Paparazzi

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Depois de uma semana voltando a minha rotina normal e nova ao mesmo tempo, já estava habituada. Não foi difícil, afinal eu tinha Rodrigo e tudo com ele era mais fácil, mas havia uma única coisa que não saía da minha cabeça minha avó, será que estava bem? será que estávam contratando-a com cuidado? ela estava com raiva de mim?.
Eram tantas perguntas que ainda me atormentavam, eu tinha que vê-la, saber como estava, só assim ficaria em paz, de algum modo.
Estava uma segunda-feira, e decidi que era o dia certo para pedir demissão do escritório de advocacia Bittencourt. Havia adiado por falta de coragem, no fundo eu realmente não queria deixar meu emprego, eu devia muito ao Dr. Bittencourt, que sempre foi tão bondoso me ajudando sempre que eu precisava.
Mas já havia me decidido e não poderia voltar atrás, estava na hora de começar minha carreira a trabalhar em minha área e adquirir experiência.
- Em que você está pensando? você anda tão distraída. Perguntou meu futuro ex chefe.
Limpei a garganta.
- Preciso conversar com o senhor.
- Para sua sorte estou livre agora, hoje não está sendo um dia movimentado, venha até minha sala.
O segui ate sua sala e me sentei, suspirando.
- Pela sua expressão, o assunto é sério. Comento ele me examinando.
- Sim. Disse olhando para minhas mãos juntas em meu colo evitando seu olhar.
- Pode falar.
Levantei meus olhos.
- Primeiramente eu quero lhe agradecer por tudo que o senhor fez por mim, quero que saiba que sou muito grata. Os olhos verdes do Sr. Fernando se estreitaram.
- Eu sei disso, e não me arrependo de ter lhe contratado você é a melhor secretária que já tive.
Suas palavras causaram pontadas e meu peito, não tinha a intenção de ser sua melhor secretária parecia muito injusto pois não trabalharia mais com ele. Engoli em seco as palavras presas em minha garganta. Porque estava me sentindo tão culpada?.
- Eu fico feliz em saber que trabalhei competentemente. Meu chefe me encarou desconfiado.
- Onde você está querendo chegar?.
- Eu estou pedindo demissão. Soltei.
- Se for algum tipo de brincadeira, saiba que não tem graça. Ele disse com expressão fechada.
- Não estou brincando, como eu disse sou muito grata ao senhor por tudo, mas agora está na hora de eu trabalhar em minha área eu vou terminar a faculdade e preciso de experiência. Eu sinceramente, amo trabalhar aqui, tenho um ótimo chefe, minha carga horária é pequena, não tenho do que reclamar. Mas não posso mais ficar aqui.
- Eu já estava imaginando que isso iria acontecer, foi seu namorado que sugeriu isso? seu tom era duro.
- Sim.
- Então está explicado, ele a manipulou, estava se sentindo ameaçado e resolveu te afastar de mim, eu pensei que você não se deixaria levar por um homem como ele. Não quis me meter em sua vida pessoal.
quando vi vocês dois juntos, mas acho que você não conhece seu namoradinho, ele não é o príncipe que saiu de conto de fadas, muito pelo contrário. Ele toma uma respiração profunda e torna a falar. - Você não se preocupa com seu futuro? quando esse caso acabar e você perder seu encanto por, ele o que vai acontecer? ele vai mante-la? Ou vai abandona-la?
Não respondi. Estava tão chocado, que congelei com suas palavras, esse não era o Fernando que eu conhecia.
- Acho que você não faz ideia do que está fazendo com sua vida. Ele me encarou por um longo tempo, passou as mãos sobre o rosto. - Sua demissão está aceita, a partir de hoje você não trabalha mais para mim, não precisa vir mais aqui eu providenciarei uma substituta temporária, seu salário desse mês seguro e tudo que você tem direito estarão em sua conta amanhã.
- Eu...
- Você pode ir, Adeus Vitoria.
Levantei-me em silêncio, parecia que eu não conseguia pronunciar palavra alguma, o gato literalmente comeu minha língua. Fui até minha mesa e recolhi minhas coisas rapidamente, não poderia ficar aqui nem mais um minuto.
Deixei o prédio ainda com a sensação de anestesia, não queria processar as coisas que ouvi do Fernando nunca pensei que ele diria uma coisa dessas, não ligue para Rodrigo, andei até o bar mais próximo e sentei-me em uma mesa ao ar livre, precisava de um tempo sozinho para processar tudo.
- Você deseja uma bebida?. Perguntou o barman.
- Sim. Respondi, mas não fazia ideia do que pedir.
Nunca havia bebido na vida, o barmen elevou a sobrancelhas em questionamento.
- O que você sugere para uma pessoa que acabou de deixar o emprego. Ele abriu um pequeno sorriso.
- Depende, isso é bom ou ruim?.
Franzi os lábios.
- Eu pensei que seria bom, mas não foi como eu esperava.
- Entendi, sei o que você precisa. Disse anotando no pequeno bloco de papel.
- Obrigada.
Enquanto esperava escondi meu rosto entre as mãos, o que eu estava tentando fazer? encher a cara?. Talvez, não queria analisar isso.
Para tudo tem uma primeira vez, de qualquer jeito.
- Vitoria Miranda?.
Levantei a cabeça, sobressaltada uma mulher que nunca havia visto em minha vida, estava em minha frente e sabia meu sobrenome.
- Desculpe-me, mas não a conheço.
- Eu que peço desculpas pela indelicadeza, sou Andreia, jornalista da revista fama.
Jornalista? Olheo-a com desconfiança, apertando sua mão.
- Prazer, ainda não entendi como você sabe o meu nome.
Os olhos da jornalista se arregalaram em surpresa.
- Você está em todas as capas das revistas, você é o atual caso do empresário Rodrigo Fernandes, você não lê revistas?.
De tudo o que ela disse só dei ouvidos a parte em que se referiu a mim como o atual caso de Rodrigo.
- Eu não sou o atual caso do Rodrigo, sou sua namorada. Corrigi em um tom seco.
Porque todo mundo pensava isso de mim? Eu conhecia Rodrigo, sabia que era um mulherengo e passava cada noite com uma mulher diferente, mas isso era antes de mim eu não era mais um desses seus casos passageiros. Os olhos de Andreia se alargaram ainda mais.
- Mais ele nunca teve um relacionamento sério oficialmente.
O barman chegou com a minha bebida e infelizmente tarde demais, tirei um maço de notas e coloquei sobre a mesa.
- Acho que isso é suficiente, tenho que ir agora. Ele me olhou confuso e a assentiu.
- Espere Vitoria, tenho tantas perguntas, poderíamos tomar algo juntos?.
- Não obrigada, estou com pressa.
Andei rapidamente igunorando os chamados da jornalista inconveniente. O que estava acontecendo comigo? Devo ter levantado com o pé esquerdo. Não poderia ver Rodrigo tão cedo, precisava colocar a cabeça no lugar mas estava sendo uma missão impossível. Por que o Rodrigo não me falou nada? ele com certeza sabia que estávamos na capa das revistas, e em nenhum momento me falou nada sobre isso.
Agora entendia os olhares curiosos que estava recebendo ha dias, estava sendo reconhecida pelas pessoas ao meu redor eu poderia entrar em pânico a qualquer momento, passei em frente a uma banca de revistas e não pense duas vezes, ao aproximar-me deparei com várias revistas diferentes com a mesma imagem de ângulos diferentes, minhas mãos tremeram eu e Rodrigo estamos no restaurante em que sempre almoçamos, sorridente de mãos dadas, a foto é linda porém as legendas eram maldosas.

"O novo caso de Rodrigo Fernandes, o milionário mais cobiçada do Brasil'

'Quem será a jovem misteriosa, que conseguiu algumas semanas com o solteirão destruidor de corações? Será que ainda a veremos mais vezes?'

- Você a moça da capa?. Exclamou o homem da banca de revistas.
- Não. Disse com um sorriso torto, mas não esperei me avaliar melhor e sai andando rapidamente.
Meu Deus, será que teria que passar a vida fugindo desses olhares questionadores?

A Garota Do Cabelo Azul - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora