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A semana passou em um piscar de olhos, e quando me dei conta, percebi que já era domingo.

O dia da entrevista de emprego.

Se eu estava nervoso? Nem um pouco. IM também parecia tranquilo.

Desde o ocorrido na casa de Hanbin, Changkyun e eu ficamos mais próximos. Não que a gente tenha se tornado melhores amigos, mas eu não trato mais ele com ignorância. Bom, só às vezes.

Estamos neste exato momento indo para o zoológico, a pé no sol quente, porque aqui tem coragem! Changkyun está do meu lado, cantarolando uma música qualquer que ouviu tocar na rádio; eu o observava.

— O que você tá comendo?

— Chiclete.

— Em casa não tem chiclete, Changkyun. Quem te deu isso?

Ele hesitou por um instante.

— Hanbin.

— Ah... — voltei a olhar para a frente. — Tem mais aí?

— Não, ele só me deu um — virei meu rosto e vi Changkyun tirar o chiclete de sua boca e estender na minha direção. — Você quer?

— Eca!

— O quê?

— Você não sabe que isso é falta de higiene?

— Mas eu vi um casal fazendo isso...

— Então eles são nojentos.

— Eu pensei que isso fosse um gesto de carinho — ri nasalado e balancei a cabeça negativamente.

— Só você mesmo, Changkyun.

Mais alguns minutos de caminhada e chegamos ao nosso destino. Eu já tinha visitado esse zoológico, mas foi há muito tempo, eu deveria ter uns catorze anos na época. Pelo o que me lembro, a entrada principal tinha um enorme portão com barras de ferro, e as paredes eram de tom azul celeste. Hoje tem uma cabine vendendo ingressos em frente a porta, que já não é mais tão grande, e as paredes estão pintadas de uma cor que fica entre azul e verde.

Entramos, e logo tomei um susto: as laterais do corredor estavam preenchidas por aquários com cobras e aranhas. Eu não tinha pensado no meu medo de animais peçonhentos quando resolvi ligar para agendar a entrevista.

— Changkyun — puxei o menino pela gola da blusa, que estava olhando e sorrindo admirado para uma cobra alaranjada — Vamos embo...

— Olá — uma moça me interrompe. — Vocês vieram fazer o teste?

— Sim, mas houve um enga...

— Ah, que bom que chegaram! — interrompeu novamente e bateu palma. — Me acompanhem, por favor.

A mulher virou e começou a andar pelo corredor. Olhei para Changkyun, ele me olhou e pegou em meu pulso, me puxando.

— Eu não quero mais — falei manhoso, tentando puxar IM para o lado oposto, mas ele nem se mexeu.

— Tá com medo, Hyung? — me olhou por cima do ombro esquerdo. — Um homão desses com medo de animais indefesos, não acredito!

— Cale a boca — fiz bico.

Changkyun riu.

— Vem, vai ser divertido.

Cedi e deixei que Changkyun me guiasse para seja-lá-que-lugar. A moça, que usava uma blusa azul escura com "supervisor" escrito atrás, abriu uma porta, deu espaço para que Changkyun e eu passássemos e a fechou logo depois.

E R R O R | JookyunOnde histórias criam vida. Descubra agora