A Garota Do Cabelo Azul - Concluído

Gaveta

Quando Carlos dirigia para casa meus pensamentos ainda permaneciam em Elisa, Rodrigo guardava segredos, mas quem não tinha segredos?.
 Será que eu podia julgá-lo por isso, eu confio nele, eu confio em Rodrigo. Repeti várias vezes a mim mesma, não podia acreditar no que uma ex, que com certeza estava magoada dizia, mas nada disso aliviou o que se formou em meu peito naquela manhã.
 Alguém no meu subconsciente dizia que eu deveria olhar, deveria ver o qie tinha naquela gaveta. Descobrir o que separou ele e Elisa.
 Ela parecia tão triste, como se aquelas lembranças a ferissem de uma forma profunda. O que eu vou fazer? Eu deveria falar com o Rodrigo, dizer tudo que aconteceu, mas e se fosse verdade? E se houvesse algo naquela bendita gaveta?. Eu não descobriria, ele não deixaria.
 Rodrigo me amava eu tinha certeza disso, sei que não me magoaria porém, aquilo não sairia da minha cabeça, eu tinha que descobrir a verdade.
 Deu um rápido tchau a Carlos, e corri para o prédio. A adrenalina subiu minha cabeça. Eu descobri, agora.
 Entrei no apartamento de Rodrigo, esperando que ele não estivesse em casa, assim seria mais fácil.
 Eu olharia a gaveta, e teria certeza de que sua ex estava mentindo, que tudo aquilo era uma grande mentira. Entrei em seu quarto, olhei ao redor, estava aparentemente vazio, quando ia em direção ao guarda-roupa Rodrigo sai do banheiro.
 - Hey você chegou, vem tomar banho comigo. Disse ele, vindo ate mim e me abraçando por trás. 
 Ignorei o jeito que meu corpo reagiu a ele e ao seu convite.
 - Claro, podemos ir para banheira. Sugerir.
 - Ok, eu vou preparar o banho. Ele concordou prontamente.
 Esperei ele voltar para banheiro, e caminhei até o guarda-roupa, na gaveta de gravatas bem no cantinho havia uma pequena chave dourada, minhas mãos começaram a tremer, havia uma chave ela não mentiu sobre isso.
 Será que eu realmente queria descobrir o resto? Não parei para pensar, estava agindo no impulso.
 Fui até o criado-mudo e tentei abrir a última gaveta, na esperança de não precisar de chave alguma, na esperança de ser só mais uma chave comum sem nada escondido. Estava trancada, coloquei a chave na tranca e girei, tinha que ser rápida.
 A abrir. O silêncio era tanto, que eu via as batidas do meu desesperado e aflito coração. Sem perceber, eu havia fechado os olhos, estava com tanto medo.
 Medo de descobrir que isso era tudo uma fantasia, que a vida que eu estava construindo com Rodrigo acabasse no mínuto em que olhasse, mas tinha que faze-lo, abri os olhos.
 Havia um envelope vermelho, não estava lacrado possivelmente havia sido aberto recentemente.
 Com as mãos trêmulas o abrir.
 Fotos. e
 Eram fotos.
 Varias fotos em lugares diferentes, mas não foi isso que me chocou, as fotos eram de Rodrigo com mulheres, em cada uma delas ele estava com uma diferente, ambos nus, no ato do sexo. Joguei as fotos no chão, sentia como se minha mão tivesse sido queimada por elas.
 A última foto era na praia, a minha foto, Rodrigues tava em cima de mim era claramente o momento em que tirou minha virgindade. Comecei a chorar.
 Como ele pode fazer isso? um momento tão íntimo e pessoal, misturados com essas fotos como uma coleção, a coleção de mulheres do Rodrigo, e eu era uma delas.
 Isso tudo era uma grande mentira, o que ele realmente queria comigo era isso. Me joguei no chão encarando as fotos, eram tantas mulheres, elas provavelmente não sabia, como eu da existência dessas fotos.
 Havia a foto da Elisa.
 Meu Deus.
 Era na praia também, a mesma cena em que eu estive. A repulsa tomou conta de mim, eu queria vomitar.
 - Vitoria? Porque você demora?.
 Olhei para o Rodrigo, me levantando.
 - Você mexeu nas minhas coisas?. Ele perguntou com a voz fria.
 Não me importei com seu tom. Ele olhou entre mim e o chão coberto pelas fotos pornográficas.
 - Como você pode... 
 - Não é isso...
 Não esperei ele começar a explicar, corri do quarto saindo do apartamento, eu precisava sair dali o mais rápido possível. Entrei no elevador e dei de cara com Daniel.
 - Vitoria. Ele sorriu, mas logo sua expressão se tornou preocupada. - O que aconteceu?.
 Me apoiei na parede à procura de uma sustentação. Chorei.
 - Vitoria?. Senti seus braços ao meu redor.
 Eu não me afastei, não tinha forças para isso. Quando o elevador parou no térreo, me desvencilhar dele e corri para fora do prédio.
 - Vitoria!.
 Não podia olhar para Rodrigo, e sabia que ele estava correndo atrás de mim.
 Daniel me alcançou, me puxando pelo braço.
 - Venha comigo, não vou deixar ele se aproximar de você.
 Ele me colocou dentro do carro, quando ja estávamos dentro, Rodrigo apareceu de toalha todo molhado batendo na janela com uma força sobrenatural.
 Me encolhi evitando encará-lo. Daniel deu partida no carro, obrigando Rodrigo a se afastar. Olhei para trás e o vi entrando em seu próprio carro.
 - Você descobriu. Ele afirmou.
 - Você sabia de tudo?. Soltei um forte soluço.
 Todos sabiam, menos a ingênua Vitoria.
 - Eu tentei lhe falar, mas você sempre se esquivou de mim, como se não me suportasse.
 - Eu pensei que você...
 - Que eu fosse o mal da história. Completou ele em um tom amargo.
 Assenti.
 - Rodrigo mentiu sobre várias coisas, isso é só uma delas.
 - Porque ele fez isso comigo?.
 - Eu também gostaria de saber como ele conseguiu continuar, com toda essa farsa, como ele conseguiu continuar magoando você.
 - Eu quero saber toda a verdade, toda, sei que Rodrigo é incapaz de falar a verdade então você pode fazer isso?.
 - Claro, você merece a verdade.
 - Onde estamos indo?.
 - Para um lugar em que Rodrigo não possa nos incomodar.
 Um pequeno alivio se formou em meu peito, mas logo foi substituido por uma dor absurda. Era difícil respirar. Queria tanto que isso fosse um pesadelo, com o Rodrigo ao meu lado para me consolar, afirmando que era apenas um sonho ruim, e que nunca faria isso comigo, porém, tudo era real e eu não acordaria.
 Será que eu conseguiria suportar essa dor?.
 Nunca imaginei que Rodrigo pudesse ser tão baixo, além de despedaçar meu coração ainda me desrespeitou de uma forma imperdoável. Eu fui usada, era apenas seu brinquedo.
 As fotos apareceram em minha mente junto com o enjôo.
 - Para o carro. Grita e em seguida tapei a boca com as mãos.
 Ele parou no acostamento, e eu disci rapidamente, caindo de joelhos no chão vomitando tudo que eu tinha comido no almoço. Daniel segurou gentilmente meu cabelo, alisado minhas costas.
 - É demais para mim, tudo isso é mais do que eu possa suportar.
 - Você precisa ser forte, não deixe que Rodrigo entrague a sua vida como fez com Elisa.
 Daniel me abraçou, me aninhando em seu peito.
 Uma freada brusca chamou nossa atenção, reconheci imediatamento o carro que parou atrás de nós, era Rodrigo.

Olá Nutellas do meu core, quem diria que esse séria o segredo do Rodrigo ? Que loucura não ???... As coisas estão esquentando, e acho que vão piorar !! PS. Espero que estejam gostando 😘