questão de se jogar em cima de mim.

- Nada folgado, né?! - rio.

Sobre a mesa de centro meu telefone toca. Pego o celular e na tela diz que é a Jess.

- Fala, guria. - respondo.

- Que tal a gente ir ao Vox? - ouço ela perguntar um pouco receosa. Ela sabe que hoje é o meu dia de descanso após ficar 5 dias no DPF.

- Que tal ficarmos em casa e dormir? Tu sabe que eu cheguei agora do DPF e tô morrendo de cansaço. - bocejo.

- Ahhhh, vamos!!! Faz dias que não saímos juntas... - tenho certeza que tem homem nessa história.

- Quem prometeu te pagar uma bebida desta vez? - arqueio a sobrancelha.

- Argh! Sua sabidona!!! Desta vez foi o investigador Bruno, ele disse que quer apresentar o bar para um amigo dele que veio dos Estados Unidos. - ela faz uma pausa e já sei que ela vai vir com o papo de eu arranjar um peguete. - Quem sabe você encontra alguém?

- Pode. Parar. - falo pausadamente. - Toda vez é esse assunto, te garanto que tô melhor sozinha do que mal acompanhada.

- Esquece, então. Vamos só para conversar e descontrair, juro que te deixo em paz. - ouço ela ficar murcha.

Argh! Reviro os olhos para o drama dela.

- Vamos, então. - bufo.

- Obaaaaa!!!! - ela dá um gritinho.

- Não sei como eu ainda te suporto.

- Eu sei, você me ama, e se não for por mim você não consegue as melhores informações do DPF. - convencida que só ela.

- Então, gata, não sei se tu sabe, mas esse é meio que o seu papel naquele departamento como investigadora.

- Aff, vai se foder, vai. - ela bufa full pistola.

Série Mulheres No Comando: A Federal [REVISANDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora