Eu não queria ligar para Rodrigo mas não tinha alternativa, eu tava com medo de outras pessoas me reconhecerem na rua e me abordarem. Ainda era cedo para ir à faculdade então resolvi ligar para o digo Dyo, talvez ele não estivesse ocupado. Mle entendeu no segundo toque.
- Vick?.
- Oi, preciso de você. Disse com a voz falha.
- Aconteceu alguma coisa?.
- Você pode vir aqui o mais rápido possível? Tipo, agora?.
- Claro, já estou indo mas você não pode me dizer o que está acontecendo? você está bem? Esta me assustando, você está ferida? Fui assaltada?.
- Não estou machucada, nem fui assaltada, não dá para falar por telefone só vem o mais rápido que puder.
- Ok, fique calma, Onde você está?.
Perto do escritório Bittencourt, no café ao lado.
- Estou chegando aí.
Respirei fundo tentando me acalmar, enquanto esperava meu amigo chegar, estava com um pressentimento tão ruim como se fosse descobrir coisas que me machucariam, coisas que não queria saber.
Dyo demorou apenas 5 minutos para chegar, quando entrou no café foi em minha direção me abraçando.
- Você está bem?.
- Não muito, mas agora precisamos sair daqui. Disse olhando ao redor.
As pessoas não param de olhar para mim, era perturbador.
- Tudo bem, mas você está me deixando nervoso, quando chegarmos em casa quero que você me explique tudo que está acontecendo. Ele murmurou enquanto saímos.**********
- Cadê a tia Sara. Perguntei quando chegamos.
- No trabalho, estamos sozinhos aqui, então desembucha.
- Você ainda não viu as revistas hoje?.
Ele soltou uma risada.
- Eu tenho cara de quem ve revista de fofoca?.
- É sério Dyo, eu estou na capa de todas as revistas com Rodrigo.
- Você está falando sério?.
- Infelizmente sim, eles sabem coisas sobre mim, onde estudo, onde trabalho, até o curso que eu faço.
- Isso é assustador. Comentou com rugas se formando em sua testa.
- Isso não é o pior, você precisa ler as legendas, eles acham que eu sou mais um dos casos de Rodrigo, ensinuam coisas maldosas estou me sentido tão envergonhada, as pessoas me olham na rua e até uma jornalista me abordou fazendo perguntas.
Dyo se levantou e pegou seu notebook.
- O que você está fazendo?.
- Quero ver exatamente o que andam falando da minha amiga. Ele falou enquanto os seus dedos percorriam rapidamente as teclas.
Sua expressão mudou, agora com as sobrancelhas arqueadas.
- O que você está vendo. Perguntei levantando-me.
- Você não precisa ver isso. Ele disse fechando o notebook.
- Eu quero. afirmei.
- Não, você já viu muita coisa por hoje, precisamos falar com Rodrigo.
A voz de Dyo saiu dura de um jeito incomum, havia algo de errado e eu tinha a ligeira impressão de que não tinha visto o pior.
- Você está me deixando nervosa.
- Eu acho que não é uma boa ideia você ir a faculdade hoje, não sem antes falar com Rodrigo.
- O que você viu?.
- Deve ser engano eu não sei dizer, a única coisa que posso afirmar é que o Rodrigo não está sabendo disso, fique aqui eu já volto. Ele disse saindo do quarto.
Peguei o notebook e o abri, mas infelizmente estava com a senha ativada. Sentei-me na cama tentando me manter calma.
Dyo voltou minutos depois.
- Rodrigo já está vindo.
- Me diz o que está acontecendo. Pedi.
- Quem vai lhe dizer isso é Rodrigo.
Estavamos na sala de estar quando o Rodrigo chegou, com uma expressão de poucos amigos.
- Eu já resolvi tudo, amanhã nossa foto vai estar fora de todas as capas de revista. Disse Rodrigo, mais parado Dyo do que para mim.
Ele nem sequer me olhou, senti um nó na garganta.
- Otimo, mas você ainda não explicou aquilo.
- Vou esclarecer tudo, mas primeiro preciso conversar com a Vitoria a sós.
- Tudo bem, eu não quero me meter mas a Vitoria é como uma irmã pra mim, vou protegê-la sempre de qualquer pessoa. Dyo disse em tom de aviso antes de se retirar.
- Você quer me deixar maluco?. Disse Rodrigo pela primeira vez me olhando diretamente.
- Do que você está falando, eu estava na capa das revistas sendo reconhecida na rua, sem estar sabendo de absolutamente nada. Soltei.
- Você deveria ter me ligado no exato momento em que soube, não percebe o perigo que correu andando sozinho pela rua.
- Eu estava chateada, resolvi pedir demissão hoje e o Fernando não aceitou muito bem, queria ficar sozinha.
- Isso não explica porque você não ligou diretamente para mim. Ee rebateu.
- Acho melhor nos esfriarmos a cabeça, não quero brigar com você.
Nos olhamos em silêncio por um longo minuto, sentei-me no sofá colocando o rosto entre as mãos.
- Eu precisava de um tempo, muita coisa aconteceu hoje ao mesmo tempo nem tive tempo de assimilar, e as legendas das fotos que eu vi não ajudaram. Me sentia traída de alguma forma. - Achei que você sabia mas não deu importância, como aquele dia em que o Daniel ensinouu aquelas coisas e você não disse uma palavra.
Levantei o olhar para encará-lo.
Ele sentou-se ao meu lado, me puxando para seus braços.
- Esqueça o que você ouviu da boca do Daniel, eu lhe disse que ele só quer nos separar, por isso disse aquelas coisas, eu nunca deixaria o mundo falar de você daquele jeito fiquei tão irritado com aquilo, que tive vontade de processar todas as revistas... Mas pensei melhor e agora, quero que todo mundo saiba que você é minha namorada não é uma mulher qualquer, vou consertar as coisas.
Meu coração palpitou ao ouvir aquelas palavras.
- Ainda tenho mais uma coisa para te falar.
Senti o corpo de Rodrigo ficar tenso, afastei-me dele para olha-lo.
- O que?.
A tranquilidade que tinha se formado em meu peito, evaporava.
- Havia mais uma foto que você não viu, uma fogo antiga que foi tirada a mais ou menos dois anos atrás, em um evento publicitário.
- E o que há de ruim nisso?. Rugas se formaram em minha testa.
- Eu estava acompanhado, na foto eu estou posando ao lado da Elisa, minha relação mais duradoura foi com ela. Senti um nó na garganta. Que bom que eu não vi a foto pensei, Rodrigo ao lado de outra mulher mesmo que a foto fosse antiga sabia que não seria uma boa ideia ve-lá.
- Então, quanto tempo durou?.
- Seis meses.
Soltei o ar que se acumulava em meus pulmões.
- Só isso?.
- Sim.
- Não sei o que dizer.
- Diga que você não se importa com isso, faz tanto tempo, e nem teve muita importância.
- Você a amava?. Perguntei sem pensar. Rodrigo ficou em silêncio. - Quem terminou?.
- Ela, mas isso não importa, não sinto absolutamente nada por ela.
- Tudo bem. Disse resignada.
Rodrigo me abraçou.
- Fiquei com tanto medo de que isso a machucasse, eu amo você Vitoria, nunca duvide disso.
- Eu também te amo.
Ele me beijou intensamente, murmurando que me amava inúmeras vezes, mas eu estava tão distante.
Tinha a sensação de que não era só isso.
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A Garota Do Cabelo Azul - Concluído
RomanceA vida é uma caixinha de surpresas, e de repente sem pretexto nenhum ela muda, mais muda mesmo. Muda de um jeito avassalador e conturbado.Vitoria é uma garota que sempre temia essa coisa de relacionamento... Isso ate conhecer Rodrigo, que roubou seu...