Capítulo 10

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Henry e eu passamos a semana muito bem, ele me levou à diversos restaurantes da cidade, fomos ao teatro, ao cinema quando eu estava livre do DPF. E hoje eu decidi levar Henry comigo para casa, mas isso depois de tanta insistência dele. Como iremos almoçar na casa de meus pais depois de amanhã e no mesmo dia viajar para a Espanha, ajudei Henry a fazer a sua bolsa de mão com seus pertences pessoais e algumas peças de roupa para ele ficar lá em casa, o lembrando de não esquecer de nada.

Ele coloca sua bolsa de mão no banco traseiro do meu carro, e então o deixo dirigir e me sento no banco do passageiro. Ligo o rádio do meu carro e sintonizo em uma rádio local que toca João Bosco e Vinícius - Não era você, solto a voz e começo a cantar olhando para Henry.

- Quantidades e momentos, não queria enxergar ninguém por dentro. Por trás de todo sorriso, só conseguia ver, alguém que ia me fazer sofrer. - olho para ele sorrindo e vejo-o abrir um enorme sorriso também. - É porque não era você.

- É porque não era você. Eu troco 4 vidas de solteiro fácil pra viver o resto dessa do seu lado. - Henry completa com sua voz harmoniosa, me olhando rapidamente com carinho e admiração.

- Derererererererê, derererererererê. - fecho os olhos e começo a balançar o corpo no ritmo. - Eu troco 4 vidas de solteiro fácil pra viver o resto dessa do seu lado. - Olho para Henry e mando-lhe um beijo.

- Que isso, essa mulher além de ser uma boa delegada, ainda canta muito bem. - Henry diz abaixando a mão para trocar a marcha do veículo e depois pousando a mão sobre minha perna.

- Eu canto muito bem mesmo, meu bem. Sorte minha que não precisei cantar você. - pisco e começo a rir.

- Azar meu, isso sim. Eu queria ver você me cantar. - ele sorri malicioso. - Mas como você já me conquistou faz tempo, não foi preciso.

- Trágico, não? - caio na gargalhada vendo ele fingir tristeza.

- Muito trágico. - ele balança a cabeça. - Mas falando sério, o que acha de amanhã irmos ao Jardim Botânico, poderíamos fazer um piquenique.

- Justo, eu super apoio a ideia. - aprecio o gesto de Henry. É difícil achar um homem que te chame para um piquenique hoje em dia, eles preferem mais uma balada do que un programa a dois ao ar livre.

Apoio minha mão no encosto do banco do motorista, ao lado do encosto de cabeça, e começo a acariciar os cabelos de Henry. Eu sou esse tipo de pessoa, que não é carinhosa em todos os momentos, mas que gosta de fazer um pouco de carinho em certos momentos.

- Você vai me desconcentrar, Flávia. - ele sussurra baixo com calma. Retiro lentamente a mão, mas ele segura minha mão no lugar novamente, me deixando surpresa. - Mas continue, eu gosto do seu carinho.

Aownnt! Gente, como ficar quando um homem diz umas coisas dessas, desse jeito? Eu fiquei sem palavras, mas continuei a fazer carinho em seus cabelos macios. Fazemos o resto do percurso em silêncio, ao chegar em frente ao portão, Henry abre o portão eletrônico com o controle que está no chaveiro do carro e logo em seguida abre o portão da garagem também. Ele estaciona, fecha o portão da garagem, pega sua bolsa de mão e suas roupas e sai do carro, eu faço o mesmo e o sigo. Ele me entrega o chaveiro e eu pego e abro a porta da casa. Entramos na sala, eu já deixo minha bolsa sobre o sofá e retiro a blusa, Henry para em frente ao sofá e fica me observando.

- O quê? - olho-o confusa. - Fique a vontade e sinta-se em casa. - digo indo em direção a cozinha.

Ando até a geladeira e sirvo um copo com água e retorno para a sala. Henry está observando os meus quadros na parede, um deles é a minha foto no término do curso da academia de polícia, estão todos da minha família e eu ostentando o meu distintivo escrito delegada. Aquele foi o melhor dia da minha vida, o dia em que realizei o meu grande sonho, depois dele foi só vitórias. Meu pai me deu esta casa, já com todo sistema de segurança instalado, mas tudo o que tem aqui dentro fui eu que comprei com o meu salário, depois comprei o meu carro, um Audi A7 azul 2014/2015, e quando encontrei Sam, eu fiz o seu canil no fundo do enorme quintal. Resumindo, eu me orgulho muito de ter construído o meu pequeno império com um salário digno e limpo, somente fazendo a justiça.

Série Mulheres No Comando: A Federal [REVISANDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora