Capítulo 6

10.5K 719 108
                                    

Sinto os lábios de Henry me tocar com ternura e com uma intensidade que demonstra saudades. Suas mãos se enlaçam em minha cintura, me apertando contra o seu corpo forte e rijo. Paramos para tomar um pouco de ar e encostamos nossas testas umas na outras e respiramos ofegantes. Fico ainda de olhos fechados, enquanto meu corpo e consciente se satisfaz com a presença dele novamente aqui comigo. Me recordo da noite em que ele foi embora, dos dias em que não se importou em me mandar uma mensagem, dos dias em que não teve coragem nem de saber como eu estava. Me afasto dele, levanto uma de minhas mãos e desfiro um tapa em seu rosto, deixando-o surpreso logo em seguida.

- Por quê você fez isso? - ele pergunta tocando o rosto.

- Você sumiu, não mandou uma mensagem, nem um sinal para eu saber se estava bem ou nem se preocupou comigo depois daquela madrugada. - respondo soltando para fora toda a mágoa que surgiu nesses quase 30 dias.

- Me perdoe, Flávia, eu precisava de um tempo depois de tudo que aconteceu, EU precisava TE dar um tempo. - ele responde se aproximando de mim, e então segura ambos os lados do meu rosto com as mãos e olha dentro dos meus olhos. - Você não sabe a saudade que senti de você, aquela foi a melhor noite de minha vida, e mesmo que você não me queira, eu não irei te abandonar novamente.

Fico paralisada ao ouvir as suas palavras, no entanto, meu coração aumenta sua frequência com tamanha declaração. Há quanto tempo que não ouço tais palavras? Acho que nunca em minha vida. Sempre fui uma pessoa focada nos estudos, eu não dava tempo para alguém se aproximar de mim ou fazer esse tipo de declaração, e se alguém já sentiu tal sentimento por mim, só posso dizer que ela nunca foi correspondida.

Henry encara os meus olhos ansioso por qualquer coisa que eu diga, mas não sei o que dizer, não sei como reagir diante desta situação.

- Eu-eu não sei o que te dizer, Henry. - sou sincera olhando dentro da escuridão de seus olhos.

- Só diga que aceita ser minha namorada, Flávia. - ele sussurra se abaixando para roçar os nossos lábios.

Aquele pequeno gesto faz surgir dentro de mim uma explosão, o sentimento de querer ser amada, não como meus pais e irmãs me amam, e sim de outra forma. Eu quero viver novas experiências, algo tão intenso que a sensação de levar um tiro em uma missão do DPF seja fichinha perto disso. Já tenho quase 30 anos, acho que já está mais do que na hora de me permitir iniciar um romance.

- Henry. - digo acariciando a sua barba bem desenhada, sentindo os pelos penicar os meus dedos, me fazendo sentir uma sensação gostosa. Encaro os seus olhos e vejo sua expectativa ultrapassar os seus poros. - Eu aceito ser sua namorada.

Assim que respondo, ele me segura pela cintura e gira-me, colando nossos corpos em seguida e selando nossos lábios em um beijo que tenta dizer alguma coisa. Seu beijo é lento, demorado, cheio se significado, alegria e no fim sensualidade. Separamos nossos corpos e nos encaramos em silêncio, seus olhos me observam atentos, explorando-me, como se ele tentasse enxergar a minha alma.

Ele enfia a mão dentro do bolso da calça e retira uma caixinha de veludo preto da Tiffany & Co. um anel de compromisso de prata super delicado e discreto. Ergo minha mão direita e então ele deposita o anel em meu dedo anelar e assim faço com ele também. Henry ergue nossas mãos entrelaçadas, a observa nossas alianças com um pensamento um pouco distante, e então beija a aliança de meu dedo.

- E então, vamos jantar? - pergunto dando um selinho nele o pegando de surpresa. - Sua namorada está com fome. - finjo que ralho com ele.

- Claro, minha namorada. - ele abre um enorme sorriso que me deixa feliz também. Ele abaixa as nossas mãos e então me acompanha até a mesa decorada com velas e pétalas.

Série Mulheres No Comando: A Federal [REVISANDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora