Capítulo 21

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Abro os olhos e estranho o local na qual amanheço. A posição da cama é diferente da minha, principalmente as cortinas pretas com blackout, as minhas são creme. O peso ao meu lado na cama macia e o braço sobre minha cintura me fazem ter noção de onde estou. Viro-me para o lado somente para confirmar, e então vislumbro o rosto calmo e relaxado de Henry sobre o mesmo travesseiro que o meu. Seu lábios estão entreabertos, o seu peito nu descoberto pelo lençol sobe e desce lentamente demonstrando que ele ainda dorme. O relógio com os números vermelhos sobre o criado mudo indicam apenas 5:30 da manhã. Hora de levantar e ir para casa, tenho plantão hoje no DPF.

Com cuidado afasto o braço de Henry que ainda descansa sobre a minha cintura e saio da cama abaixando as pernas para fora da cama com certa calma. Não quero acordar Henry. Após nossa rodada de amor, nós dormimos perto das 3 horas da manhã, então, decido deixá-lo descansar.

Levanto da cama, pego o vestido branco que ficou sobre a poltrona de couro preto no canto do quarto e o visto. Lembro-me que ao entrarmos no quarto aos beijos, Henry retirou o vestido e o jogou sobre a poltrona me levando à loucura com os seus beijos.
Prendo o cabelo com uma caneta que achei no criado mudo, pego minha carteira, abro a porta do quarto, dou uma última olhada para Henry que continua dormindo e então saio do quarto e fecho a porta atrás de mim.
Desço as escadas e atravesso a enorme sala decorada com algumas peças de arte medieval. Me pergunto porque não estamos em sua casa, e sim em um apartamento no centro de Curitiba. Aproximo-me da janela e abro uma das cortinas e observo a cidade que já está acordada. Pego meu celular de dentro da carteira e chamo um Uber, após isso decido deixar uma mensagem para Henry.

" Você não imagina o quanto eu desejava por uma noite ao seu lado e nesta você me fez a mulher mais feliz do mundo, mas infelizmente, tive que levantar e ir trabalhar, mas te aguardo às 20h em minha casa. Mil beijos. Te amo. "

Envio a mensagem, abro a porta do apartamento e então saio.

[...]

Sento-me novamente em minha querida cadeira depois de quase 10 meses afastada.

- Como é bom estar de volta! - digo com orgulho olhando o brasão da Polícia Federal.

Ligo o computador, abro algumas gavetas para olhar se há alguma documentação para eu assinar, encontro alguns papéis e começo a lê-los.

Alguém bate na porta e eu peço que entre enquanto leio o ofício.

- Bom dia, doutora, bem vinda novamente. - Jéssica diz com um enorme sorriso no rosto, feliz por eu ter voltado.

- Bom dia, senhorita. - respondo não segurando a alegria. - Qual a honra da sua visita?

- Coisa boa que não é. Um chamado de que uma quadrilha está tentando traficar entorpecentes no aeroporto. - ela diz abrindo um sorriso por voltarmos ao trabalho novamente, pelo menos eu, né. - Isso não é o pior.

- Mas o que houve com o posto de lá? - digo me levantando da minha mesa preocupada.

- Foram todos dominados pela quadrilha, senhora. - Jéssica responde dando uma mà notícia.

Um cuidado enorme, mesmo que todos os que estão lá sejam agentes formados e treinados, eles se tornam reféns como todos os outros, e os cuidados são os mesmos. Sempre devemos zelar pela segurança dos reféns.

- Ok. Reúna todos na sala de operações, daqui a pouco estarei lá. - digo indo em direção à mesa para pegar o meu telefone. - Preciso ligar para minha mãe.

Série Mulheres No Comando: A Federal [REVISANDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora