Persistência

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Acordei novamente atrasada para o trabalho, não posso deixar que isso vire um hábito, desse a mm mesma, enquanto levantava da cama apressadamente. Arrume-me em tempo Recorde, rezando para que minha avó não me visse saindo. Caminhe até o ponto de ônibus, e não pude deixar de pensar em Rodrigo, e no que aconteceu na noite anterior.
A cada carro que passava ao meu lado, meu coração disparava em uma esperança idiota que fosse Rodrigo. Mas é claro que ele não apareceu, já tinha conseguido o que queria. Use minha raiva para tirá-lo da cabeça. Não poda pensar nele desse jeito, era completamente irracional, eu mal o conheça para ter me apegado dessa forma. A melhor cosa que eu devera fazer era esquecer.
Cheguei com uns cinco minutos de atraso, mas meu chefe pareceu não se importar.
- Bom dia Vitoria. Disse bem humorado.
- Bom dia Dr. Bittencourt. Respondi educadamente.
- Seu amigo não veio deixá-la aqui hoje. Observou.
Não o olhei, não queria que notasse que seu comentário me incomodou.
- E nem vai mais. Disse mais para mim do que pra ele.
Minha confirmação pareceu agrada-lo ainda mais.
- Bom... Vamos ter um dia produtivo hoje, é melhor começar a trabalhar.
O Dr. Bittencourt tinha razão, o dia foi bem produtivo e cansativo. Estava exausta quando ele saiu de sua sala, esperava que fosse me liberar mais fez diferente.
- Vitoria. Disse enquanto andava até minha mesa.
- Dr. Bittencourt.
- Você tem planos para o almoço. Perguntou.
- Não. Murmurei.
Onde será que ele queria chegar com essa pergunta.
- Vou levar você para almoçar hoje. Anunciou.
O encarei erguendo as sobrancelhas.
- Eu estou lisonjeada pelo seu convite, ma não posso aceitar. Disse com firmeza na esperança de que não insistisse.
- Vamos Vitoria... É apenas um almoço, não aceito 'não' como resposta.
Sua ultima frase me fez lembrar do Rodrigo. Eu não queria aceitar, a idéia não me agradava nem um pouco. Era tão estranho.
- Aceitei. Insistiu. – Ou vou ser obrigado a demitir você.
Arregalei os olhos, eu não podia perder esse emprego. Ele viu minha expressão e sorriu.
- Estou apenas brincando. Disse se aproximando de mim, pegou minha mão me fazendo ficar de pé. – É apenas um almoço. Repetiu.
Relutantemente, fiz que sim com a cabeça. Era apenas um almoço, repeti para mim mesma.
Saímos do prédio e esperei inquieto o Dr. Fernando pegar seu carro no estacionamento. Olhei ao redor e reconheci em choque a familiar BMW Z4 branca estacionada bem em frente.
Não... Não pode ser, tentei acalmar a mim mesma, mas quando a porta do carro se abriu não tive como negar, era ele mesmo. Fiquei totalmente imóvel enquanto ele se aproximava, parecia mais confiante a cada passo.
- Oi Vitoria. Cumprimentou-me com aquele sorrido.
Tentei não prestar muita atenção no seu traje, ou em como sua aparência estava ótima, em seu terno azul perfeitamente cortado.
- O que você esta fazendo aqui?. Perguntei quando recuperei minha compostura. Tentei fazer com que minha voz saísse dura, ao invés disso saiu tremula.
- Vim pegar você para almoçar. Respondeu.
Minha expressão se fechou, não fazia sentido ele vir atrás de mim. A não ser que ele quisesse mais.
- O que. Murmurei tentando organizar meus pensamentos, o que Ra bem difícil com ele tão perto de mim.
- O que você quer comigo? Penei que fosse me esquecer depois de ontem... Se a sua intenção é ter uma garota para se divertir, esta com a garota errada, então, é melhor você não perder seu tempo comigo.
Ele me encarou em choque, e fiquei levemente sentida pelas minhas palavras. Mas tudo que tinha dito era verdade, não era esse tipo de garota que sai para se divertir, faz tudo o que quer sem precisar consentimento. Eu tinha uma avó, e sempre obedecia, mesmo que isso me cortasse em pedaços e me impedisse de viver.
Éramos de mundos completamente diferentes. Ele abriu a boca para falar, mas algo chamou sua atenção atrás de mim. Quando senti uma mão no meu ombro, sabia que era o Dr. Bittencourt. A presença de Rodrigo me fez esquecer que a almoçar com meu chefe, eu não pensava direito perto dele, e nem dava ouvidos a minha consciência, que ouvi a vida toda.
- Vamos Vitoria?. Perguntou o Dr. Bittencourt com olhos diretamente em Rodrigo.
- Quem é você?. Rodrigo perguntou.
- Eu que pergunto quem é você?. Retrucou Dr. Bittencourt.
Ai meu Deus... Engoli em seco.
- Rodrigo esse é meu chefe Dr. Bittencourt...
- Fernando. Ele corrigiu. Você sabe que fora do ambiente de trabalho você pode me chamar de Fernando.
- E Fernando esse é o Rodrigo. Complete, sentindo soar estranho falar o primeiro nome do meu chefe.
Eles se cumprimentaram com um aperto de mão rápido.
- Então você é o chefe da Vitória. Comentou Rodrigo.
- Sim disse Fernando sem se abalar. E você é?.
- Sou o namorado da Vitoria.
Olhe de olhos arregalados para Rodrigo, Fernando pareceu não aceitar e riu.
- Se que a Vitoria não tem namorado. Disse Fernando me lançando um olhar questionador.
- Mas agora ela tem. Disse Rodrigo impossível.
Apenas fique olhando os dois, não estava me sentindo confortável com essa situação. Minha boca estava seca, não conseguiu falar.
- Isso é verdade Vitoria?. Fernando exigiu saber.
Antes que eu pensasse em uma resposta coerente para me tirar dessa situação Rodrigo Disse.
- Claro que é.
Foi nesse momento que eu acordei, e lembrei-me do que Rodrigo falou quando perguntei se ele tinha namorada... 'Não gosto de relacionamento serio'.
- Dr. Bittencourt. Podemos deixar o almoço para outro dia?. Fernando mostrava indignação. – Você estava livre, sem compromisso algum quando fiz o convite.
- Você ia almoçar com seu chefe. Rodrigo diz em um tom acusador.
Me encolhi, sentindo-me ofendida.
 - Não é isso que você esta pensando. Minha voz saiu fraca.
 - Espere, você foi o tal amigo que veio deixa-la aqui ontem. Afirmou Fernando.
 - Namorado. Corrigiu Rodrigo.
 Não aguentava mais a discussão dos dois e com isso tudo estava perdendo minha hora de almoço, se não fosse embora iria de estômago vazio para faculdade.
 - Por favor, parem com essa discussão. Eles voltaram sua atenção para mim. - Rodrigo não é meu namorado e mesmo que fosse não entendo porque você se incomodaria com isso apontei para Fernando, realmente não tenho tempo para ficar discutindo e como vocês não conseguem nem conversar civilizadamente, não vou almoçar com nenhum dos dois eu estou indo embora.
 Eles ficaram calados me encarando, não esperei ser impedida comecei a andar. Havia um restaurante a poucas quadras dali, andar me ajudaria a esfriar a cabeça. Depois de um tempo ousei olhar para trás, para ver se estava sendo seguida mas não estava. Achei estranho, principalmente por Rodrigo, sabia que a palavra desistir não se encontrava no dicionário dele.
 Quando cheguei procurei uma mesa vazia mas não tinha uma sequer, olhei ao redor reconhecendo os dois homens que estavam sentados à minha esquerda.  Sim eles se sentaram na mesma mesa. Ia fugir de lá antes que eles notassem minha chegada, mas não fui rápida o suficiente os olhos de Rodrigo encontraram os meus e fiquei parado no lugar. Ele andou até mim em passos largos, quanto mais chegava perto, mas meu coração batia forte.
 - Estávamos esperando por você. Disse Rodrigo com aquele sorriso irresistível.
 E sem esperar resposta ele pegou no meu braço, me levando ate a mesa.
 - Desculpa Vitoria, não queria trabalhar você, sei que sua vida é corrida. Disse Fernando em um tom calmo. Sua mão cobriu a minha danço im aperto de leve, demorou tempo demais para tira-la e tive que puxar minha mão.
 - Tudo bem. Respondi resignida.
 Rodrigo o olhava com uma cara nada agradável, Fernando bem se importou. Fizemos nosso pedidos e ficamos em um silêncio constrangedor.
 Olhei para os dois homens a minha frente. Lindos homens para ser sincera. As mulheres ao meu redor, deveria me achar uma tremenda sortuda.
 - O que você faz Rodrigo?. Perguntou Fernando, puxando assunto.
 - Sou CEO da talento. Respondeu Rodrigo.
 Rugas formaram na testa de Fernando. - Serio? Então você é o filho ausente de Cássio Fernandes? Sabia que seu nome era familiar.
 Rodrigo se mostrou desconfortável.
 - Você conhece o pai do Rodrigo? Perguntei confusa.
 - Sim... Ele já foi meu cliente. Explicou Fernando. - Mas nunca vi Rodrigo na talento. Não o conhecia nem de vista, estou surpreso em saber que esta dirigindo a empresa. Seu tom ficou maus duro e acusador ao completar a ultima frase.
 - Eu realmente não era muito presente na empresa. Asumiu Rodrigo, olhando-me de relance.
 - Sim, eu conheço muito bem a sua reputação, tem fama de galanteador, molhsrenfo, mas em minha opinião, você não passa de um conquistador barato... Quantas moças inocentes já caíram na sua lábia?.
 Olhei estupefada para Rodrigo, que se manteve calmo, eu achei extremamente estranho da sua parte não se defender. Talvez porque não havia defesa, esse fato me decepcionou. Rodrigo me lançou um sorriso estranho, como o de um caçador quando pega sua presa, um arrepio passou pelo meu corpo.
 - Confesso que não me apego as mulheres, mas é uma fase que quero deixar para trás. Rodrigo pousou o braço em minha cadeira me rodeando. - E você Bittencourt? Há quanto tempo está querendo conquistar a minha Vitoria?.
 O rubor tomou conta do meu rosto. - Rodrigo!. Exclamei exasperada.
 Fernando o olhava em choque. - Garanto que não sou igual a você.
 - Sabe... Continuou distraidamente. - Assédio sexual é crime, você que é advogado deveria saber.
 - Você esta insinuando o que...
 - Estou afirmando. Interrompeu Rodrigo.
 - Que absurdo!. Fernando elevou a voz. - Sempre tratei Vitoria com respeito.
 Eles discutiam como se eu não estivesse na mesma mesa que eles, escutando tudo que diziam. Levantei da cadeira bruscamente.
 - O que a com vocês dois? desde que cheguei aqui vocês dois não param de discutir. Eu não sei como achei que isso daria certo.
 Meu Deus eu estava vermelha, sentia queria ter um surto a qualquer momento, mas controle minha voz para que só eles dois me ouvissem.
 Fernando e Rodrigo se levantaram. Fernando pegou minha mão.
 - Desculpe Vitoria, prometo me conter. Fenando disse.
 Pixei minha mão de volta não gostava que ele tocasse em mim, parecia errado.
 - Pare de tocar nela Bittencourt. Falou Rodrigo num tom de aviso.
 Fernando fez uma careta, abriu a boca para rebater.
 - Acho melhor eu ir embora. Falei lançando um olhar irritado para eles.
 - Pelo menos almoce, eu deixo você na faculdada. Ofereceu Rodrigo.
 - Eu não acho uma boa ideia. Murmurei.
 - Não vou deixar você ir, sem almoçar. Retrucou Rodrigo.
 - OK.. Mas por favor, sem discussões, vamos ter um almoço tranquilo?.
 Eles assentiram.
 Sentei relutante na cadeira, ainda achando a ideia de ir embora tentadora.
 O garçon serviu nossos pedidos. Tinha perdido a fome, mas me forcei a vômer tudo que estava no prato. O clima estava muito estranho já mesa. Queria muito que isso acabasse logo.
 Fiquei aliviada quando todos acabaram de comer, porém não por muito tempo, os dois começaram a brigar por causa da conta.
 - Eu vou pagar a co ta, ela veio almoçar comigo. Disse Fernando impassível entregando o dinheiro ao garçon.
 Rodrigo pegou o dinheiro da mão do garçon e devolveu para Fernando. - Vitoria é minha namorada, então eu pago.
 Rodrigo tinha que parar de dizer isso, eu não era sua namorada nos conhecemos a dois dias.
 - Vamos fazer assim... Cada um paga metade, incluindo eu. Os dois abriram a boca para reclamar, mas eu falei. - Esta decidido..

A Garota Do Cabelo Azul - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora