capítulo 41

544 40 0
                                    

- Considero Diego e Angelique orgulhosos e vaidosos, cegos para a verdade. Reconheço que é difícil abdicar de alguns traços herdados de nossos ancestrais, mas compreendo que você o faz almejando a continuidade do clã.
Neste momento os murmúrios silenciaram, pois Dulce adentrava o salão. Ela estava lindamente vestida e Christopher a fitou com satisfação antes de continuar a conversa com o primo James.
- Não o faço apenas para salvar o clã.
James sorriu, e Christopher se virou para Dulce. Seus longos cabelos vermelhos estavam soltos, porém cobertos com um véu adornado com madrepérola e laços de seda que combinavam com o vestido nupcial. Ela era uma mulher linda, e apesar de ser tão diferente em termos de sangue e herança ancestral, Christopher não tinha dúvida de que formavam um par perfeito.
A bela Dulce caminhava pelo salão com os olhos fixos no noivo. Está tensa e nervosa, pensou Christopher, mas é natural.
Dulce aceitou a mão que Christopher lhe estendeu, e notou que Mora se aproximara para postar-se ao lado deles, como se os quisesse proteger. Dulce também sentia a tensão no ar, e gostaria que membros de sua família estivessem presentes à cerimônia; mas se sentia orgulhosa por enfrentar a situação sozinha, e reconhecia que não seria justo envolver seus parentes no conflito. Ela não se importava de correr riscos para permanecer ao lado de Christopher, mas não desejava expor sua família. Quando os problemas se resolvessem, ela os convidaria para visitá-los em Cambrun e celebrar o casamento.

Ambos se ajoelharam diante do padre, e Dulce reconheceu em James os mesmos traços físicos dos Uckermann. A situação não é tão ruim se um deles pode ser padre, pensou consigo mesma. A cerimônia se iniciou, e depois que os noivos fizeram os votos de eterna aliança, Christopher a beijou com suavidade nos lábios, levantando um murmúrio de felicitações entre os convidados. Não era uma reação efusiva ao extremo, mas ao menos demonstrava que se o clã não estava inteiramente de acordo com o matrimônio, ao menos não formava um bloco único contra a união.
Uma longa fila se formou para os cumprimentos quando os noivos se ergueram. A gente de Mora, os Martin, estavam genuinamente felizes e os cumprimentavam com sorrisos e votos de felicidade. Quanto aos sangue-puro, alguns exibiam sorrisos, enquanto outros não escondiam que os cumprimentavam apenas por polidez e obrigação. O grupo que acompanhava Angelique e Diego parecia ser o mais contrariado: recusaram-se a erguer as taças quando Leonard propôs um brinde aos recém-casados.

Cavaleiro da Noite - Vondy Onde histórias criam vida. Descubra agora