Capítulo 31 - Marcelo

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Isabel abraça Iolanda e afaga seus cabelos.

― Entre querida! Vou preparar um café pra nós.

― Obrigada, Isabel, mas não estou com fome. Emily era tudo pra mim. Minha companheira, minha alegria...

― Eu sei, mas você precisa se manter forte para quando encontrá-la dar um bons abraços nela e apertá-la contra seu peito como toda mãe faz.

Isabel segura na mão de Iolanda e leva para dentro de casa. Eu as sigo com a mala de Iolanda nas mãos e levo para o quarto de hóspedes, depois retorno para junto delas.

Iolanda está desmoronada no sofá e Isabel do seu lado falando sem parar.

― O que a polícia disse Iolanda? ― Eu pergunto e me sento ao lado dela.

― Eles não entram em detalhes, mas dizem que estão seguindo umas pistas.

― Que pistas? ― indaga Isabel e se levanta em seguida. Eu a observo e vejo que esta situação a deixou muito nervosa. Ela é muito sensível e se abala facilmente. Ela parece durona às vezes, mas por dentro é uma manteiga derretida. Ela se compadece facilmente.

― Não sei, Isabel. E eu também não fico perguntando. Eu quero minha filha de volta, não estou preocupada com as pistas, estou preocupada com minha filha.

Isabel me olha e suspira fundo, depois diz:

― Vou prepara um café pra nós. Ontem a Roberta fez um bolo delicioso e disse que era pra saborearmos hoje, já que é a folga dela. Ela sempre tem essa preocupação de deixar algo pronto para nós no fim de semana. Ela é espetacular.

― Precisa de ajuda?

― Não, Iolanda. Fique à vontade com seu irmão.

Eu seguro as mãos de Iolanda e as acaricio devagar. Ela me olha com os olhos marejados.

― O que será de Emily? Por que não entram em contato?

― Não sei. Sinceramente não sei.

Eu queria ter as melhores respostas para lhe dar, mas eu não faço nem ideia do que aconteceu com Emily. Podem ter sido vítima de quadrilha de tráfico de crianças, pode ter sido pega por engano. São tantas possibilidades e nenhuma traz alento.

― O pai dela foi lá em casa ontem. Está desesperado também e disse que contratou um investigador particular. Na verdade não contratou porque não tem dinheiro pra isso. Um amigo dele é amigo de um investigador.

― Entendi. Que bom!

Isabel aparece na sala com uma calça jeans na mão.

― Meu amor, ontem eu te pedi pra colocar esta calça na máquina de lavar roupa. Sabe onde a encontrei agora?

Eu olho pra sua mão e não faço ideia do lugar onde ela encontrou a calça.

― No forno do fogão.

Eu me levanto num sobressalto.

― Não fui. Eu nem peguei nesta calça.

Isabel olha para Iolanda e balança a cabeça, depois vira para mim e diz:

― Tudo bem. Deve ter sido a Roberta. Às vezes ela faz este tipo de confusão.

Ela volta para a cozinha e eu fico perplexo. Realmente não me lembro de ter pego aquela calça. E com certeza eu não colocaria no forno do fogão. Bom, minha cabeça está toda confusa com estes acontecimentos, não tenho dormido direito, mas ainda estou lúcido. Muito lúcido.

Mar de rosas e de espinhosOnde histórias criam vida. Descubra agora