O resto do encontro continuou do mesmo jeito que começou: os três conversando normalmente e eu quieto. Changkyun percebeu que eu não estava bem, então, quando acabaram de comer, disse que tínhamos outro compromisso e que precisávamos ir embora. Nos despedimos do Hanbin e, com muito custo da minha parte, do Jinhwan. Ele tinha um sorriso maldoso no rosto. Ele sabia que aquilo que disse anteriormente me afetou. Ele sabia e se divertia com isso.
No caminho para casa fiquei pensando em como não conhecemos as pessoas, e que a qualquer momento elas podem se revelar, seja isso bom ou ruim. Jinhwan se revelou pra mim hoje, e foi da pior forma possível. Ele era uma pessoa horrível, falso e que brincava com os sentimentos dos outros. Hanbin não merecia estar ao lado de um homem assim, e eu não sei como e se devo interferir na relação dele, pois, como o próprio Jinhwan disse, quem era eu perto do amor da vida dele?
Chegamos, e logo Tilly veio ao nosso encontro, abanando o rabinho e se esfregando na minha perna.
— Olá, Tilly — peguei o cãozinho e fiz carinho nas suas orelhas. Ele ficou quieto e me olhou com aqueles olhinhos brilhantes, como se soubesse o que se passava na minha cabeça. Suspirei e o abracei.
— Também quero abraço — Changkyun pediu com um bico nos lábios, igual uma criança.
Ri fraco e segurei Tilly em um braço, estendendo o outro na direção do IM, que sorriu e me abraçou. O cachorro ficou no meio de nós dois, e, pela primeira vez naquela noite, senti algo de bom.
— Que foi, filho? — Changkyun perguntou para Tilly assim que ele começou a se debater. Se afastou, o pegou no colo e riu, sentando-se no braço do sofá.
— Filho?
— Ele é nosso filho, Joo — sorriu. — Nosso filho é lindo.
— Realmente — sorri com a cena de Changkyun ninando Tilly como se fosse um bebê. — Mas eu sou o pai.
— Sem chances. O pai sou eu.
— Não é. Sou eu.
— Sou eu.
— Eu.
— Não. Eu.
— Eu. Minha casa, minhas regras. Sou o pai e ponto final — falei e Changkyun gargalhou. Sua risada era extremamente engraçada, então não me contive e ri junto.
— Ok, pai do Tilly — zombou e soltou o cachorrinho no chão. — Vou tomar banho agora, Joo — sua expressão suavizou aos poucos. Ele levantou e se aproximou lentamente de mim, me olhando com aqueles olhos pretos e profundos que ele tinha, levando sua mão para meu rosto, acariciando. — Vem comigo.
— Tá doido, é? — afinei a voz e me afastei dele. Changkyun riu.
— Sabia que não iria aceitar. Mas eu tô indo, tá? — falou enquanto subia as escadas. — Se mudar de ideia, é só entrar, a porta não vai estar trancada.
— Vá logo, antes que eu chute seu saco — ameacei e ouvi seu riso mais uma vez.
Changkyun sumiu das minhas vistas e eu suspirei. Não conseguia entender como alguém poderia ter dois lados tão diferentes assim. Quero dizer, em um dia, ele é a criatura mais inocente da Terra, que não sabe nem o que é suruba, e em outro é o mais safado possível, dizendo que não se importaria se eu desse meu cu a ele.
Deitei no sofá e encarei o teto, aproveitando o pouco de paz que apareceu agora. Contudo, como nada dura pra sempre, meus pensamentos vieram à tona, e eu lembrei do ocorrido de mais cedo. A insegurança veio, e minha cabeça foi tomada por coisas horríveis. Eu nunca poderia tomar banho junto com Changkyun. Meu corpo é horrível, ele me acharia feio, e eu não quero que ele se afaste de mim. Eu não quero que ele veja meu corpo.
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E R R O R | Jookyun
FanfictionComo seria se você criasse o seu próprio namorado? Seria perfeito! Um homem carinhoso, bonito, inteligente, com todas as características que você gosta. Porém, nem tudo sai de acordo como planejamos. Com Jooheon foi assim. Mas, afinal, um erro pod...