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Changkyun se aproximou das latas de lixo, e eu permaneci encolhido atrás dele.
O barulho cessou. IM esticou o pescoço para tentar ver algo no meio de todo aquele entulho, mas não viu nada.

— Vem, Hyung — puxou minha mão e chegou mais perto das latas, as afastou uma da outra e agachou no chão. — Joo, olhe.

Me abaixei também, procurando o que Changkyun queria que eu olhasse, logo encontrando um pequenino cachorro com a carinha em um saco plástico.

— Nós temos que ajudá-lo — Changkyun enfiou as mãos no espaço entre as latas, sem se importar se aquilo fedia igual um gamba morto. Ele conseguiu pegar, com dificuldade, o cachorrinho, que tentava se livrar do plástico em sua cabeça, chacoalhando-a. — Pronto, amiguinho — sorriu depois de retirar o saco que tanto incomodava o cãozinho.

Me apoiei melhor em minhas pernas para não cair. Estendi minha mão e fiz carinho na orelha do cachorro.

— Ele é tão pretinho — Changkyun riu e o levantou até seu rosto. — Au, au!

— Você está latindo? — ri. — Tá tentando se comunicar com seu novo amigo, Changkyun?

— Ele me entende, Hyung. Olha só — apontou para o cãozinho, que colocou a língua para fora. — Tá vendo.

— Só você mesmo — balancei a cabeça.

— Podemos ficar com ele? — pediu. Levantei as sobrancelhas. Não sei se seria uma boa ideia. — Por favor — insistiu e apertou o cachorro em um abraço. — Ele é bebê ainda, não pode ficar sozinho na rua.

— Changkyun, para de agarrar o coitadinho — peguei ele. — Argh! Que cheiro ruim, cãozinho!

— Ele tava no meio do lixo, Joo.

— Ah, sério? — ironizei.

— A gente pode ficar com ele? — repetiu.

— Olha aqui — apontei para a coleira do cachorro —, ele tem dono.

— G... — murmurou, lendo o que estava escrito no pingente da coleira. — Será que ele chama G?

— Ninguém colocaria um nome desses, Changkyun — rolei os olhos. — Vamos ficar com ele.

IM comemorou e pegou o cãozinho das minhas mãos, chacoalhando de um lado para o outro.

— Não terminei de falar — cortei. — Vamos ficar com ele, mas só até acharmos o verdadeiro dono, ok?

— Tudo bem — Changkyun o ajeitou em seus braços, como se fosse um bebê. Ele realmente não se importava com o cheiro de lixo que o cachorrinho tinha. — Vamos dar um nome a ele.

— Mas você nem sabe se é macho ou fêmea — IM me fitou, olhou o cão e levantou as perninhas dele.

— É macho — sorriu — Que tal Tilikum?

— Que raio de nome é esse? — torci o nariz. — Tilikum não, escolha outro.

— Hmm... — olhou para "G" enquanto pensava. — Tilly!

— Sim, Tilly. Gostei — acariciei Tilly e Changkyun sorriu satisfeito. — Bom, vamos sair de perto do lixo — levantei e ele fez o mesmo.

— Vamos para casa?

— Sim, Changkyun. E quando chegarmos, iremos dar um banho nesse fedidinho — Tilly latiu. — Corrigindo, nesse sujinho. Melhorou, Tilly? — colocou a língua para fora e abanou o rabinho.

— Tá vendo, Joo, ele entende a gente.

— Claro que entende — ri nasalado e entrelacei meus dedos nos de Changkyun.

E R R O R | JookyunOnde histórias criam vida. Descubra agora