VII - Nostalgia

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"Sinto ciúmes de tudo o que é meu e de tudo que eu acho que deveria ser."
Bob Marley

Benigno e Victoriano brigando? Me parece um pesadelo. Fiz questão de entrar direto pela porta dos fundos para a cozinha, lá encontrei Rosa e falamos sobre o ocorrido. Ela me pediu para ser paciente e pensar direito antes de seguir qualquer caminho. Não respondi nada a Rosa, na verdade não sabia o que pensar. Benigno é meu amigo, mas um grande homem que me faria feliz, com certeza. Victoriano é meu grande e eterno amor, mas que está distante e entre ele e mim, existe tantas mentiras e segredos e mistérios e malentendidos. E Debora.

Sai da cozinha tarde da noite, me despedi de Rosa, ela queria conversar, mas eu estava cansada. Poderia ser depois. Caminhei em uma leve escuridão, apenas a luz da lua como fonte de luz. Fui ao meu quarto, pensando na briga, no quase beijo com Benigno, no quase beijo com Victoriano e nos olhares de Benigno, na raiva no olhar de Victoriano, nas palavras de Benigno. O amor pode nascer de uma amizade. Mas, voltei a pensar em Victoriano, foi o mais próximo que chegamos a anos. Tanto tempo sob o mesmo teto e somente agora isso foi acontecer. Somente agora com Débora, com a volta de Loreto. Somente agora quando eu penso em ir embora e sumir novamente. Abri a porta do quarto, estava com a cabeça baixa, liguei a luz, retirei a bota e me assustei.

- Victoriano? Que susto, homem! - levei a mão ao coração e ele caminhou até mim, passos longos, ignorando tudo que disse como se nada importasse. Chegou rápido, nem pude me mexer.

Tocou meu rosto com suas duas mãos, seus olhos escuros como eu não lembrava ter visto antes, ele olhou meus lábios e entreabriu os seus se aproximando até se tocarem em um beijo brusco, apaixonado. Fechei meus olhos e levei minhas mãos até a cintura dele. A respiração se agitou e ele aprofundou o beijo, suas mãos abandonaram meu rosto e envolveram meu corpo, nos aproximando, o abracei como resposta e aproveitei para acariciar suas largas costas, tão forte e viril. Senti seu corpo no meu, tocavam-se completamente sob as roupas que nos cobriam. Sua língua invadia minha boca e senti seu gosto, toquei o cabelo dele entrelaçando-os entre meus dedos. Ele acariciava minha cintura e a unia a si, estávamos tão juntos que sentia o coração dele bater sobre o meu. A medida que os segundos passavam o beijo ficava mais lento e  delicado, cheio de amor. Não pude impedir que a emoção causasse lágrimas e senti quando uma desceu sobre meu rosto, tê-lo novamente entre meus braços; tive medo de ser mais um sonho me enganando. Infelizmente, ele foi parando o beijo, meus olhos fechados; ele passou a roçar seus lábios nos meus.

- Inés... - abri os olhos e encontrei os dele nos meus. - Que merda você fazia com aquele nanica no jardim? - ele não estava sendo grosso, erra um sussurro e a respiração entrecortada pelo beijo. Eu não respondi queria entender sua pergunta. - Não vou deixar você ficar com ele... Eu não suportarira te ver com outro.

Voltou a me beijar ferozmente e eu estava a mercê dele. Como sempre foi. O beijo durou minutos e ao fim, ja sentia os lábios ardidos pela voraz forma que foram tomados. Ele parou o beijo e eu continuei com os olhos fechados sentindo suas caricias em meu rosto.

- Eu te amo. Eu sempre te amei. Me desculpe... Não importa o passado, só... Me deixe te amar. - abri os olhos e toquei seus lábios com meu polegar direito.

- Não diz nada. Só... Me beije. - não precisei pedir de novo, ele me beijou com força, ânsia, desejo; bagunçava meus cabelos enquanto dançávamos famintos com nossas línguas, ele me guiou até a cama e caiu sobre mim, largando meus lábios e depositando beijos em meu pescoço. Suas mãos invadiram minha blusa, acariciando meu ventre, subindo até meus seios, arqueei meu corpo ao sentir seu agarre firme, suas mãos os envolvia, os apertava e gravei minhas unhas nas costas dele. Senti sua ereção e quase implorei para que ele me fizesse sua. Ali. Urgentemente. Começamos a nos despir, minha blusa foi a primeira a ser jogada ao chão, já despidos, juntamos novamente nossos lábios e fechamos os olhos, suas mãos subiram aos meus seios e as minhas seguravam seus cabelos entre os dedos. Ele abriu minhas pernas com o joelho e levou uma das mãos até o ponto indicado para provocar-me prazer o qual já estava úmido o suficiente; seus dedos fizeram movimentos em círculos e não consegui evitar gemer. Meus olhos fechados, me contorcia de prazer e meu coração acelerava. Então, continuando a me mostrar prazer de uma forma nunca exercida por mim antes, ele desceu o rosto beijando minha barriga, até que senti seus lábios beijando minha flor de mulher. Era como ser levada ao céu. A sensação de seus lábios e lingua em minha intimidade eram fora do explicável. Ele parou quando eu quase tinha um orgasmo e isso me causou uma irritação não compreendida por mim.

InêsOnde histórias criam vida. Descubra agora