capítulo 24

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- Sabe que não nos reproduzimos como coelhos, ao contrário dos de fora!
- Diego, não estou sugerindo que devêssemos fazer isso, mas é preciso gerar filhos para manter a continuidade da linhagem.
- Você enlouqueceu, Christopher, e quer nos arrastar em sua loucura. É bom que saiba que nossa paciência tem limites e que enfrentará nossa ira caso insista em seus planos sem sentido! - Diego tomou Angelique pelo braço e começou a se afastar.
Angelique ainda se virou e fitou Dulce de modo hostil, e partiu com Diego do salão principal. O silêncio tomou conta do ambiente, e Dulce resolveu que o melhor seria retomar a refeição, apesar de agora ter certeza de que havia circunstâncias estranhas naquele clã e no castelo. Talvez seja melhor ir embora, pensou consigo mesma; mas considerou que não seria aconselhável deixar transparecer suas dúvidas e receios.
- Não tem nada a dizer, minha dama? - perguntou Christopher de repente, com um sorriso amigável.
- Não quero alimentar suas ilusões, meu lorde.
- Então me considera iludido?
- Como poderia me referir à sua intenção de casar-se com uma dama que obviamente enfrenta oposição em sua família, e que ainda nem concordou com tal casamento?
- E por que hesita em dizer sim? Sou um homem educado, e possuo riqueza para prover-lhe tudo que necessita. Sou um lorde, tenho um castelo e terras bem protegidas. Estou certo de que não conseguiria encontrar um esposo mais apropriado na corte, ainda que pareça arrogante falar assim.
Talvez soe arrogante, mas é a verdade, pensou Dulce. Desviando o olhar, ela resolveu ganhar tempo tomando um gole da cidra suave que lhe haviam servido. A idéia de casar com um lorde a quem mal conhecia não a agradava, sobretudo agora que sabia existirem membros no clã que se opunham a tal união.

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