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Changkyun, Tilly e eu saímos de casa às oito da manhã. Havíamos faltado na faculdade apenas para aproveitar o tempo que ainda restava com o cachorrinho. Changkyun o segurava nos braços, já que não compramos uma coleira, e eu abraçava meu próprio corpo, me xingando internamente por não ter colocado uma blusa de frio.

— Vá, seja livre, pequeno cachorro — Changkyun bradou e soltou Tilly quando chegamos no parque. Franzi meu cenho. Acho que o frio deixou IM meio doido.

Tilly saiu correndo enquanto latia. Se eu fiquei com medo de ele fugir? Claro que sim, mas se fosse o caso, quem teria que ir atrás do cachorro seria o IM. Me recuso a correr com esse vento gelado batendo na minha cara.

Changkyun se sentou no chão, usando como encosto uma árvore que tinha ali. Ele estendeu a mão para mim, e quando eu a peguei, me puxou para sentar em seu colo.

— N-não — me levantei, um pouco assustado. Changkyun tombou a cabeça para o lado, confuso.

— Por quê?

— Eu sou pesado, vou te machucar.

— Nhaaa, que isso — estalou a língua e sorriu, estendendo a mão de novo. — Vem, amor.

— Não m-me chama de amor — ótimo, eu estava gaguejando.

— Eu não chamo mais, mas só com uma condição — bateu em sua coxa.

— Te odeio — grunhi e Changkyun riu, abraçando minha cintura assim que sentei em seu colo.

— Se me odiasse, não estaria aqui agora — sorriu satisfeito.

— Fecha a boca — dei um tapa em seu ombro. — Você calado é um poeta.

Ficamos em silêncio por um tempo, apenas observando Tilly comer grama, como se fosse algo extremamente gostoso. Changkyun me apertou em seus braços quando percebeu que eu tremia.

— Joo? Está com frio? — assenti. Ele retirou seus braços de minha volta, e isso foi como se jogassem um balde de água com gelo em cima de mim. Changkyun tirou o moletom que usava e me ofereceu.

 — Não precisa — recusei. — Não quero que você fique com frio por minha causa.

— Eu não sinto frio. Não tanto como você — colocou o moletom nas minhas costas. — Pode usar.

— Valeu — agradeci, colocando o blusão quentinho no meu corpo. Ele tinha o cheiro de Changkyun, um cheirinho leve e doce.

Encostei minhas costas no tronco de IM e pousei minha cabeça no seu ombro, deixando-o surpreso com essa atitude, mas logo depois ele me abraçou e depositou um beijo casto na minha bochecha ao mesmo tempo em que acariciava minha mão.

Aos poucos o parque foi ganhando movimento, pessoas passavam por ali a todo o tempo, e eu fingia não me importar com os olhares curiosos dos estranhos.

— No que está pensando? — perguntou baixo no meu ouvido. Sua voz grave me causou arrepios.

— Não sei — respondi sincero. Eu pensava em várias coisas, mas ao mesmo tempo não pensava em nada. Isso é confuso. — Obrigado.

— Obrigado?

— Sim — suspirei e apertei a mão de Changkyun, que devolveu na mesma intensidade. — Obrigado por estar sempre comigo.

Ele ficou uns segundos em silêncio, pensando no que deveria falar. Eu não o julgo, afinal, Lee Jooheon tratando os outros sem tom de deboche é algo raro, então deve ter ficado sem reação.

Changkyun agarrou delicadamente meu queixo e fez eu virar minha cabeça em direção a sua. Ele me olhou nos olhos, como se quisesse me desvendar, e eu também o encarei, mas não sei exatamente o que enxerguei nos seus orbes escuros.

E R R O R | JookyunOnde histórias criam vida. Descubra agora