Irmãos De Sangue

25 4 0
                                    

Acordei com uma dor de cabeça horrível, levantei, me olhei no espelho; estava horrorosa. Meus olhos estavam inchados pela choro da noite passada. fiz uma careta para meu reflexo e lavei o rosto para despertar.
 Fui até a cozinha tomar café, ee certifiquei se minha avó estava em casa. Ela havia saído cedo, ainda é 7hrs da manhã.
 Estava tão distraída na noite passada que nem havia me lembrado que era domingo. Não era dia de trabalhar e teria a tarde toda para fazer minha pesquisa.
 Servi meu café e fiquei olhando o vapor que saia dele.
  Tinha que contar para Rodrigo que iroa embora, quanto mais tempo demorasse mais magoado ficaria. Não queria correr o risco de perde-lo e também não podia engana-lo. A ideia de escolher entre os dois estava me corroendo por dentro mas ja estava decidido, o certo era partir.
 Acabei meu café e resolvi sair para procurar o apartamento pessoalmente. Seria bom para arejar a cabeça e relaxar. Pensei no que ia dizer para minha vó não falaria nada sobre o apartamento; não era a hora certa.
 - Que foi?. Ela perguntou sem rodeios.
 - Oi. Eu só liguei para avisar que vou sair para fazer uma pesquisa na faculdade. Sempre me sentia mal quando mentia, mas era por uma causa justa.
 - Você não pode fazer isso  casa no seu notebook? Ele não serve mais para isso? Joguei dinheiro fora quando o comprei?. Ela começa a brigar.
 - É em grupo. Disse calmamente.
 - Ta ok.. Mas não vai fazer como ontem e chegar de madrugada em casa. Ela disse e desligou.
 Revirei os olhos. Havia atrasado apenas meia hora, ela sempre exagerava.

********

Andando até o ponto de ônibus lembrei-me de quando Rodrigo quase me matou de susto me seguindo lentamente em seu carro. Um sorriso bobo nasceu em meu rosto.
 Fiquei um pouco apreensivo com o fato de de ele não ter ligado, ne mandado mensagem. Era domingo não podia estar trabalhando ou estava? assim ele era um CEO, certamente não tinha muitos dias de folga.
 Concordei com a segunda opção e resisti à vontade de ligar.
 Fiquei impressionado com a quantidade de apartamentos disponíveis. Um em especial chamou minha atenção, era pequeno e aconchegante. Quando entrei nele já me imaginei morando.
 - A Sr. vai querer este?. Perguntou a corretora esperançosa.
 - Sim, este é perfeito. Disse olhando pela janela o fluxo de pessoas andando apressadamente na rua. Era uma bela vista.
 Ela ficou entusiasmada.
 - Que bom, podemos ver os detalhes do pagamento e você vai poder se mudar muito em breve.
 - Ótimo. Respondi. - Pretendo me mudar o quanto antes.
 Uma parte já estava feita, só faltava a parte mais complicada: falar com minha avó.
 Essa parte não me abalou naquele momento. Estava me sentindo realizada. Finalmente poderia ser independente. 
 Meu celular vibrou em minha bolsa, peguei esperando ver o nome de minha vó na tela... Rodrigo.
 - Rodrigo. Disse com um sorriso.
 - Oi linda. Ele disse com a voz arrastada.
 - Você esta bem?. Meu sorriso se desfez.
 - Não ha nada bem, queria que você estivesse aqui. Soluçou.
 Ele estava chorando?. Comecei a ficar nervosa.
 - Onde você esta?.
 - No meu apartamento, estou me sentindo tão sozinho aqui. Quero meu anjo aqui comigo.
 Sua voz indicaca que ele estaca bêbado. Nunca tinha o visto nesse estado, alguma coisa tinha acontecido.
 - Estou indo ai. Disse começando a descer as escadas rapidamente.
 - Serio? Não! Você não pode me ver nesse estado, estou um caco. Estou em pedaços. Precisando tanto de você.
 A frase não fazia sentido algum.
 - Não saia dai. Disse com a voz firme e desliguei.
 Em que estado ele estava? Sera que estava ferido?. Um monto de coisa começou a passar pela minha cabeça.
 Peguei um táxi para chegar mais rápido em menos de meia hora estava subindo no elevador de seu prédio.
 Quando sai do elevador trombei com um homem alto de cabelos casganhos.
 - Descul.. Comecei a dizer quando olhei para o sujeito. Minha voz não queria sair.
 Era o Daniel aquele que se referiu a mim como um dos novos brinquedinhos do Rodrigo.
 - Olá linda. Ele disse com um sorriso largo. - Que prazer ve-la novamente.
 Estremeci ao escutar ele me chamar de linda.
 - Oi. Respondi com a voz trêmula.
 - O que você faz aqui?. Ele perguntou. Seus olhos me avaliaram, notei que a cor deles era de mel.
 - Vim ver Rodrigo. Disse.
 Alguma coisa me dizia que devia me afastar dele e ir embora.
 - Foi o que pensei, o que você acha que conversamos um pouco antes de você vir vê-lo. Em um lugar mais reservado?.. Meu apartamento é logo ali. Disse apontando para trás de si.
 Olhei ao redor, esse não era o andar em que Rodrigo morava. Estava no lugar errado, e obviamente na hora errada.
 - Não. Eu tenho que ir. Disse virando as costas.
 - Eu a deixo nervosa ?.
 - Não. Menti.
 - Por que parece que sim, você esta fugindo de mim. Retrucou Daniel, analisando-me atentamente.
 - É que eu estou com pressa, tenho que ir. Disse virando-me para sair.
 Ele segurou meu braço.
 - Eu preciso conversar com você.
 Puxei meu braço bruscamente.
 - Mas eu não quero conversar com você, e não me toque por favor.
 Daniel franziu o senho, soltando-me.
 - O que Rodrigo disse a você?.
 - Não sei do que você esta falando.
 - Você é uma garota inteligente, mas também é bastante ingênua, ao ponto de confiar no Rodrigo. Ele não é quem você está pensando, deveria se afastar dele.
 - E eu posso confiar em você? nem o conheço e confesso que não me causou boa impressão ontem à noite. Disse em tom acusador.
 - Eu estou tentando te mostrar quem é o verdadeiro Rodrigo, você não conhece.
 - Me deixe em paz, e o Rodrigo também. Essa sua tentativa de me separar dele pelo motivo que nem quero saber, não vai funcionar.
 Daniel abaixou a cabeça encarando os pés, parecia decepcionado.
 - Eu só espero que um dia você saiba toda a verdade. Você merece isso.
 E sem mais uma palavra entrou no elevador sem olhar para trás.
 Me escorei na parede à procura de apoio, estava sentindo uma coisa estranha no peito e meu pulso estava acelerado. Não podia negar que Daniel me deixava extremamente nervosa, o que estava acontecendo comigo? quem era Daniel? e que envolvimento tinha com Rodrigo?.
 Não tinha idéia da resposta para essas perguntas. Isso só me provava que não conhecia.
 Me recompôs e entrei no elevador, dessa vez não errei o andar. Bati na porta do apartamento de Rodrigo e não obtive resposta, girei a maçaneta e fiquei aliviada ao ver que estava aberta e entrei.
 O apartamento estava uma bagunça, e havia vidros espalhados por toda parte.
 - Rodrigo. Chamei-o.
 Nada.
 Entrei no seu quarto e o vi jogado na cama completamente vestido. Havia uma garrafa de vodka vazia em suas mãos. A cena fez meus olhos lacrimejarem, ele parecia devastado o que que é que tem acontecido não foi uma coisa boa.
 - Rodrigo. Tenrei chama-lo novamente.
  Ele abriu um pouco os olhos e murmurou algo. Logo em seguida adormeceu de novo.
 Tire seus sapatos e afrouxei sua camisa, que cheirava fortemente álcool.
 Olhei a hora no relógio em seu pulso ainda eram 14 horas, tinha que esperar eleu acordar. Enquanto isso arrumei a bagunça na sala, juntei os cacos de vidro e aproveitei para fazer um lanche para comermos. Tinha certeza de que ele não havia comido.
 Estava sentado na mesa distraída em meus próprios pensamentos quando o Rodrigo acordou.
 - O que você esta fazendo aqui?. Perguntou.
 Seu tom não era gentil.
 - Você me ligou. Disse como se explicasse tudo.
 - Você não devia ter vindo. Disse se sentando ao meu lado. - Pelo que você viu não estou nada bem.
 Eu o encarei de olhos semicerrados ele estava sendo tão frio, eu vim para ajudá-lo e ele estava me tratando desse jeito, isso não estava certo.
 - Eu vim por você. Retruquei sem esconder a irritação e minha voz. - Você estava precisando de mim e eu estou aqui não entendo porque você está me tratando desse jeito.
 Seu rosto se suavizou.
 - Me desculpa, é que esse dia tá sendo difícil... Não queria que você me visse desse jeito; bebi mais do que deveria e estou com uma dor de cabeça horrível, obrigado por vir.
 - Tudo bem, Rodrigo. Disse relaxando. - Você precisa comer alguma coisa. Levantei-me e peguei um comprimido que carregava na bolsa.
 - Isso vai ajudar a passar essa dor de cabeça.
 Ele pegou o comprimido e abriu um sorriso fraco. Não queria conversar com ele nesse estado mas não podia adiar o inevitável, eu precisava de explicações respostas sobre o que estava acontecendo precisava saber quem era Daniel, e por que sempre insinuava coisas horríveis sobre Rodrigo.
 Minha cabeça estava a mil, buscando justificativas para os atos de Daniel, com isso, ficava cada vez mais confusa. Não queria acreditar que estava sendo enganada.
 Rodrigo terminou de comer o sanduíche e permaneceu calado sem me olhar, notei apreensiva que ele ficou estranho desde o encontro com Daniel. recolhi a louça suja e pus na pia. Senti as mãos de Rodrigo em minha cintura, logo seus lábios estavam colados no meu pescoço.
 - Senti muito sua falta. Ele disse com sua voz rouca.
 Eu também havia sentido, meu corpo ansiava pelo seu toque.
 - Rodrigo. Sussurrei.
 - Diga linda.
 Senti um tremor involuntário. Não sentia a mesma coisa de antes quando ele me chamava assim.
 - Não me chame mais disso. Disse abruptamente me afastando dele.
 Ele me olhou confuso.
 - De linda?.
 - Sim.. Por favor.
 - Sempre te chamei assim, o que há de errado agora?. Perguntou de cenho franzido.
 - Precisamos conversar. Desviei o assunto, não queria responder sua pergunta, ainda estava desconfortável com tudo o que estava acontecendo. Ele suspirou pesadamente.
 - Isso tem alguma coisa a ver com Daniel não é? você disse que me daria o tempo necessário para me explicar, ainda não estou pronto.
 Não respondei de imediato. Ele passou as mãos pelos cabelos nervosamente, encarou o chão parecia desolado.
 - Eu sei, mas tudo isso está tão estranho. Disse sentando na cadeira. - Quando eu cheguei aqui acabei encontrando Daniel no corredor.
 Rodrigo me interrompeu. Seus olhos brilharam de fúria.
 - Ele fez alguma coisa a você?.
 - O que ?.
 Não queria que a conversa tomasse esse rumo.
 - Vitoria, me responde. Ele exigiu.
 Ele apenas disse que sou ingênua demais e não deveria confiar em você, pensei com ironia.
 - Não.
 - Eu te conheço mais do que você pensa, sei que esta mentindo.
 - isso não está em questão agora Rodrigo, não posso mais esperar você estar pronto ou não para me explicar o que está acontecendo; desde que esse Daniel apareceu você não é mais o mesmo, e fora as coisas que ele disse. Isso não sai da minha cabeça.
 Ele se sentou ao meu lado e respirou fundo.
 - O Daniel é meu irmão.
 O olhei sem acreditar. Irmãos? porque o irmão de Rodrigo falaria tão mal dele.
 Depois de analisar toda situação, faz muito sentido, como não percebi isso antes? a semelhança entre eles era alarmante o mesmo cabelo mesmos traços apenas os olhos eram diferentes.  Não consegui dizer nada, de repente minha boca estava seca.
 - Não nos damos muito bem desde a morte do nosso pai. Ele mudou muito após saber que eu ficaria como sócio majoritário de todos os bens, disse que eu havia persuadido nosso pai para deixar a maior parte da herança em minha posse. Como você sabe eu não colocava os pés na empresa e não era um bom exemplo para receber tal responsabilidade, mas ele era completamente contrário de mim, sempre estava na empresa cuidando dos negócios. Um dia discutimos seriamente e não voltamos a nos falar, até hoje não entendi o porque do papai ter me deixado  com a maior parte de tudo. Nunca quis isso, e ele sabia disso... Mas antes de morrer disse que eu deveria cuidar de tudo, ele confiou tudo em minhas mãos.
 Fiquei calada por um momento tentando absorver tudo.
 - Você nunca me disse que tinha um irmão.
 - Esse não é o meu irmão, ele morreu no dia em que leram o testamento do meu pai, depois disso ele virou uma pessoa amarga e gananciosa.
 - E por que ele disse aquelas coisas no restaurante?.
 - Não escute nada do que ele disse, ele quer nos separar porque ele sabe que se eu te perder isso me afetaria muito, Daniel sabe que você é meu ponto fraco. Por isso você não pode deixar ele se aproximar, ele vai tentar chegar de todas as formas em você mas eu não vou permitir que isso aconteça.
 Meu coração bateu forte em meu peito, eu era o ponto fraco dele.
 - Me desculpe não te dizer isso quando você pediu, é um assunto complicado e difícil para mim, eramos muito, mais muito unidos apesar das diferenças. Perder um irmão não é fácil.
 Peguei suas mãos, e anlacei nas minhas.
 - Tudo bem Rodrigo,  eu entendo você e não se preocupe com Daniel, ele nunca vai nos separar, o unico que pode fazer isso é você mesmo.
 Abracei-o forte e o beijei apaixonadamente.
 Eu iria esquecer tudo o que Daniel disse no restaurante, e não o deixaria se aproximar de mim. Sabia que podia confiar em Rodrigo. Daniel era o irmão vingativo e ganancioso, nele é que não deveria confiar.
 As mãos de Rodrigo começaram a percorrer meu corpo, ele tirou minha camisa e distribuir beijos pela barriga.
 - Vitória você não tem ideia do quanto estou apaixonado por você.
 Suas mãos alcançaram meu sutiã. Estava prestes a tirar sua calça quando meu celular vibrou violentamente na mesa quebrando o encanto.
 Meu sangue gelo, tinha esquecido completamente da minha avó. Olhei para a hora e já passava das 18h.
 - Alô. Disse com a voz trêmula. Já estava preparada para escutar ela brigar comigo.
 - Onde você está Vitória? sabe que horas são? Que porra de trabalho é esse que está durando até essa hora. Ela disse, pelo seu tom de voz sabia que seu humor não estava nada bom ela nunca falava palavrão, isso era o sinal péssimo.
 - Já estou indo para casa. Disse rapidamente.
 - Você só pode estar brincando comigo! Perguntei aonde você esta agora! Esta surda?.
 Estremeci.
 - Estou... Na casa de um amigo fazendo o trabalho. Ela notou a insegurança em minha voz.
 - Você está mentindo para mim Vitória, você acha que eu sou idiota?.
 - Não vó. Disse desesperadamente. - Eu já estou indo para casa. Disse novamente na esperancs de acalma-la.
 - Para o seu bem, espero que não demore e que arramhr uma mentira mais convincente. Ela avisou.
 Estava tremendo. Sabia o que estava por vir. Ainda não tinha visto ela tão alterada.
 Lágrimas começaram a descer pelo meu rosto, não conseguia pensar no que dizer para fugir dessa situação, minha única opção é enfrentar a fera.
 - O que aconteceu?. Rodrigo perguntou foi preocupado.
 - Minha avó. Solucei. - Ela sabe que não estou fazendo trabalho algum, está muito brava e não sei o que fazer para acalmá-la.
 Rodrigo me abraçou.
 - Calma Vitória... Respire. Ele disse passando a mão em minhas costas. - Você não é mais uma criança ela não pode te fazer mal.
 Sua tentativa de me tranquilizar me deixou ainda mais aflita
 - Você não conhece ela, as coisas que ela diz me machucam muito. Não aguento mais isso.
 - Eu foi com você. Disse Rodrigo. - Chega dessa merda toda, você vai embora de lat hoje mesmo.
 Arregalei os olhos.
 - Não, você não pode aparecer lá, só vão piorar a situação. Eu vou sozinha. Vou coinversar com ela.
 Ou tentar. Pensei.
 Rodrigo me abraçou mais forte. Desvemcilhei-me de seus braços.
 - Preciso ir agora, cada segundo que ela espera, pior vai ser.
 Enxuguei meus olhos.
 - Não vou deixar você ir sozinha, vou levar você.
 - Obrigado.

********

 - Boa sorte, e qualquer coisa me liga. Rodrigo disse quando estava a um quarteirão da minha casa.
 - OK.
 Evitei chorar no caminho para casa, nessas situações o choro só a deixa mais irritada.
 Sai do carro e andei rapidamente ate em casa.

A Garota Do Cabelo Azul - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora