#19

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Com a sua felicidade e excitação juvenil, lá se foi o jovem Park correndo pela areia e se despindo gradativamente, como se estivesse sozinho naquela praia quente.

Sem se importar, jogou-se no mar e logo foi acompanhado pelos seus amigos. Até o próprio Mark fora junto, e ficou com os olhos ardendo pelo simples fato de Renjun ter jogado água em seu rosto.

Jisung nadava como ninguém, mas ele praticamente tinha crescido no parque, então aquilo já o deixava em total vantagem em relação aos outros garotos. Depois de um tempo, os amigos saíram da água e sentaram numa toalha listrada do Chenle, observando o mais novo do grupo ainda se deliciar com aquela água salgada.

— Acho que ele gosta mais da praia do que do parque — notou Haechan.

— Está óbvio! — Chenle ria.

Jisung vinha andando na direção deles, tendo cuidado para não ter os pés engolidos pela areia quente. A princípio, caminhava calmamente, mas depois soltou um palavrão e correu.

— Vou comprar algo para bebermos — anunciou Haechan, se levantando antes que Jisung chegasse.

— Acho que ele quer rir do desespero de Jisung — Jeno sussurrou, embora todos pudessem escutar.

Mark imaginava Jisung num palco escuro, com apenas um holofote na direção do garoto e todos vendo-o correr daquele jeito e, em sua imaginação, dando saltos e giros, numa ilustre roupa de balé. O cabelo molhado dele subia e descia, tornando aquele movimento fenomenal.

— Essa areia queimou o meu pé! — o garoto sentou-se esbaforido no lugar de Haechan, entre Mark e Chenle.

— Tenha mais cuidado da próxima vez, Jisungie — alertou Mark Lee.

— Quer que eu arranje água gelada para melhorar? — Chenle tentava ser prestativo.

Na ponta do grupo, Renjun encenou um vômito e fez uma arma com a mão e os dedos, apontou-a para a própria cabeça e fingiu estar atirando, fazendo uma careta de morto que envolvia olhos revirados e língua para fora.

— Parem de bajulá-lo!

— Eu não estou bajulando ninguém — Mark se defendeu.

— Estou tentando ajudar — completou Chenle.

— 'Ata, tio — bocejou e esticou os braços, se espreguiçando.

— Onde está o Cabelo de Fogo? — perguntou Jisung, com um sorriso brincalhão no rosto — Haechan.

— Deve estar dando o...

— Foi comprar alguma bebida! — Jeno interrompeu Renjun, cujo fez um som de reprovação com os lábios e balançou a cabeça negativamente.

— Vamos atrás dele! Eu quero beber algo urgentemente! — Jisung calçou uma sandália e se levantou.

— Estamos virando os seus escravos, garoto! — Jae No exclamou.

— Então por que eu não mandei vocês irem atrás dele? Ao invés de eu mesmo ir... — Jisung bagunçou o próprio cabelo, e Mark se viu perdido outra vez.

Tão azul, tão fascinante...

— Eu queria mesmo fazer vocês de escravos! — dizia Jisung, enquanto caminhava com Jeno, Mark, Chenle e Renjun — Seria tão bom ter o que eu quisesse quando eu quisesse!

— Sabe que pode ter um mordomo, já que teu pai é podre de rico, né? — dissera Jeno.

— Hm... Eu sei. Mas você sabe, Jeno, apesar de tudo isso que tenho, o que vale se no fundo eu me sinto tão vazio? — contara Jisung.

Mark observava o movimento dos seus lábios e os achava tão lindos e bem-feitos, tão delineados. Se perguntou o porquê de Deus ter criado alguém perfeito, se todos eram imperfeitos. Não via falha alguma em Jisung, até mesmo quando ria sem controle algum ou contava algo triste, quando as suas sobrancelhas ficavam caídas numa expressão de derrota e dor. Queria acariciá-lo na nuca, subir a mão até a ponta dos seus dedos entrarem em sua formosura azul brilhante e puxá-lo para um beijo bem intencionado e inesquecível. E só haveria ele e Jisung no mundo, então seria o momento mais feliz da vida de Mark Lee.

— Mark! — gritara Jeno, acordando o rapaz dos seus doces devaneios — Já é a quinta vez que te chamo! Está dormindo, é?

— Ahn... Claro que não... — respondera envergonhado, lançando um último olhar para Jisung enquanto Jeno jogava o braço ao redor dos seus ombros.

We Young || Chensung + MarksungOnde histórias criam vida. Descubra agora