Na manhã de sábado, Changkyun e eu estávamos com receio de ir trabalhar: Hyungwon deveria estar furioso. Quando entramos no Café, a primeira coisa que vimos foi ele atrás da bancada, imóvel, como se fosse um manequim.
— Oi... — cumprimentei meio apreensivo.
— Jooheon e Changkyun — falou com a voz firme — , vamos para os fundos, preciso conversar com vocês dois.
IM e eu nos olhamos, e pelo olhar de medo que ele me lançou, percebi o quanto estávamos fodidos.
Seguimos Hyungwon até os fundos do Momo Café, entramos em uma espécie de escritório, lugar que eu nem imaginava que ali existia. Era como um escritório normal, com livros em estantes, uma mesa, uma cadeira grande de couro preto e duas menores, também de couro.
Hyungwon sentou na cadeira maior e fez sinal para que IM e eu fizéssemos o mesmo.
— Por qual motivo vocês me trancaram dentro do depósito? — indagou depois de uns segundos.
— Para você conversar com o Hoseok.
Hyungwon colocou os cotovelos em cima da mesa, enclinou-se na nossa direção e nos olhou por um bom tempo, como a diretora de uma escola faz quando dois alunos aprontam.
— Olha — encostou-se no apoio da cadeira, suavizando a expressão —, obrigado por tentarem me ajudar com ele, mesmo que tenha sido de um jeito bem... peculiar.
— Então não está zangado com nós? — Changkyun falou alto, com os olhos bem abertos e um quase sorriso, segurando as laterais da cadeira, igual uma criança. Hyungwon riu.
— Não. Até porque o plano de vocês não deu tanta merda assim.
— Hmm... — sorri satisfeito. — O que rolou enquanto vocês estavam presos?
— Conversamos, oras — levantou-se. — Eu consegui ficar confortável com ele, então não tive crise de timidez.
— Já é um grande avanço — levantei e IM também.
— Você teve sorte, Jooheon. O plano poderia ter dado errado, e caso desse, você estaria fodido, e não é no bom sentido.
— Quê? — prolonguei o som do ê. — Você teria coragem de fazer alguma coisa com o seu amigão aqui? — abracei ele de lado enquanto caminhávamos de volta para atrás do balcão.
— Você ser meu amigo não significa que eu não posso te colocar no olho da rua a qualquer momento.
Me afastei dele e o olhei incrédulo, fazendo drama. Claro, eu estava apenas brincando.
— Só por causa do plano? Você sabe que Changkyun está envolvido também, não é?
— Eu te conheço há anos, Jooheon. Tenho certeza que esse plano foi ideia sua. Você influenciou Changkyun a participar disso.
— Me sinto caluniado! — agarrei o pulso de IM. — Venha, Changkyun, não se misture com esse caluniador.
— Essa palavra existe? — perguntou rindo enquanto eu o puxava até o balcão.
— Sinceramente? Não faço a mínima ideia, mas se eu falei, então existe.
Changkyun riu.
Ficamos na nossa posição de sempre, só aguardando os clientes para atendermos. Logo o café foi ficando bastante movimentado, o que era comum no horário de almoço de sábado. Trabalhamos bastante, até o horário de pico daqui dar uma sossegada. Demos uma pequena pausa enquanto não tinha ninguém precisando de nós.O dia passou bem rápido, e quando o Café já estava quase para fechar, um grupo de amigos chega. Praguejei enquanto passava um pano molhado em uma das mesas. Esses jovens de hoje, quando estão em bando, sempre causam problemas, inclusive para mim, que agora, por causa deles, iria chegar em casa mais tarde que o habitual.
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E R R O R | Jookyun
FanfictionComo seria se você criasse o seu próprio namorado? Seria perfeito! Um homem carinhoso, bonito, inteligente, com todas as características que você gosta. Porém, nem tudo sai de acordo como planejamos. Com Jooheon foi assim. Mas, afinal, um erro pod...