capítulo 9

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Nani considerou suas palavras um instante, mas afinal consentiu.
- Está bem. Eu lhe darei algum tempo para ficar sozinha, mas não demore.
- Obrigada, Nani.
Dulce apressou-se a pegar a jarra com água, uma toalhinha para se lavar e roupas limpas enquanto Nani se adiantava para comunicar aos homens que não deveriam segui-la. Em breve ela já se internava pelo bosque, e escolhia um pequenino espaço livre de arbustos e iluminado pela luz da lua. Depois de depositar as coisas sobre o chão, Dulce se despiu e passou a fazer a higiene, molhando a toalhinha e esfregando-a no corpo para limpar o pó da viagem.
Em pouco tempo ela já estava pronta para tornar a se vestir. De repente, contudo, tomou consciência da própria nudez e sentiu-se contente por estar ali sozinha, com a luz da lua banhando seu corpo. Dulce apreciava a noite e o frescor do ar noturno, e os ruídos do bosque soavam agradáveis em seu ouvido. Uma calma imensa a invadiu, e então ela se ergueu e abriu os braços, expondo-se aos raios prateados do luar. Feliz, sentia-se integrada ao bosque. Começou a girar, numa dança para a lua, e a cantarolar uma suave canção que as mães de sua família ensinavam às filhas.
Entretanto, uma sensação estranha a fez parar subitamente; sua pele se arrepiou, como se ela estivesse sendo observada. Dulce se vestiu com rapidez, apanhou as roupas usadas e a jarra, e apressou-se de volta para o acampamento.
Antes de atingir a clareira, porém, ela sentiu um aroma de sangue no ar. Silenciosa como um felino, ela se agachou entre os arbustos para ver o que acontecia, e o terror a invadiu quando percebeu que os homens que a escoltavam estavam mortos e um bando de ladrões recolhia a bagagem e as armas. O mais estranho era que não havia sinal de Nani, nem viva nem morta. Agora não havia opção senão correr para salvar a própria pele, e rezar para que não a percebessem. Ao menos, correr era algo que ela fazia muito bem.

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