Eu e Você ?

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Vi os pés do motorista vindo em minha direção, por um momento achei que tivesse morrido. Foi quando encontrei aqueles olhos cor de jabuticaba me olhando com preocupação.
- Vick você esta bem?. Somente uma pessoa me chamava assim.
Não podia acreditar que ele estava aqui, sempre me salvando, aparecendo sempre quando preciso. As lágrimas arderam em meus olhos novamente. Não queria ver ele, não agora.
- Eu estou bem. Disse me sentando. – Foi só um susto.
- Você tem certeza de que não se machucou?.Ele perguntou me examinando por completo e procurando ferimentos.
- Sim eu tenho, estou bem. Disse me sentando. – Foi só um susto.
Eu queria muito chorar.
- Espera, você esta chorando?. Ele perguntou com seu cenho levantado e franzido.
Baixei a cabeça.
- Não.
- Sim, você estava... Consegue se levantar?.
Balancei a cabeça. Rodrigo me ajudou a levantar delicadamente. Ele me guiou até seu carro.
- Não saia daí. Disse ele fechando a porta do carro bruscamente.
Observei Rodrigo indo até o motorista que quase me atropelou.
- Caralho! Você não presta atenção! Você quase atropelou a minha namorada. Rodrigo berrou para o homem gordo que parecia totalmente nervoso.
- Ela não estava prestando atenção quando atravessou a rua porra!. Ele disse passando as mãos pelo rosto.
- O que? Você ainda tem coragem de culpar ela, seu filho da puta!. Rodrigo acertou em cheio um soco na cara do homem.
Cobri a boca com as mãos e sai do carro correndo em direção ao Rodrigo.
- Rodrigo não!. Disse olhando para o homem que provavelmente estava com o nariz quebrado.
Rodrigo me olhou e relaxou as mãos.
- Você vai pagar por isso. Falou ameaçando o homem.
- Rodrigo, deixa isso pra La. Disse tentando acalmá-lo.
Ele olhou para mim exasperado.
- Você poderia ter morrido! Ou se machucado seriamente. Então não me peça para deixar isso para lá.
- Eu não estava prestando atenção quando atravessei a rua. Eu também tenho culpa Rodrigo.
Ele semicerrou os olhos. - Não se culpe por uma coisa dessas... Entendido? Vou levar você para o hospital agora.
- Não, isso é um exagero... Eu nem me machuquei
- Você é muito teimosa Vitoria. Foi a primeira vez que disse meu nome completo.
Rodrigo veio em minha direção e colocou meu sinto de segurança. Segurei o ar forte em nosso leve contato. Eu estava perto dele de novo, tão perto que podia sentir e o gosto do seu beijo. Balancei a cabeça negativamente para afastar os pensamentos. Isso não iria acontecer de novo.
- Obrigado Rodrigo, parece que você sempre esta por perto para me salvar. Falei.
- Vitoria... Eu sempre estou perto de você, mesmo que você não me veja. Ele disse sem me olhar.
- O que?. Disse com o cenho franzido.
- Um dia você vai entender, agora vou alimentar você e te deixar na faculdade. Ia dizendo, e como ele costumava, não pediu minha opinião. – Agora quero que você diga por que estava chorando.
- Eu apenas tive um problema hoje no trabalho.
Ele acertou o volante com os punhos me assustando.
- Aquele advogadozinho fez alguma coisa pra você? Eu vou acabar com ele!.
- Não! Claro que não. O Dr. Bittencourt não me faria nada de mal.
Rodrigo segurava o volante com força e ficou pensativo por um tempo.
- Foi demitida?.
- Não. Disse rápido. – Quer dizer, n]ao sei... Pelo menos não oficialmente.
- Eu posso contratar você, tenho varias empresas com vagas disponíveis. Ele disse prontamente.
Trabalhar com Rodrigo seria ótimo, pensei.
- Obrigado, mas espero que não seja necessário.
Ele me olhou com uma expressão magoada. – Você não quer trabalhar comigo? Eu seria o melhor chefe que você já teve. E sou muito generoso com meus em pregados.
- Não é isso. Disse sorrindo. – Eu apenas gosto do meu emprego.
- E você gosta do seu chefe?.
- Sim. Respondi sem entender o sentido da pergunta.
Rodrigo semicerrou os olhos.
- Quer dizer ele me ajuda muito, e é um bom chefe. Expliquei.
- E porque ele iria querer demitir você? Pelo que notei ele gosta ate de mais de você. Disse Rodrigo com ironia.
- Rodrigo você tem que para de julgar o0 Dr. Bittencourt, ele não é esse tipo de pessoa que você imagina. Disse revirando os olhos.
- Você acha que não é. Rodrigo insistiu, olhei para ele com as sobrancelhas franzidas. – Ok, agora me diga o porque você acha que ele vai te demitir.
Olhei para ele relutante não queria conversar sobre isso.
- É que.. eu. Não conseguia formar a frase.
Rodrigo me avaliou, sua expressão estava estranha.
Suspirei. – Eu discuti com ele, porque queria saber se eu tinha terminado com você, e eu perdi o controle com a sua insistência em querer saber da minha vida pessoal. Olhei para a janela e complete. – Ele acha que você é meu namorado.
- Que bom que ele acha isso. Disse serio.
- Mas não é verdade. Rebati irritada.
- Ainda não. Ele disse com um sorriso de quem guarda um segredo.
Fiquei com um frio na barriga, isso não tem cara de Rodrigo, ele mesmo disse que não gostava de relacionamentos serio. Porque ele iria querer um comigo? Resolvi mudar de assunto.
 - Você sumiu. Disse.
 - Eu tive que fazer uma viagem a negócios.
 Me senti tola, ele não tinha desistirão de mim só estava trabalhando.
 - Ah. Falei sem sabem o que dizer.
 Senti como se eu não o visse a semanas não a dois dias. Queria dizer a ele que senti sua falta, mas me contive.
 - Para onde vamos?. Perguntei.
 - Para a minha casa. Ele disse brandamente.
 Arregalei os olhos.
 - Não.
 Não podia ficar entre quatro paredes sozinha com Rodrigo, era mais do que podia suportar.
 - Qual é o problema? Você deveria confiar em mim... Acho que já deu pra provar que não sou nenhum estrupador.
 - Eu confio em você, por incrível que pareça, mas não confio em mim. Disse hesitando.
 - Por que?. Ele quase riu.
 - Porque eu sinto coisas quando estou perto de você. Confessei. Meu rosto ruborizou por completo.
 Na verdade eu acho que ele já sabia, não dava nais para negar isso.
 - O que você quis dizer com coisas?. Ele questionou.
 - Você sabe. Revirei os olhos.
 - Você sabe que essas coisas já poderiam ter sido resolvidas. Ele usou um tom sugestivo.
 - Rodrigo, não posso ir para a sua casa.
 - Pode sim Vitoria.. Porque o medo? O que pode acontecer?.
 Pensei na pior possibilidade, o rubor tomou conta do meu rosto novamente e Rodrigo percebeu isso.
 Rodrigo parou o carro. - Vitoria, tem alguma coisa que eu precise saber?.
 - O que exatamente você esta querendo dizer?. Eu não ousei encarar ele.
 - Você esta nervosa. Ele afirmou.
 - Não estou não. Falei mais alto do que pretendia.
 - Porque a ideia de ir para minha casa te assusta tanto?. Ele não parava com seus questionamentos.
 Queria que ele parasse de fazer perguntas.
 - Não me assusta, é só que... Não tinha ideia do que fizer.
 Rodrigo franziu o cenho.
 - Você é virgem.
 Eu encarei o chão. Respirei profundamente e encarei-o, seus olhos estavam selvagens depois de perceber que sua afirmação era verdade.
 - Você não percebe que acabou de jogar um pequeno pedaço de carne para um leão faminto?. Ele disse.
 - Rodrigo. Eu disse em tom de aviso.
 - Eu estou brincando Vitoria, nunca forçaria você a fazer nada. Afirmou ele.
 - Bom afora você já sabe o motivo. Eu falei olhando pela janela.
 - Já chegamos Vick, e isso não é um motivo. você não pretende ser virgem para sempre não é?.
 Arregalei os olhos. Claro que essa não era a intenção, na verdade a ideia me assustava um pouco, já estava velha demais para ser virgem, as garotas da minha idade raramente eram virgens... Eu era uma pequena exceção, o único motivo de não ter perdido a minha virgindade era a pressão que minha avó colocava em mim e também nunca teve um cara que me fizesse querer transar, mas Rodrigo era diferente, um beijo dele fazia-me derreter por completo. Céus, apenas um toque seu me deixando molhada, eu realmente tinha uma grande queda por ele.
 - Não... Mas isso não quer dizer auê eu vou querer mudar isso agora. disse envergonhada com o fato.
 Rodrigo riu.
 - Eu sei, então vamos lá?. Ele disse dando um aperto de leve na minha mão.
 - ok. Falei resignada.
 Quando sair do carro dei de cara com um prédio luxuoso. Tudo bem eu sabia que o Rodrigo era rico, mas não imaginava um prédio desses.
 Rodrigo pegou minha mão e abriu um leve sorriso, entramos pela porta de vidro automática e a recepcionista me avaliou com cenho franzido, mas logo sua atenção foi direcionada totalmente para Rodrigo. Claro.
 - Boa tarde senhor Fernandes, o senhor deseja alguma coisa?. Ele é perguntou com a voz melosa.
 Senti-me enjoada quando me veio a mente que ela pode ter sido uma de suas conquistas. Afastei o pensamento.
 - Eu só não quero ser incomodado. Falou seco sem ao menos olhar para ela.
 Pelo menos ele não flertava na minha frente pensei amargamente, a atendente era realmente muito bonita para receber um flerte.
 - Você esta pensativa. Rodrigo comentou quando entramos no elevador.
 Eu realmente não iria perguntar sobre a recepcionista, mas minha boca estava sem filtro algum quando eu percebi as palavras eles tinham saído da minha boca.
 - Você já ficou com a recepcionista?. Ele me lançou um olhar curioso.
 - Está com ciúme?.
Revirei os olhos, eu tinha boca muito grande.
 - Não Rodrigo, só em seus sonhos. Disse fazendo chame. - Apenas estou curiosa.
 - Sim, fiquei com ela uma vez. Respondeu sério.
 - Hnn.. Disse sem saber o que dizer. cruzei os braços e me afastei um pouco dele senti uma coisa estranha no meu peito e não queria ele perto de mim Rodrigo era realmente um cafajeste tinha que aceitar isso.
 De repente Rodrigo me prensou contra a parede.
 - Não acredito que não está com ciúmes Vitória, eu tenho certeza que essa sua indiferença esconde seus reais sentimentos
 - Rodrigo me solta!. Gritei com raiva.
 - Por que Vitoria?. Ele sussurrou em meu ouvido. - Porque você não admite que se sente do mesmo jeito que eu me sinto?.
 - Por que não sinto. Respondi ofegante.
 O elevador se abriu e Rodrigo me puxou, sai do elevador zonza, olhei ao redor e vi que só havia uma porta no andar.
 - Esse andar é só seu?. Perguntei tentando deviar o assunto.
 - Sim, só meu. Respondeu em um tom sugestivo. Arrepiei-me toda.
 - Hnn. Eu estava sem fala, o que acontecia quando eu estava me sentindo nervosa.
 Ele abriu a porta e me guiou sem soltar minha mão, eu estava começando a suar frio estava fora da minha zona de segurança, e sabia disso.
 Examinei o lugar e senti minha mão sendo libertada. Finalmente. A decoração era muito elegante, exalava poder como Rodrigo, notei distraidamente.

A Garota Do Cabelo Azul - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora