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O shopping era movimentado, os garotos estavam quase perdendo uns aos outros. Mark colocou o seu chapéu de sad boy que seu amigo, Taeil, lhe dera antes das férias. "Stylo em primeiro lugar", disse ele, mesmo sabendo que Mark não era um sad boy. Sem contar nas sandálias de O Mágico de Oz que usava.

Além dele, os amigos também estavam com roupas de praia. Pouco se importavam, estavam ali para comprar e comer, não para um desfile de moda. Aliás, mesmo se fosse um desfile de moda, aquilo seria total tendência do verão. Top.

— Ar-condicionando é uma coisa abençoada... — comentava Jisung.

— Sim, dá vontade de morar em cima de um — Mark concordou.

— Ah, olhem aquele tênis! É tão bonito! — Jisung apontou para a vitrine de uma loja.

— Tendência — nomeou Haechan.

— Top — era Jae No.

— Banhado de beleza e de uma moda atual, esse tênis preto roubou o coração do nosso jovem Jisungie. Vamos comprar!  — Renjun narrou — No caso, você, Jisung, porque 'nóis é pobre, 'mermo.

— Humildade é tudo nessa vida — Haechan deu de ombros, rindo.

— Reconhecimento econômico também — completou Huang Ren Jun.

Jisung entrou eufórico na loja e pediu para experimentar o tênis. Depois de pagar e todos saírem da loja, foram juntos para a praça de alimentação reabastecer as energias.

— Sabia que foi no parque onde bebi pela primeira vez água de coco? — disse Mark, depois de dar um longo gole na sua Coca-Cola.

— Também — Renjun concordou, com a boca cheia.

Recebeu um tapa de censura vindo de Jeno e deu de ombros, ignorando. Haechan e Chenle também concordaram com o que Mark falou, então Jisung perguntou de onde vieram.

— Eu vim do céu. Até porquê, sou um anjo — Renjun tentou ser o superior ali.

— Hahaha, que engraçado ele! — Mark forçou uma risada, deixando claro que não era de verdade.

— Isso faz sentido. E você, Chenle, também veio do céu? — Jisung trouxe o silêncio à mesa, e fez a batata frita de Mark parar no ar, pois ele não tinha mais como comer aquilo.

— Não, eu... Eu vim da China — ele contou e Jisung riu, de uma maneira fofa e ingênua.

— Eu suspeitei. Percebi pelos seus olhos — como Jisung estava ao seu lado, se inclinou rapidamente na direção de Chenle e puxou o canto dos seus olhos, deixando-o um tanto envergonhado.

Quando largou, Jisung apertou levemente as suas bochechas e depois agarrou o copão de refrigerante que tomava.

— Desculpa ter feito isso. É que você é muito fofo — explicou-se — E bonito.

A essa altura, Mark já tinha perdido todo o apetite. Uma vontade de jogar Chenle daquele banco e ocupar o seu lugar se formou, mas ele apenas ficou em silêncio com uma expressão desagradável.

— Eu também nasci na China — Renjun fez beicinho, pedindo atenção.

— Tem mais chinês do que coreano aqui, é? — Jeno brincou, jogando o braço ao redor dos ombros de Renjun.

— E você, Mark? — Jisung o acordou.

— Nasci no Canadá — disse, friamente.

— Caramba! Lá na casa do caralho! — ria Jeno, e Mark tentou sorrir.

— Só eu, Jeno e Haechan somos realmente coreanos. Que estranho. Mas vocês estão aqui e fazem parte de nós, agora — Jisung estava animado com a conversa.

Mark passou a beber o seu refrigerante, e se engasgou quando testemunhou Jisung levar batatas fritas mergulhadas no ketchup para a boca do chinês. Especificamente, Zhong Chen Le. Ele perdeu o chão, e já não conseguia comer mais nada. Eles pareciam tão fofos juntos, mas não era assim que deveria ser.

— Eu vou ao banheiro — se levantou e se afastou dali.

— Ah, eu também quero! Vem, Chen! — Jisung se prontificou e puxou Chenle contigo, indo os três ao banheiro.

Mark bufou enquanto andavam.

"O que é isso, afinal? Um caga e o outro limpa?", pensou Mark.

Quando chegaram ao banheiro, Mark surpreendeu-se ao saber que eles foram por conta do rosto de Chenle estar melado com aquele molho vermelho.

— Se aproxima! — pediu Jisung, depois de pegar um papel toalha e umedecê-lo. Ele fez o trabalho de limpar as suas bochechas e inclusive os seus lábios.

Até a vontade de urinar de Mark foi-se embora. Eles estavam próximos demais, sussurrando coisas um para o outro as quais Mark não era capaz de escutar. Se ficasse ali mais um segundo, iria à loucura. Por isso, passou direto pelo aparente casal e voltou à mesa.

— Eu... Eu vou indo. — disse aos amigos — Já está tarde, quero pegar o final da programação do dia do Parque.

— Não, Mark! Sente-se conosco! O que houve? — Haechan pediu.

— Nada. Apenas estou cansado, quero voltar. Se divirtam — pegou as suas coisas e saiu. Os garotos não entenderam nada, mas seria uma tortura se continuasse ali.

— O que aconteceu com Mark hyung? — Jeno fez a pergunta que todos ali estavam fazendo, e, posteriormente, Jisung e Chenle, quando haviam voltado.

Mas Huang Renjun já tinha uma ideia do que poderia ser, e não ficou nada contente.

We Young || Chensung + MarksungOnde histórias criam vida. Descubra agora