Capítulo 13

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Não consigo engolir essa imagem, encontrar o homem na qual eu estou perdidamente apaixonada com minha irmã sentada em seu colo com apenas a merda de um vestido curto. Se eu não tivesse chegado na hora, o que será que teria acontecido?

É tipo aquela coisa que quando acontece umas desgraças na nossa vida, a gente faz questão de zoar, e nesse momento baixou a Nayara Azevedo no meu corpo.

- Que cena mais linda, será que eu estou atrapalhando o casalzinho aí? - digo entrando em passos lentos dentro do enorme escritório.

- Flávia, não é isso que você está pensando. - Henry se levanta da sua enorme poltrona de couro e corre até mim, mas antes eu estico a palma da mão pedindo para ele parar.

- Alto lá e nem um passo a mais. Eu quero que vocês dois sentem naquelas cadeiras ali, pois iremos ter uma conversa. - deixo meu instinto de delegada se sobrepor sobre mim e decido tirar essa história a limpo. Henry tenta dizer mais alguma coisa, mas dou apenas um olhar de advertência para ele. - Agora. Você também Juliana.

Os dois fazem o que eu peço ainda relutando, sentindo o coração vacilando em algumas frequências cardíacas, me sento na poltrona de couro frente aos dois. Vejo nos olhos de Juliana medo e um sentimento que nunca tinha visto antes.

- Agora, eu quero que você me explique, senhorita Carvalho, o que você estava fazendo sentada no colo do meu namorado, ou devido minha paciência, meu possível ex-namorado. - interrogo ela como se eu estivesse interrogando o maior traficante do mundo.

- Bem, eu não sabia que você estava namorando ele, e aí fiquei sabendo que ele tinha voltado e decidi fazer uma visitinha. - ela responde na maior cara de pau.

- E você, sr. Carignani, qual é a sua versão da história? - deposito minha atenção em Henry que me observa cauteloso.

- Eu... Eu estava trabalhando, quando Diana disse que iria sair para almoçar, então essa louca entrou no meu escritório e já veio se jogando em cima de mim, e aí no mesmo momento você chegou. - ele responde nervoso. - Dá última vez eu disse para ela nunca mais voltar aqui.

- Você confirma isso, senhorita Carvalho? - pergunto me corroendo por dentro com essa brincadeira. - E ah, mas antes, o senhor disse última vez, quando teria sido essa última vez?

- Hmmm, teria sido quando... - ele abaixa os olhos para não me encarar.

- Ande logo, eu não tenho o tempo todo para a merda desse teatro. - dou um tapa na mesa de vidro fazendo com que ela de um leve estalo.

- Após você ter levado um tiro, eu voltei para Espanha, mas naquele dia eu deixei bem claro que eu não queria mais nada com Juliana. - ele trata de se explicar novamente, e então eu vejo a verdade em seus olhos.

Mas é um panaca mesmo.

- E agora, me explique, por favor, sobre quem era a mulher que tinha dito que esperava um filho seu. - digo me girando na sua poltrona.

- Ela. - Henry aponta para Juliana, e então eu vejo o medo em seus olhos.

- Ahh, Juliana. - digo com um tom fingido de decepção. - Papai e mamãe ficarão tão felizes de saber que terão um neto a caminho.

- Não, por favor, você não seria capaz de falar para eles, né, Flávia. - minha irmã começa a derramar lágrimas em seus olhos. - Você sabe que eles irão me levar de volta para o Brasil e sabe que eu não gosto daquele país.

- Ah, minha cara irmã, antes não tivesse abrido as pernas por aí sem se previnir. - eu respondo segurando meu veneno. - Você já pensou se ao invés de um filho, você tivesse contraído uma DST?

Série Mulheres No Comando: A Federal [REVISANDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora