Capítulo 22

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Após as minhas duas crianças terem se alimentado, Henry e eu levamos os nossos filhos para os seus berços. Paro na porta e fico observando Henry sem camiseta tensionando alguns músculos definidos para se abaixar e dar um beijo na testa de João. Ele se levanta, olha para mim e então caminha a passos lentos em minha direção.

- Acho que temos que conversar. - ele diz ao enlaçar o braço em minha cintura.

- É sobre o que mamãe disse, né?

- Sim, eu quero que meus filhos tenham o meu sobrenome. - ele diz olhando fundo em meus olho. - Eu quero pegar os meus filhos e sentir que eles são meus, saber que o mesmo sangue corre em suas veias não basta para mim. Pois, no papel eles são apenas seus.

Vejo em seu olhar a sua sensação. Ele tem todo direito de ter os filhos com o seu sobrenome, esse é um direito que não pode ser negado a um pai. Ainda mais ele que ficou preso na Espanha por culpa do pai, que não pode ver os filhos crescerem e que principalmente não sabia de nada.

- Bem, vamos comer algo? - pergunto o puxando para fora do quarto comigo. - Você me deixou sem energia e os seus filhos sugaram o resto que sobrou.

Henry abre um sorriso malicioso e me ataca em um beijo profundo, cheio de paixão e sentimento, como se ele tentasse me passar toda a sua felicidade e amor por meio dos seus lábios delicados nos meus.

- Flávia, eu nunca irei me cansar de dizer o quanto eu te amo. - ele encosta a sua testa na minha e respira fundo. - Eu te amo, e prometo que nada irá acontecer de ruim com a nossa família.

O abraço e encosto o meu rosto em seu peito.

- Eu também te am...

Ouço o som de vidros se quebrando no quarto das crianças e logo abro a porta em desespero. Dois homens pulam a janela com meus filhos nos braços.

- NÃOOO!!! - grito e corro em direção a janela. Os homens sumiram rapidamente. Viro- me para Henry que está parado com as mãos nos cabelos em choque.

- Faça algo, ligue para a polícia, eu vou ver se os encontro. - grito para ele enquanto corro em direção a porta e em passos longos descendo as escadas.

Assim que chego a sala, pela janela do comodo eu vejo os dois homens correndo em direção ao portão, uma vã os aguarda. Abro a porta e corro o máximo possível para o portão, mas os homens apenas olham-me rapidamente e entram na van que dispara sentido a rua.

Meu coração se parte em mil pedaços ao perceber que perdi os meus filhos. Uma forte tontura me bate e então me ajoelho no cascalho cansada. As lágrimas escorrem fortes por meus olhos me impedindo de ver direito a viatura da policia que para frente ao portão. Braços fortes me abraçam e então me tiram do chão.

- Meus filhos, Henry. - o abraço forte, talvez tentando juntar os pedaços que foram separados de mim.

Ouço passos se aproximarem e então ergo o rosto para ver dois policiais se aproximarem.

- Bom dia, o que aconteceu por aqui? - um homem vestido com a farda da PM pergunta.

- Acabaram de sequestrar os nossos filhos. - Henry responde ainda me prendendo em seu abraço.

- O senhor tem certeza do que diz? - o outro homem pergunta.

- Eu vi dois homens mascarados pular uma janela com os meus filhos nos braços e depois entrarem em uma van e irem embora, senhor policial. - digo entre dentes segurando a raiva. - Eu tenho plena certeza do que vi. Então poderíamos, por favor, nos dirigir a delegacia para que vocês possam me ajudar?

- Quem a senhorita pensa que é para nos dizer o que devemos fazer? - o policial mais velho pegunta demonstrando certa arrogância.

Eu não acredito no que está acontecendo.

Série Mulheres No Comando: A Federal [REVISANDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora