Fico abismado. Num impulso, coloco a mão na boca enquanto algumas lágrimas rolam pelo rosto. Confesso que já imaginava, mas me nego a aceitar que mais um membro da família esteja condenado à morte.
***
Testemunhei um desmaio semana passada. Ela estava na cozinha quando, de repente, recuou com passos vacilantes e, em seguida, apagou. Seu rosto ficou pálido, quase sem cor. Tentei reanimá-la, mas ela não acordou. Desesperado, gritei por ajuda. Érica tinha saído cedo para procurar trabalho e eu estava sozinho em casa sem ninguém por perto. Corri para fora e recomecei a gritar. Um homem alto e barbudo, que estava de passagem, ouviu os gritos e correu em meu socorro. Disse a ele que minha avó estava caída na cozinha e que achava que ela estava morta. O homem foi correndo até ela. Verificou o pulso. Para o meu alívio, ela ainda estava viva, mas precisava de atendimento médico o quanto antes.
Chamamos uma ambulância, que veio dez minutos depois.
— Onde está a sua mãe? – perguntou um dos paramédicos.
— Ela saiu.
— É melhor informá-la – disse o homem que ajudara minha avó. Ele pôs a mão no bolso e pegou o celular. – Aqui. Ligue para ela.
Pouco tempo depois, estávamos no hospital, esperando o resultado dos exames. Mas acabei adormecendo na sala de espera e, quando acordei, estava de novo em casa, no meu quarto, na minha cama, o que me levou a pensar que tudo não passara de um pesadelo.
Levantei-me achando que encontraria a vovó na cozinha, sorrindo e assobiando sua música favorita enquanto terminava de preparar o café da manhã. Mas quando cheguei lá, percebi que o "pesadelo" que eu tanto temia havia se tornado realidade.
Érica falava ao telefone em voz baixa como se já esperasse a ligação e depois de vários sins, disse:
— Está bem, Jacques. Eu irei agora mesmo.
Desligou. Em seguida se virou e, quando me viu parado atrás do balcão, deixou o telefone cair no chão.
— O que foi? Que cara é essa?
— Bom dia, filho. Não foi nada. É que você me assustou.
— Com quem estava falando?
— Hã...
— Com o médico que examinou a vovó?
— Eu...
— Quais são os resultados? O que ela tem? É grave?
— Eu não sei.
— Como assim não sabe? Estava falando com o médico, não estava? O que ele disse?
— Já disse que não sei. Fique calmo. A sua avó está bem.
Se ela estivesse bem, agora ela estaria aqui conosco, era o que eu queria dizer. Sabia que ela estava mentindo. Havia tensão em sua voz. Isso significava que a vovó não estava nada bem. Vi como ela ficou pálida quando perdeu os sentidos. Ela continuava no hospital. E eu ali, sem notícias dela.
— O que quer para o café da manhã?
— Nada. Não estou com fome.
— Como quiser. A propósito, tenho que sair.
— Onde a senhora vai?
— Tenho que resolver um assunto que deixei pendente no centro da cidade.
— Que assunto?
— Prometo que logo você vai saber.
E não disse mais nada. Pegou a bolsa e saiu.
***
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Para Sempre - A Escolha
Genç KurguEm seu primeiro ano no internato Crossfield, Adrian M. Lindenberg, um jovem inteligente e carismático, vive dias felizes ao lado de seus melhores amigos e de sua namorada, a bela e carismática Hannah Anderson. Mas tudo muda quando ele reencontra Lar...