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Depois de conversar com Hyungwon sobre Changkyun e eu trabalharmos lá, combinamos que começaríamos no dia seguinte, ou seja, terça-feira.

Nunca vi alguém começar a trabalhar na terça, mas como nada na minha vida é normal, não dei muita bola pra isso.

Quando as aulas da faculdade daquele dia terminaram, fomos direto para o café. Entramos no estabelecimento e um Shownu sorridente apareceu na nossa frente.

Eu já o conhecia, pois sempre que eu ia ao Momo Café, ao invés de devolver o troco, ele me dava umas balas no lugar do dinheiro. É claro que eu sempre arrumava discussão por causa disso, mas, ao contrário de mim, ele não parecia se importar com nosso passado cheio de tretas.

— Oi — cumprimentou. Sorri forçado e acenei, IM curvou-se, como era de se esperar. — É sua primeira vez aqui? — olhou para Changkyun. — Nunca te vi antes.

— Sim. Na verdade, essa é a segunda vez que venho aqui — respondeu. Ele segurava as mãos atrás das costas, como se estivesse inseguro. Talvez ele tenha ficado assim por Shownu ser extremamente grande.

— Oh, então seja bem-vindo! — sorriu. — Será um grande prazer trabalhar com você. Espero que nos tornemos amigos.

Finalizou e deu uma piscadela. Revirei os olhos e cruzei os braços. Ele ainda era o mesmo galinha de anos atrás.

Changkyun sorriu tímido e concordou.

— Prontos para começar a ralar? — Shownu continuou.

Quem, em pleno século XXI, fala ralar? Pensei.

A verdade é que eu tinha ranço dele, e isso ia muito além da raiva que tomava conta de mim quando ele tentava me passar aquelas porcarias de balas como troco. Era algo a mais, e eu não sei o que é.

Changkyun e eu fomos para o banheiro dos funcionários para trocarmos de roupa, e enquanto eu amarrava a corda do avental em seu pescoço, perguntei:

— O que você achou do Shownu?

— Quem é esse?

Misericórdia.

Já ia lançar um "Você é burro, Changkyun?", mas lembrei-me de que nenhum dos dois tinham se apresentado um para o outro.

— Aquele cara grande que vimos assim que chegamos.

— Ah... Ele foi gentil comigo, mas tem algo nele que me fez ter receio... não sei.

Terminei de dar o laço na corda do avental e virei-me para Changkyun fazer o mesmo com o meu.

— É... ele é estranho — comentei em voz baixa.

— O que te faz pensar isso? — senti a respiração de IM muito próxima da minha nuca, então dei um passo a frente.

— Ele é muito fechado, e isso de alguma forma me incomoda. Parece que nunca vou descobrir quem ele realmente é.

— E por que você quer descobrir quem ele é?

— Ué, Changkyun — virei-me para ele assim que senti o nó sendo finalizado. — Se eu vou trabalhar com ele, devo pelo menos suportá-lo, e pra fazer isso, tenho que, no mínimo, não querer esganar ele o tempo todo.

— Faz sentido.

Saímos do banheiro e fomos para o balcão onde os meninos que trabalhavam aqui geralmente ficavam quando não tinham ninguém para servir.

— Oi — Hyungwon falou e eu me assustei. — Nossa, eu sou tão feio assim?

— Você não pode chegar desse jeito nas pessoas, ok? Isso é desumano — coloquei minha mão sobre meu peito.

E R R O R | JookyunOnde histórias criam vida. Descubra agora