capítulo 16

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- Não, Mora - Christopher virou-se para Dulce. - Talvez queira se banhar?
- Gostaria muito! Mas não desejo trazer incômodo.
- Não será incômodo nenhum - assegurou a recém-chegada. - A água para o banho já está sendo aquecida. Agora deve comer bem, pois necessita de mais carne em volta dos ossos. - Mora sorriu, simpática. - Tem certeza de que não há machucados para serem cuidados?
- Alguns arranhões, talvez, mas um banho será suficiente para limpá-los - Dulce notou que Mora não era como os dois homens, pois tinha os cabelos loiros, e sua pele era corada e diferente do branco quase pálido deles.
Christopher puxou uma pequena mesa para perto do leito, e Mora depositou nela a bandeja. Leonard se ergueu e trouxe uma cadeira para si e outra para Christopher. Dulce se sentou na beirada da cama, e Mora passou a servir a refeição.
Enquanto observava a cena, Dulce teve outra vez a forte sensação de que havia algo enigmático naqueles senhores de beleza incomum e olhos estranhos. Ela ainda se perguntou se estariam relacionados a seu clã, mas era improvável, pois se assim fosse já teria ouvido falar deles.
Ao erguer o olhar para fitar o aposento, Dulce concluiu que se tratava do quarto de Christopher, senhor do castelo; isso a incomodou e provocou suspeita. Entretanto, eles haviam salvado sua vida, e ela lhes devia a cortesia de ao menos pensar duas vezes antes de se lançar a conclusões prematuras.
Christopher fez um gesto indicando a refeição, e Dulce começou a se alimentar. Sua comida era diferente da deles; e era bom que o fosse, pois os dois serviram-se de carne praticamente crua, e ela jamais suportara comer carne que não estivesse bem assada. De qualquer maneira, pessoas diferentes tinham gostos diferentes, e ela lembrou de uma tia que só comia vegetais crus.

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