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Renjun acordou com beijos estalados em sua bochecha. E, mesmo empurrando quando lhe estava fazendo isso, era impossível impedir aquele ser de continuar beijá-lo. Se não bastasse o sol no seu rosto, ainda tinha que aturar Jeno beijando-o pela manhã.

— Me deixa em paz, Jae No! Não se pode acordar alguém em pleno domingo! — Renjun o empurrou pelo peito — Hoje é domingo, né? Eu parei de acompanhar os dias...

— Sim, sim. Bom dia, florzinha. Dormiu bem? — Jeno sorriu.

Renjun fechou os olhos e enterrou a cabeça debaixo do travesseiro.

— Não, graças a você — reclamou, ameaçando cair no sono outra vez.

Jeno nada falou, e nem tentou mais nada. Renjun aproveitou para cochilar, já que estava totalmente sonolento e Jeno havia o acordado cedo demais. Uma hora depois, ele sentiu uma dor aguda em sua bunda e só depois viera perceber que havia sido beliscada naquela região sensível.

— Caralho, Jeno, você ficou louco, foi? — Renjun tirou o travesseiro da cabeça e bateu em Jeno.

— Louco por você — ele segurou o seu braço e sorriu para Renjun.

— Você está parecendo aqueles estupradores, sai! — Renjun se soltou e se levantou da cama.

Jeno se jogou na cama, abraçando o travesseiro que Renjun havia dormido e o esperou sair do banheiro.

— Como as minhas coisas de uso pessoal vieram parar aqui? — Renjun gritou de dentro do banheiro.

— Uma mágica chamada Jeno — Jae No falou, organizando a bandeja do café da manhã que ele trouxera para Renjun e ele sem sequer olhou — Renjun, para de partir o meu coração, senão só vai sobrar um pedacinho pra cada esquema.

— Que esquema? — Renjun saiu do banheiro, com a escova de dente na boca.

Jeno ergueu o seu celular e Renjun pegou, analisando todos os contatos e conversas de Jeno. Muitas delas, ele só precisaria dizer que queria se encontrar e marcariam logo um lugar para assim fazer. E até mesmo garotos que estavam no Parque e Jeno tinha o número.

— Problema seu e dos seus esquemas, eu não me importo — Renjun jogou o celular na cama e voltou para o banheiro.

— Sério mesmo? Por que mudou de expressão tão rapidamente? Está com medo de me perder? — Jeno estava adorando provocá-lo, deitado na cama e virado para o banheiro.

— Eu nunca tive você, para poder te perder — Renjun deu de ombros, mesmo sabendo que Jeno não podia ver.

— Ué, no dia do beijo... E os que sucederam ele — Jeno falou, com um sorriso no rosto.

Renjun não respondeu, apenas ficou analisando a sua aparência pelo espelho. Seus olhinhos estavam meio inchados por ter acabado de acordar, e seu cabelo estava meio desgrenhado; mas ele se achava bonito. No entanto, não se achava tão bonito quanto certos garotos do celular de Jeno, e pensou que seria até melhor Jeno ficar com os seus "esquemas." Na sua cabeça, Jeno o trocaria na primeira oportunidade, só pelo fato de não ser tão bonito assim.

— O que está pensando? — Jeno o assustou, aparecendo atrás dele e interrompendo o seu devaneio. — Em mim?

Renjun enxaguou a boca e jogou água no rosto.

— O mundo não gira em torno de você não, bebê — respondeu Renjun, depois que enxugou o rosto e passou a empurrar Jeno para fora do banheiro.

— Você é meu mundo, então... — Jeno não pôde concluir a sua fala, pois Renjun bateu a porta logo quando ele saiu do banheiro. — Para de me tratar feito um lixo, eu só quero te fazer feliz!

— Só se você deletar esses contatos do seu celular — Renjun propôs um acordo, e Jeno passou a excluir um por um, enquanto escutava o barulho do chuveiro.

— Pronto, vossa alteza! — gritou ele.

— Eu vou checar depois — Renjun terminou o banho.

Jeno pegou a roupa de Renjun que havia pego do seu quarto e bateu à porta, antes de enfiar a sua mão por entre a fresta e entregar a roupa para Renjun.

— Obrigado — o outro agradeceu, e já saíra vestido. — Agora, passa o celular.

— Calma, moço, eu nem terminei de pagar ainda! Dividi em trinta e duas vezes, só paguei duas, moço. Pode levar a minha camisa, a minha calça, o meu tênis; pode me deixar peladão aqui, mas não leve o meu celular, moço — Jeno fez um draminha.

— Me dá essa merda aqui — Renjun arrancou o celular da mão de Jeno e foi checar os contatos.

Alguém bateu à porta, e Jeno fora atender. Era um dos seguranças.

— Como está Mark? — Jeno quis saber, agoniado e preocupado.

— Está bem, ele foi para um lugar mais seguro. Hoje vai haver uma reunião entre as três famílias para chegarem num acordo, talvez — o homem contou, e Renjun se aproximou da porta — Huang Ren Jun não estava dormindo no seu dormitório, juntamente com Mark Lee?

— Não. Eu estava com Jeno, estávamos jogando videogame — contou Renjun.

— Sabia que Jisung estaria indo para o quarto de Mark?

— Sim, ele estava dando aulas de violão para Jisung — Renjun cruzou os braços.

— Você dormiu aqui esta noite?

— Sim, já que a porta está quebrada.

— Está sendo providenciado uma nova maçaneta, então logo você poderá voltar ao seu quarto. Enquanto isso, você dorme por aqui, sim? Traremos um colchão para você ficar confortável.

Jeno sorriu ao escutar aquilo.

— Quantos dias? — perguntou.

— Talvez hoje. Mas não temos certeza, por isso pode acabar sendo amanhã — o segurança respondeu.

— Só? — Jeno foi até o seu armário e tirou uma carteira de dentro — O senhor pode prolongar mais? — se aproximou mais do homem. Renjun sentiu vergonha — Quanto quer? Meu negócio é o dólar, então é só você mandar o número que eu descolo pra você. Veja bem... Aqui tem cem, agora duzentos... — ele começou a tirar as cédulas da carteira — Opa, trezentos! Prolonga mais, é só dá uma enrolada. Uma semana está ótimo! Quanto quer mesmo? Quinhentos está bom?

— O que há de errado com essas crianças? — o homem bufou, depois deu as costas e saiu dali.

— Que arrogante! E ainda nega o meu money — Jeno reclamou, fechando a porta.

— Ele não quer, mas eu quero — Renjun sorriu.

— Só se você namorar comigo.

— Você está me comprando, é isso?

— Tudo bem. Agora se vira — Jeno segurou Renjun pelos ombros e o girou na direção do café da manhã que ele havia trazido para ele.

— Ah, obrigado! — Renjun o abraçou, sorrindo e logo pegou um morango. — Você é maravilhoso.

— 'Ta me confundindo contigo, então — Jeno disse, sentando-se na cama com Renjun e também comendo. — Acho que mereço um beijo agora.

Renjun virou-se para ele e o beijou, tornando realidade o que tanto Jeno desejara.

We Young || Chensung + MarksungOnde histórias criam vida. Descubra agora