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Era cinco da tarde de sábado e eu estava quase arrancando meus cabelos, que agora tenho dúvida se são brancos porque eu pintei ou porque eu estou muito estressado.

O encontro com Hanbin e Jinhwan era às seis, e eu realmente não sei se conseguiria encarar o baixinho loiro depois do que eu vi naquele dia. Ele estava traindo o meu melhor amigo.

Fui tomar banho, para ficar limpo e ver se a água varria os meus pensamentos homicidas contra Jinhwan. Hanbin ama tanto aquele pivete, e eu não sei como, e nem entendo como alguém pode trair uma pessoa igual a ele.

Changkyun e eu saímos de casa rumo ao shopping. O trajeto foi feito em silêncio, pois eu ainda estava muito pensativo com tudo o que aconteceu. Faltavam quinze minutos para o horário combinado, e como conheço bem o Hanbin, sei que ele irá se atrasar, então fomos para a praça de alimentação, onde seria nosso ponto de encontro.

Comecei a batucar meus dedos na madeira da mesa que Changkyun havia escolhido para a gente sentar. Meus lábios tremiam e meus pés começaram a chacoalhar de um lado para o outro. Com minha visão periférica vi que Changkyun me olhava, mas eu não conseguia o fitar de volta. Eu encarava um vaso de flores enquanto tinha o meu pequeno ataque.

— Hyung, o que há de errado?

— Tudo.

— Tudo o quê? — indagou e colocou uma mão sobre meu ombro. — Joo, estou falando com você — repreendeu quando não o respondi.

— Desculpa — pedi, parando de batucar os dedos e encostando minhas costas na cadeira. — Tô assim por causa daquele assunto.

— Ah... — retirou a mão de mim. — Não precisa ficar desse jeito, Hyung. Isso só piora as coisas.

— Claro que precisa ficar assim, Changkyun! Meu amigo está sendo feito de trouxa por quem ele mais ama. Isso é muito sério — falei tudo embolado, e eu nem sei se Changkyun entendeu. Vou explodir a qualquer momento. — Eu acho que vou vomitar.

— Não! — pegou minha mão e eu tratei logo de a apertar. — Ai! Você é muito forte! — olhei para ele, que continha uma careta fofa no rosto.

— Socorro... — choraminguei baixo e afrouxei o aperto. — Eu tô muito alterado. Changkyun, me acalme.

— Vem, Hyung — puxou meu corpo para mais perto do dele, fazendo com que eu pousasse a cabeça em seu ombro. — Eu vou te fazer esquecer isso, ok?

Changkyun segurou meu queixo para poder me olhar. Assenti minimamente e fechei meus olhos quando vi que ele estava se aproximando. Selou nossos lábios e depois de um tempo pediu passagem para aprofundar o beijo. Ele comandava o ritmo de nossas línguas, e eu realmente não sei como alguém pode beijar tão bem assim sendo que é apenas a segunda vez que faz isso.

— Ora, ora — quebramos o beijo, que eu percebi estar intenso demais pelo estalo que fez quando a boca de Changkyun deixou a minha. Hanbin estava parado do outro lado da mesa, sorrindo e segurando a mão do seu namorado. — Aqui não é lugar para indecências, mocinhos.

Arrastou a cadeira para Jinhwan sentar e logo depois fez isso com a do lado, sentando-se na minha frente. Hanbin parecia mais alegre que o normal naquele momento.

— Oi, meninos — cumprimentou sorridente. — Joohoney, posso roubar o Changkyun de você? É só por um instantinho.

— Não — brinquei. — Mentira, pode sim. Se quiser, pode roubar para sempre.

— É rápido, só preciso trocar uma ideia com ele — sorriu e levantou-se. — Vamos? — olhou para Changkyun, que me fitou, dando um selinho em mim antes de me tirar de seu ombro e levantar.

E R R O R | JookyunOnde histórias criam vida. Descubra agora