35

1.1K 156 166
                                    

Knock! knock!

— Quem mora aqui? — Minhyuk perguntou assim que bati na porta da casa do Gun. Não tive tempo de responder, pois fui emudecido por um Gunhee completamente sonolento.

— Bom dia — desejou com a voz embargada. — Não tenho interesse em ouvir a palavra do Senhor. Passar bem.

Tentou fechar a porta, mas coloquei meu pé entre ela e o batente. 

— Cara, abre os olhos. Sou eu, Jooheon.

— Jooheon? É você? O que faz aqui a essa hora? 

— Preciso de um favor. O Changkyun, meu namorado, sumiu.

— Minha nossa! — escorou-se na porta e espremeu os olhos. Ele estava meio grogue. — O que posso fazer para ajudar?

— Quando Changkyun e eu viemos trazer o Ti... quer dizer, o Koda de volta para você, nós conversamos sobre algumas coisas, e você comentou que Nita trabalhou para a polícia como farejadora. Como não sabemos o paradeiro dele, será que poderia ir com a gente? Tipo, pra farejar e achar aonde ele está.

Gunhee franziu o cenho e tentou absorver tudo o que eu tinha falado. Ele bebeu muito na festa da noite anterior.

— Se quiserem, podem levá-la. Estou com muita dor de cabeça para sair de casa hoje.

— O quê? Mas...

— Sei que irá cuidar bem da Nita, Jooheon. 

Olhei para Minhyuk, que levantou os ombros, como se quisesse dizer "fazer o quê". Nossa intenção era ir com mais uma pessoa, só para garantir caso Jaeguk desse a louca e resolvesse nos matar com um golpe de taco de beisebol.

Gun nos entregou a cadela e fechou a porta na nossa cara, antes mesmo de conseguirmos agradecer pelo favor.

Entramos no carro e fomos rumo a Kwangshi.

[...]

— Ali! Aquele é o carro do Jaeguk! — meu amigo sussurrou inquieto quando estacionamos num matagal perto do farol. Não havia nada além do farol, da praia, das árvores e do automóvel preto de luxo. — Eles com certeza estão lá dentro. Não precisamos da cachorra para farejar.

— Não interessa, leve a Nita com você. Se o cara tentar algo contra a gente, ela pode atacar.

Minhyuk assentiu, enrolou a coleira no pulso e saiu do carro junto a mim e a cadela.

— Fica quieta! — grunhiu quando Nita latiu. 

— Mudança de planos, Min. Volte para o carro. Eu vou entrar lá sozinho.

— Você tem problema? Não pode entrar lá desse jeito, vulnerável! Você não sabe o que te espera!

— A Nita vai latir, e nós nunca vamos conseguir entrar se fizermos barulho. Faça o que estou mandando. Caso perceba algo de estranho, aí sim você pode agir. Por ora, volte para o carro e fique lá.

Mesmo sendo contra, o loiro obedeceu.

Caminhei até o farol e procurei algum lugar que eu conseguisse entrar sem ser notado. Felizmente havia uma espécie de porta dos fundos, então consegui passar por ela, mesmo sua abertura sendo duas vezes menor que uma porta comum.

O local estava visivelmente abandonado: poeira pra todo lado, utensílios de pesca quebrados, a tinta da parede quase toda descascada e um cheiro forte de mofo. Sem contar, também, no chão de madeira que rangia a cada passo que eu dava. 

Subi as escadas, com medo, pois eu não sabia o que tinha lá em cima. Poderia ser o Changkyun. Ou um fantasma. Nunca se sabe. 

Conforme eu ia avançando, a escada chiava, e fiquei receoso dela desabar por causa do meu peso. Mas não deixei receio ou medo algum me dominar; eu estava lá para resgatar o meu Chang, e eu enfrentaria qualquer coisa por ele.

E R R O R | JookyunOnde histórias criam vida. Descubra agora