capítulo 67

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Agora triste com a discussão que provocara com a mulher que amava, Christopher guardou os retalhos no bolso e partiu sem mais nada dizer. Em breve chegava ao quarto do senhor e da senhora do castelo, na esperança de encontrar ali a esposa.
Dulce escovava o cabelo, sentada diante da lareira. Ela se virou ao ouvir a porta abrir, mas seu olhar não era de boas-vindas. Embaraçado, Christopher se aproximou, mas ela tornou a fitar o fogo e recomeçou a escovar o cabelo.
- Jamais considerei a hipótese de anular nosso casamento - ele disse, emocionado. - Nem mesmo quando pensei que Jankyn talvez revelasse que éramos parentes, ainda que distantes. Além disso, considerando tudo que não lhe contei até casarmos, você tem razão ao afirmar que não posso me indignar por não me haver revelado os fatos sobre sua família. - Christopher tomou a escova de suas mãos e passou a escovar-lhe os cabelos, num gesto que misturava timidez e sentimento de culpa. - Não está escondendo mais nada de mim, está?
Sentindo a raiva arrefecer, Dulce considerou que ainda não contara que estava grávida.
- Não escondo mais nada - ela convencera a si própria de que não mentia, somente adiava o momento de fazer ao marido uma revelação mais que especial.
Christopher se inclinou e depositou a escova na cadeira ao lado de Dulce. Então tomou seu braço e a fez levantar. Eles se fitaram um instante, mas de repente ela se ergueu na ponta dos pés e beijou seus lábios. Christopher retribuiu o roçar de lábios com suavidade e surpresa, pois era a primeira vez que partia de Dulce um gesto tão ousado. E ele não parou de se surpreender, porque a esposa passou a beijar-lhe o pescoço, para seu absoluto deleite.

Porém, Christopher nem imaginava o que viria a seguir. Dulce desabotoou sua camisa e começou a beijar-lhe o peito e o estômago. No instante seguinte, ela abria o cinto; e afinal seus lábios mornos e úmidos engolfaram a ereção do marido com tanta suavidade que ele cerrou os olhos e tremeu de prazer. Christopher afagou os cabelos da esposa, acompanhando os movimentos de sua cabeça, mas ao sentir que não seria capaz de se conter por muito tempo, ele a ergueu e carregou para o leito, penetrando-a em seguida e jurando para si que jamais tomaria a duvidar da lealdade da mulher que o amava e não hesitava em fazer-lhe carícias das quais só os amantes verdadeiramente apaixonados são capazes.

Quando terminaram de fazer amor, os dois permaneceram nos braços um do outro sem nada dizer. A paz retomara entre eles, mas ambos sabiam que ainda havia limites a ultrapassar antes da felicidade que os unia se tornar total. Mais uma vez Christopher desviara o rosto na hora do clímax, por recear não se controlar e consumar a união de sangue sem ter plena certeza de que Dulce o amava a ponto de aceitar tal ritual. Quanto a ela, seguia sem contar que estava grávida, ainda que o fizesse por esperar pela ocasião especial em que tudo seria revelado e a união de sangue ocorresse, provando que seu marido a amava e a desejava ter como eterna companheira.

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