capítulo 61

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- Eu nunca fui seu Angelique, nem nunca você desejou de fato a mim. Queria apenas ser a senhora de Cambrun. Quanto a Dulce, ela me aceitou, quis ser minha esposa mesmo sabendo quem eu era.
- Posso sentir que você não consumou a união de sangue.
- Esperarei até ter certeza absoluta de que nossa união não vai horrorizá-la, e de que Dulce aceitará também esta faceta de meu ser.
- Você é tolo... - Angelique conseguiu sorrir, embora suas forças a abandonassem com rapidez, indicando que em breve morreria. - Ainda terá surpresas inesperadas, e sinto não mais estar aqui para saborear seu choque quando souber o que ainda não sabe.
Neste momento, Christopher cambaleou como se fosse cair, indicando que os ferimentos em seu pescoço e no corpo eram profundos e que a hemorragia o enfraquecia.

- Beba meu sangue, pois quero que continue vivo para Diego poder vingar minha morte - convidou Angelique, virando o rosto e oferecendo o pescoço, numa oferta que a natureza de Christopher o impedia de recusar. - Eu lhe entrego a vida que ainda me resta, mas não pense que o faço por gratidão.
Christopher hesitou, mas por fim seu instinto prevaleceu; ele se ajoelhou e bebeu algumas gotas do sangue de Angelique. Sabia que isso a mataria, mas ele não se arrependeria. Quando Angelique soltou o último suspiro, Christopher afastou o rosto e lhe cerrou as pálpebras, num gesto lento, que marcava a morte daquela mulher infernal.
Desesperada pelo que via, e cada vez mais tonta e fraca, Dulce acabou desmaiando nos braços de Jankyn. Christopher ainda fitou Angelique um momento antes de se erguer, mas então percebeu o que ocorria com a esposa e correu na direção deles.

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