"A mudança é a lei da vida. E aqueles que apenas olham para o passado ou para o presente irão com certeza perder o futuro."
John KennedyUm mês depois Inês soube de algo um tanto terrível. Um de seus investigadores trouxe papéis intrigantes e ao abrí-los ela se levantou tapando a boca com a mão. Benigno estava junto com ela no momento (ambos se tornaram mais amigos que nunca).
- É tudo uma farsa. - Benigno franziu o cenho, enquanto esperava mais informações. - É uma identidade falsa. Ela não é ela...
- O que Inês? Do que você está falando? - Inês o olhou com um sorriso sarcástico.
- Nossa serpente é uma largatixa. - ambos se encaravam e Benigno entendeu de quem Inês falava.
No tribunal, Victoriano estava prestes a perder sua fazenda para Dona Bernarda e ser acusado de ter matado Vicente. O "advogado de acusação" era excelente e mentiu muito bem diante de todos, enquanto Victoriano se contorcia de ódio e impotência. O advogado de Victoriano rebateu várias acusações, mas suas palavras eram fracas diante do tom tão confiante e autoritário do "advogado de acusação" e as coisas pareciam ir muito mal para Victoriano. A juiz deu meia hora de intervalo, a sentença seria dada em poucos minutos e Victoriano estava nas mãos da lei. No entanto, depois da pausa e quando Victoriano sentou ao lado de seu advogado, este último o olhou sorridente e disse:
- Surgiu uma surpresa, queridinho. - Victoriano o olhou sem entender nada.
FAZENDA LAS DIANAS
Inês estacionou o carro e ao longe viu Jacinta sair, era impossível não reconhecê-la. Ao abrir a porta e sair do carro, Jacinta sorriu e correu para abraçar Inês. A adolescente abandonada a 3 anos atrás não guardou rancor, mas um sentimento nobre. A saudade.
- Dona Inês, você voltou... Eu... Eu senti tanto a sua falta. - disse Jacinta ainda nos braços de Inês.
- Eu também. - se separaram e Jacinta a puxou para entrar na casa.
- Não sei se devo. Sei que Victoriano não está. - Jacinta parou de puxá-la e ambas se encararam.
- Se os olhos não veem o coração não sente. - Ines sorriu e ambas entraram na casa.
Assim como Rosário Inês sentiu a nostalgia ao entrar no casarão. Ela se sentiu aquela garota em seus 19 anos de Idade, que entrou naquela sala pela primeria vez e sua mente foi até aquele dia. Inês olhou para si e se viu com as mesmas roupas sujas, levantou a cabeça e viu Diana Maria sorrir e apontar para Rosa, a luz entrava pelas janelas e o cheiro era o mesmo. As cores das paredes, os móveis... Tudo lembrava a jovem que ela foi e que não era mais.
- Jacinta! Você viu aquela blusa vermelha que usei no domingo retr...
Inês olhou para o pé da escada vendo uma linda adolescente de cabelos louro escuros e olhos castanhos claros. Quando Inês a deixou ela completaria seus seis anos de idade, mas o olhar que ambas dedicavam uma a outra era de choque e de pura saudade. A ainda pequena Cassandra em seus nove anos, correu escada abaixo e se jogou nos braços de Inês aos prantos. Ambas choravam e Inês a beijava muito, no rosto na cabeça... A abraçava forte. Elas sentiam o coração acelerar, mas era de alívio, havia prazer em matar a saudade e se ajoelharam no chão, enquanto lágrimas eram derramadas e molhavam as roupas uma da outra, até que inês segurou o rosto de Cassandra com as duas mãos e elas se encaravam. As lágrimas ainda caiam e soluços eram ouvidos, não só de Cassandra e Inês, mas também de Jacinta.
- Me perdoe, meu anjo... Me perdoe por ir embora. Eu não podia ficar... - Cassandra soluçou mais alto e abraçou Inês, mais uma vez.
- Eu sei, nana. Eu faria o mesmo... - Inês percebeu a maturidade na criança que ela deixou a 3 anos atrás e percebeu que agora ela era uma garota e não mais uma criança. Uma adolescente sábia e inteligente.

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Inês
Fiksi PenggemarCertas coisas não fazem muito sentido, como por exemplo, como uns nascem para sofrer e outros para serem felizes... Muitas coisas na vida são mistérios e a minha está cheia deles, muitos dos quais eu morrerei sem desvendar. Por algum motivo, aparent...