Capítulo 25 parte I

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- Quer casar comigo? - as palavras de Henry me pegam de surpresa, e os músculos de minha face congelam, me impedindo de responder.

Casar?

Meus batimentos cardíacos aceleram e eu começo a ofegar.

- Flávia, você está bem? - Henry pergunta preocupado apertando os meus braços.

Mas não está muito cedo? Eu sei que já somos pais de duas crianças, que a gente permaneceu longe um do outro por muito tempo, mas creio que o fato de termos ficado 10 meses distantes fez com que tivéssemos perdido o tempo em que poderíamos ter nos conhecido. Além de que, eu quero os meus filhos, não estou com cabeça para pensar em casamento por mais que eu o ame.

Eu não sei o que fazer! Um lado meu diz que primeiro tenho que pensar em meus filhos, não posso comemorar com meus filhos longe, e sabendo que correm riscos com um traficante humano.

- Henry, eu não posso! - sento-me no sofá próximo com as lágrimas escorrendo nos olhos.

- Por que? É por causa dos nossos filhos? Flávia, eu juro que nós iremos os encontrar, mas não me deixe assim. - ele se joga aos meus pés com lágrimas nos olhos também. Então, ergue o rosto e vejo seus olhos tão tristes.- Você não me ama mais? Conheceu outra pessoa?

Ver Henry com lágrimas nos olhos aflito é desesperador. E pensar que eu estou fazendo isso com ele, é pior ainda.

- O quê? Não! Eu te amo muito, você não faz ideia do quanto. - sento em seu colo no chão e seguro o seu rosto nas mãos enquanto olho firme em seus olhos. - Você é a melhor coisa que aconteceu em minha vida, Henry! Você me deu dois filhos na qual amo muito. Mas eu não estou em condições normais, estou aqui com você, mas minha cabeça está a quilômetros de distância em nossos filhos. Eu não durmo, não como direito, só trabalho e trabalho. Eu estou esgotada e não sei mais o que fazer. - levanto-me do seu colo, o deixando sentado olhando para o colo vazio.

Caminho até o porta-retrato de meus filhos, o pego e o abraço querendo estar sentindo o calor de seus corpos.

- Então o que iremos fazer? Você não aceita o meu pedido, e eu fico como? - ouço Henry perguntar atrás de mim, provavelmente ainda do chão.

- E-eu não sei. Eu só queria os meus filhos aqui comigo, Henry. - sussurro ao fechar os olhos, imaginando estar segurando João e Sophia no braços ao invés de um pedaço de madeira, com uma placa de vidro e um papel.

Penso na quadrilha que prendemos hoje, e o homem que era o líder, tem uma lista bem extensa de antecedentes criminais e os últimos eram de tráfico de crianças, além de ser um foragido. Mas nenhum sinal de meus filhos. Recebemos uma denuncia anonima de que homens tivessem invadido um hotel na cidade vizinha, e como ele disse que estavam portando armas de grosso calibre, decidimos ir nós mesmos, mesmo que seja o procedimento incorreto, já que a PF não deve interferir nesse tipo de situação, no entanto, creio que acertaram, já que conseguimos prender aquela quadrilha escocesa.

- Ok, então. Eu estou indo para casa, preciso de um tempo. - viro-me a tempo de vê-lo indo em direção à porta todo cabisbaixo. Eu sei que não é isso que ele quer. - Eu preciso ligar para Diana e ver como estão as coisas na Espanha.

Fico olhando Henry ir, e a sensação é como se mais um pedaço de mim estivesse indo embora. Eu não seria louca deixa-lo ir embora depois de tudo que fez por mim, posso estar ficando louca por terem tirado meus filhos, mas não sou louca o suficiente para deixar o homem que amo ir embora. E quer saber? A gente sempre se deu bem, mesmo que muitas coisas tenham acontecido entre nós, Henry nunca foi um homem capaz de me machucar ou ser grosso comigo querendo me machucar, e está na cara que nos amamos, então, iriamos nos casar uma uma hora ou outra.

Série Mulheres No Comando: A Federal [REVISANDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora