#02

1.5K 185 98
                                    

Chen Le checava o mapa do parque aquático em suas mãos e tentava andar na direção em que queria ir. Seu único problema era que estava de cabeça para baixo, mas não havia percebido até ficar mais perdido na realidade do que no mapa.

O seu celular tocou, e ele o tirou do bolso e atendeu a ligação.

— Pai! Eu estou meio ocupado aqui... — disse.

Você esqueceu a sua bolsa de coisas pessoais, Chen Le. — contou o homem, do outro lado da linha.

— Não é bolsa, pai! É uma mochila! — tentou explicar, inutilmente.

Venha até a entrada e me encontre, ok? — Chenle queria pedir ajuda, dizer que estava perdido e desesperado, mas o seu pai desligou antes mesmo do garoto poder completar a sua inspiração.

— Mas que droga de mapa inútil! — reclamou, antes de enfiá-lo no bolso traseiro da calça e tentar ir à entrada por si só. — Seja o que Deus quiser...

Depois de vários giros, avanços e regressos, Chenle finalmente encontrara a entrada e suspirou de alegria e alívio ao ver seu pai.

— Obrigado. — pegou a mochila e abraçou o seu pai. — Até o final do verão. Sentirei a sua falta.

— E eu mais a sua! — bagunçou o cabelo lilás do garoto, que tentou esquivar-se do contato.

— Tchau. — acenou e entrou, recebendo outro aceno em resposta.

Dessa vez, pegou o mapa e baseou-se na entrada, onde estava. E não demorou muito até estar seguindo o caminho certo até o seu dormitório. Estava animado para todos os jogos e diversões das férias. Seriam memoráveis.

E ele até estava olhando demais para aquele mapa, querendo não perder-se. Não percebeu que tinha alguém por perto, porém. E chocou-se com esse alguém. Ninguém caiu, foi só um tombo. E Chenle ergueu o olhar para ele.

— Desculpa. — disse, mas não conseguia desviar os olhos daquele garoto bonito de cabelos azuis e uma roupa totalmente harmônica com a cor e a sua intensidade. Parecia um pedaço do céu na Terra.

— Precisa de alguma ajuda? — o garoto lhe perguntou, e Chenle percebeu pela postura, expressão e tom de voz, que aquele garoto não era um cliente hóspede. Tinha muito mais imponência do que costuma-se ter para a idade a qual aparentava ter. E tinha traços únicos nos lábios, com linhas que parecem ter sido desenhadas.

Chenle piscou, não querendo ser clichê e lembrando daqueles filmes americanos patéticos de como se esbarrar com alguém e ser "amor à primeira vista" — algo que não existia no vocabulário do garoto. Mas, realmente, a droga da beleza daquele menino estava tornando as coisas clichês e irritantes. Por isso, pegou o seu mapa do chão e respondeu:

— Não, obrigado. Tchau. — perguntou-se como a sua voz conseguira alcançar a velocidade da luz, e como os seus pés também puderam fazer isso. Porque a velocidade com o que falou aquilo e deu no pé, foi realmente extraordinário, até mesmo para o próprio Chenle.

Tentou encontrar-se no mapa outra vez, mas não conseguiu. Parece que, encontrando o garoto, acabaria por se perder. E talvez isso fosse verdade.

We Young || Chensung + MarksungOnde histórias criam vida. Descubra agora