capítulo 34

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- Não se preocupe, estou certa que meu senhor poderá fazê-la mãe de uma grande família. Quanto a nós, tanto os Uckermann como os Martin seguimos nosso destino de adultos sem prole. Meu filho David já tem idade para casar, mas as jovens que habitam o feudo são parentes próximos demais para contraírem matrimônio; e como nunca saímos daqui, permanecemos solteiros. Entretanto, sei que nosso lorde será capaz de trazer sangue novo para o clã.
- Então está segura de que Christopher é um homem que pode gerar filhos? - perguntou Dulce, pensando que seria melhor se os habitantes do castelo usassem a palavra "sangue" com menos freqüência.
- Pensei que a senhorita já tivesse certeza disso, pois têm estado tão juntos ultimamente... - o olhar maroto que Mora dirigiu a Dulce a fez corar. - Agora, se me desculpa, devo continuar meus afazeres - disse ela, sorrindo com tamanha simpatia que era impossível deixar de reconhecer que aquela mulher era sua amiga.
Mora se afastou, e Dulce resolveu passear entre as vielas dentro da propriedade murada dos Uckermann.
Resolveu entrar no estábulo, e deparou-se com a mesma eterna escuridão dos recintos fechados do castelo. Os cavalos estavam bem cuidados, e o feno com o qual se alimentavam era fresco e de boa qualidade. Mesmo assim, parecia cruel manter os animais mergulhados numa noite permanente. O estábulo era imenso e tinha muitas janelas, todas fechadas. Ela seguiu adiante, aprofundando-se cada vez mais na grande e escura construção de madeira, mas de repente teve a sensação de que alguém a seguia. Olhou em volta, e não viu ninguém. De súbito, uma voz sibilante soou:
- O que faz aqui? - disse Angelique, aparecendo repentinamente a seu lado. Ela carregava uma lamparina a óleo nas mãos, e a luz do fogo produzia sombras em sua face, dando-lhe uma aparência sinistra.
- Não estou perturbando os animais - Dulce esforçava-se para não demonstrar medo.

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