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— Quê? Como assim? 

Minhyuk sugeriu que eu me sentasse e assim o fiz. Eu estava ficando cada vez mais confuso. Não contive minha vontade de roer as unhas, e quando percebi, estava com a mão na boca e com o pé direito batendo impacientemente no chão. 

— Bom, é uma história um tanto complicada — coçou a nuca. Ele estava visivelmente hesitante. 

— Não importa, apenas conte. Eu só quero saber quem é Jaeguk e o que ele tem a ver com o meu Chang.

— Já disse, ele é o proprietário do Changkyun — desviou o olhar e mordeu o lábio. — Então... você se lembra de quando eu dei a ideia de construir um robô parecido com o Hanbin? 

— Lembro.

— A verdade é que eu não construí ele. Mentira, eu contruí, mas não foi pra você — ele se enrolava para me explicar. Estreitei os olhos. — Changkyun não era pra ser seu, e sim do Jaeguk.

— Mas quem é esse? — berrei, irritado com tanta enrolação.

Minhyuk não respondeu, só fez uma cara culpada, o que me deixou irado. Porra, o que custa falar?

— Você sabe que o Changkyun tem... é... Você sabe que ele é bem dotado, né?

Explicou por cima, mas isso foi o suficiente para eu sentir meu corpo borbulhar em raiva.

— Eu não acredito que voce construiu ele para ser um brinquedo sexual — falei entre dentes.

— Não! Eu não criei ele pra ser um brinquedo! — Minhyuk abaixou a cabeça. — E-eu apenas fiz o que Jaeguk mandou. Ele só queria o marido dele de volta...

— Marido?

— Sim. O marido do Jaeguk morreu, e ele estava a ponto de se suicidar quando eu o conheci. Eu não podia deixar isso acontecer, então prometi que iria trazer o amado dele de volta.

Ok, por essa eu não esperava.

— Ele não é pobre, então financiou as pesquisas e tudo o que minha equipe e eu precisávamos para construir o Android. Deu-me uma foto do falecido e disse para eu fazer exatamente igual. É por isso que o Changkyun não tem semelhança alguma com Hanbin.

Tentei absorver tudo o que ele tinha acabado de dizer. Era muita coisa pra minha cabeça. 

— Então eu construí o IM. Exatamente do jeito que Jaeguk quis. Rosto, corpo e personalidade. Estava tudo finalizado, era hora de entregá-lo, mas eu simplesmente não consegui. Eu me apeguei tanto no processo de construção que não quis que ele fosse para longe de mim — suspirou e pude ver lágrimas se formando em seus olhos. — Eu sabia que se deixasse o Changkyun ir com o Jaeguk, eu nunca mais iria vê-lo outra vez.

— Então por que deixou ele ir? Por que não impediu?

— Porque não é assim que as coisas funcionam — aumentou a voz, claramente embargada pelo choro. — Tentei adiar o máximo a partida dele. Eu não poderia fazer isso para sempre, uma hora ou outra ele teria que ir.

— Se você sabia que ele teria que ir, por que caralhos deixou ele ficar comigo? — gritei.

— Porque você precisava!

— Mas agora é pior! Você não percebeu que eu o amo? Como vou viver sem o Changkyun? Você não pensou que eu poderia começar a criar sentimentos por ele quando teve a "brilhante" ideia de empurrá-lo para mim como se fosse apenas uma pessoa para fazer eu esquecer o Hanbin? Hein?

— Por favor, não vamos brigar — bagunçou os cabelos e deitou no sofá, soluçando. — Estou me sentindo muito culpado. Por favor, não faça eu me sentir pior.

E R R O R | JookyunOnde histórias criam vida. Descubra agora