No Passado (Bônus)

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Um ano antes ...

Era mais um dia entediante, e como se não pudesse ficar mais chato, estava sendo obrigado a escutar mais um sermão do meu irmão mais novo. Sim, Isso mesmo meu irmão mais novo estava me dando um puxão de orelha por não ter ido a reunião importantíssima da Talento.
- Não sei o que o papai tinha na cabeça quando deixou você como responsável por tudo. Disse Daniel com as mãos nos cabelos, parecia prestes a arrancá-los.
Soltei uma risada, adorava ve-lo nervoso desse jeito, ficava vermelho como um pimentão. Hilario.
- Digo, por favor não estrague isso, foi tudo que nos restou, o papai ia querer que você cuidasse da empresa com unhas e dentes. Ele soou para erguer a talento, fez tudo isso sozinho, Rodrigo não é possível que você não tenha um pouco de consideração por ele.
- Chega. Disse com você fria. - Não pedi para ele me deixar a Talento, e demonstrei de todas as formas possíveis que nunca me interessaria pela empresa.
- Eu sei muito bem. Disso Daniel em tom irônico. - Mas agora não adianta se fazer de rebelde, ele deu para você, tenho certeza que tinha seus motivos.
- Me poupe Daniel. Revirei os olhos. - Não vou a porra de reunião nenhuma, tenho coisas mais interessantes para fazer, porque você mesmo não vai?.
- Eu faria, mas não sou o sócio majoritário, precisamos de sua presença em todas as reuniões, em toda a merda de decisão que tivermos que tomar!.
Reprimi um sorriso meu, irmãozinho puritano acabou de pronunciar um palavrão, devia estar muito nervoso mesmo.
- Isso não é engraçado, Digo hoje perdemos uma grande parceria por causa da sua irresponsabilidade, se continuarmos assim vamos falir a empresa, quer ficar pobre?.
Indireitei minha postura.
- Ficar pobre? Não, isso eu não suportaria.
- Calma maninho, não queremos que isso aconteça, então não faltarei mais. Amanhã estarei cedinho na Talento.
Daniel suspirou se escorando no carro, não havia notado a sua aparência tão cansada, e tudo por minha causa, ótimo!.
Desviei meu olhar dele, para esquecer a culpa que começava a tomar conta de mim. A rua estava deserta era uma tarde de domingo, e como de costume estava no bar, até meu irmãozinho me tirar aos berros de dentro para me dar lição de moral.
Avistei uma garota vindo no final da rua, a primeira coisa que me chamou atenção foram suas pernas. Minha nossa acho que nunca vi pernas tão delicada em minha vida, ela vestia um short que deveria ser de uso 'proibido', andava rápido, em passos duros como se estivesse pisando em ovos. Quando estava mais próxima pude ver que ela exibe um biquinho que imediatamente me deu vontade de beijar. Alguém a irritou, sua expressão e gestos mostravam isso.
- Acho melhor irmos embora. Daniel começou, quando percebeu que eu estava olhando para minha próxima vítima.
- Acho que não. Disse, andando até a garota.
Daniel segurou meu braço.
- Não faça isso, ela é apenas uma garota, procura uma mulher do seu tamanho.
- Me solta. Disse entre os dentes.
- Não vou deixar você fazer isso. Daniel parecia decidido a acabar com a minha diversão.
Olhei para garota novamente, ela repuxa valgo em seu bolso até que ele caiu no chão. Ela continua andando, acho que no notou o objeto perdido.
Ganhei uma abordagem perfeita e sutil.
- Escute, vamos fazer um trato, se você não atrapalhar meus planos eu não faltarei a próxima reunião.
Ele me soltou.
- Você está brincando comigo?. Sorri.
- Claro que não, não deve ser tão difícil comparecer às reuniões, em troca quero apenas que me deixa em paz.
Relutantemente ele concordou com a cabeça.
- Tenho sua palavra?.
- Claro. Respondo com uma piscada.
Comecei a andar em passos largos.
- Rodrigo.
Suspirei, achei que seria suficiente para ele calar a boca.
- Fale logo, não posso perdê-la de vista. Exclamei.
- Só não a machuque, ela parece ser diferente.
- Não tô vendo nada. Disse com um sorrisonho.
Segui os passos da garota de pernas perfeitas. No chão encontrei o objeto que caiu de seu pulso. Uma pulseira de ouro, com uma chapa em que estava escrito Vitoria Miranda. Vitoria, belo nome.
Alcancei a rapidamente, sem ser notado. Ela parecia bastante distraída, delicadamente toquei em seu ombro magro para ter sua atenção. Ela se virou de relance, seu biquinho se desfez quando encontrou meus olhos.
- Desculpe-me, mas você deixou cair isto. Disse estendendo a mão com a pulseira.
Um sorriso lindo nasceu em seus lábios enquanto agradecia, sua voz era tão suave que me fez imaginar muitas palavras que poderiam sair dela.
- Isso é muito importante para mim, não sei o que faria se tivesse perdido. Completou encarando a pulseira.
- Não foi nada, você deve estar bem distraída para não ter notado quando caiu. Comentei observando-a.
Seus olhos me analisaram por um bom tempo enquanto permaneceu em silêncio. Será que é tímida?. Reprimi um sorriso quando vi o rubor tomar conta do seu rosto.
Pode olhar, linda.
- Sou Rodrigo. Disse estendendo a mão.
- Vitoria. Ela sussurrou apertando minha mão
- Vitoria Miranda. Completei.
Sua testa franziu mostrando confusão.
- É o nome que esta escrito na pulseira. Expliquei.
- Ah sim. Ela murmurou.
Amei o modo como ela parecia sem jeito, tão inocente.
- Vcê mora aqui pro perto?. Perfuntei após um minuto constrangedor de silêncio.
- Sim. Ela respondeu simplesmente.
- Eu também, acabei de mudar.
- Então seja bem vindo, você vai voltar daqui, é um lugar calmo e agradável. Um sorriso gentil se formou em seu rosto.
Que encantador. Ela era do linda, o jeito como sorria como o seu rosto ficava levemente avermelhado quando se envergonhada. E sem falar em seus longos cabelos azuis, preso em um rabo de cavalo frouxo, seus olhos negros e grandes que possuíam um brilho raro.
- Bom, eu já vou indo... Mais uma vez obrigado. Despediu-se.
Não, não quero que vá, tive vontade de impedi-la, não sabia quase nada sobre ela apenas seu nome.
- Nos veremos logo. Prometi levando sua mão ate meus lábios. Não perderia a chance de tocá-la.
- Quem sabe. Ela sussurrou em resposta.
Sim linda, pode ter certeza que vai.
Fiquei olhando-a enquanto se afastava em passos largos, dessa vez não estava pisando em ovos.


Um dia depois...

 Fui tirado de meu sonho quente com a garota das pernas perfeitas. Estrondos na porta do meu quarto, impediram-me de voltar ao sonho. Droga! Arrastei-me para fora da cama, abrir a porta e dei de cara com meu irmãozinho, que exibe uma enorme carranca.
 O que eu fiz agora? Será que não posso nem dormir em paz!?
 - O que é?.
 - Você ainda pergunta?. Dani gritou.
 - Ei, para de berrar, você caiu da cama? são 6:30 da manhã e eu acabei de acordar. Murmurei fazendo uma careta.
 - Não é possível que você tenha esquecido, Rodrigo!. Ele andava de um lado para o outro em meu quarto. - Você não tem palavra, porque fui burro o bastante para acreditar em você.
 A reunião, perdi a merda da reunião, que legal.
 - Eu realmente não lembrava disso.
 - Como não? Ontem à noite liguei para você, então não use essa desculpa esfarrapada.
 - Você é tão chato. Reclamei.
 - Eu tentei de todas as formas fazer com que você criasse algum juizo, mas é impossível, desisto.
 - Nossa estou magoada, vai desistir do seu irmão?.
 - Espera um minuto. Dan olhou ao redor. - Ela não está aqui, está?.
 - Ela quem?.
 - A garota de ontem... Isso significa que você não.
 - Não. Eu cortei. - Acho que ela não é tão fácil quanto eu pensei que seria. Ele soltou um suspiro.
 - Pelo menos isso.
 Cerrei os olhos.
 - O que? Não vai me dizer que está interessado na garota...
 - Não. Daniel negou rapidamente.
 - Está!. insistir.
 - Você parece uma criança, vê se cresce!.
 - E você parece um velho. Caçoei. - Você precisa se divertir um pouco, com garotas de preferência.
 - Não sou igual a você, não magoou garotas por diversão. Ele falou em tom acusador. - E para de mudar de assunto, eu não posso mais confiar em você.
 - Chega de drama, é só uma reunião.
 - Não é só uma reunião, é a nossa empresa e tudo que nosso pai nos deixou, temos que tomar uma decisão, não dá para continuar assim.
 - O que você quer dizer com isso?. Disse cerrando os olhos.
 - Eu conversei com advogado da família, Eduardo. Ele confirmou que podemos passar a Talento para mim, se fizermos tudo o mais rápido possível, estara tudo pronto daqui um mês. Com isso, você não precisará comparecer à nenhuma reunião, nem a nada relacionado a empresa. Livre de responsabilidades, exatamente como você quer.
 Não respondi de imediato, minha mente viajou por um monte de possibilidades, ele estava certo, era o que eu mais queria me livrar de toda aquela pressão e responsabilidade. Eu não era a pessoa certa para isso, era óbvio, mas meu pai havia deixado para mim, confiou em mim a empresa que ele ergueu com seu suor, o que ele pensaria se eu desistisse? certamente ficaria decepcionado na verdade, a única coisa que eu havia feito em toda a minha vida era decepcioná-lo.
 - Eu mudei de ideia sobre isso. Soltei.
 Daniel olhou-me com descrença.
 - Você está brincando?.
 - Estou falando sério, é como você disse, está na hora de crescer. Disse indo ao banheiro.
 - O que você está fazendo?. Daniel perguntou quando o deixei no quarto sozinho.
 - Estou me preparando para o meu primeiro dia de trabalho, irmãozinho.



Ahhhh... Acabou, enfim esse final. Eu mesmo to com raiva do Rodrigo 😤😤... Meus personagens são baseados muidas das vezes em pessoas reais, em histórias reais que vivênciei, apenas mudo o nome dos personagens. Procurei trazer o maximo de naturalidade e verdade, dentro de uma situação que acontece todo dia como tantas outras, e só sabe quem vive.
Espero mesmo que vocês tenham gostado, e apreciado cada detalhe e momento vivido por Vitoria, agradeço a vocês que chegaram até aqui, e prestigiaram minha historia.
Agradeço a cada leitor, porque escrevo com muito amor !!

PS. Minha próxima historia esta tentadora, para os amantes de um suspense perturbado.

Subconsciente
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A Garota Do Cabelo Azul - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora