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— Não sei como fazer isso, até porque eu nunca me declarei pra alguém... enfim, nós passamos por tantas coisas juntos, Chang, e em tão pouco tempo — passei a mão pelos meus fios e suspirei. — Eu sinto que você é a pessoa certa pra mim. Que é a pessoa com quem quero passar o resto dos meus dias. Com você eu me sinto amado, ninguém nunca cuidou de mim do mesmo jeito que você cuidou. Lembro de quando você me abraçou e me aguentou chorar no dia em que fomos na casa do Hanbin e ele beijou o Jinhwan na minha frente.

Ri nasalado e tomei fôlego para continuar.

— Lembro das vezes em que foi generoso comigo, me cedendo seu moletom para que eu não sentisse frio. Lembro também de quando nos conhecemos, eu te tratava mal, te dava patadas, e você sempre foi gentil e carinhoso. Lembro do dia em que me dei conta de que havia me apaixonado, eu não queria aceitar, porque tinha medo de ser magoado novamente, mas eu sei que você nunca me magoaria, porque você me ama... e eu também te amo... então... você quer namorar comigo?

Sorri torto e olhei para o espelho. Isso estava muito ruim, pareço um idiota. Grunhi e puxei meus cabelos. Que merda! Nada que eu faço dá certo.

Changkyun havia saído, Minhyuk chamou apenas ele para conversar, e eu estava aqui, na frente de um espelho, treinando uma pequena declaração para o Chang.

Era sexta-feira, dia da festa na casa do Kihyun, então decidi que iria pedir IM em namoro lá. Já tinha tudo pronto, comprei alianças de compromisso e um presentinho para ele. Faltava apenas o discurso, e por mais que eu estivesse treinando o que falar, não ficava nem um pouco natural.

O tempo passou voando. Eu comecei a me arrumar depois que Changkyun voltou. Tomei banho e tentei escolher alguma roupa decente. IM me ajudou com as peças, pegando uma blusa preta lisa, calça jeans preta e um tênis, também preto. 

— Pareço gótico.

— Está lindíssimo, amor — olhou-me de baixo para cima, aparentemente orgulhoso das roupas que havia escolhido para eu usar. — Contrastou com seu cabelo rosa.

— Até que não está tão ruim — admiti enquanto olhava para baixo, analisando o que eu vestia. — Preto e rosa é uma bela combinação. Obrigado pela ajuda, ícone da moda.

— De nada, Joo. Vou tomar banho. Você pode ir escolhendo a minha roupa?

Concordei e Changkyun me deu um selinho antes de entrar no banheiro. Suspirei e fui ver as opções que eu tinha. Ainda não sabia o que falar pra ele antes de pedi-lo em namoro. Eu não posso chegar e simplesmente dizer "Olá, namora comigo?". Seria seco demais.

Afastei esses pensamentos e foquei em pegar algo bonito para Changkyun usar. Acabei por escolher uma blusa branca de mangas longas, calça jeans azul claro e tênis branco. Tá ótimo.

Ele se vestiu e, quando deu o horário da festa, saímos de carro rumo à casa de Kihyun.

[...]

Honestamente, nunca havia estado em um lugar tão sufocante. Não que a casa do meu amigo seja ruim, longe disso, mas havia tantas pessoas ali que senti dificuldade em respirar. Por vezes eu acabava soltando sem querer a mão de Changkyun, o que me causava um pequeno desespero. Não posso deixá-lo sozinho com esse tanto de gente estranha.

Quando Kihyun disse que iria convidar a faculdade toda, pensei que ele estivesse zoando. Se duvidar, até as tias da limpeza estão aqui.

— Jooheon? — ouço alguém me chamar.

— O próprio — viro para ver quem era e dou de cara com um Gunhee todo feliz com um copo na mão. — Gun! Tudo bem?

— Tô ótimo, tô tranquilo — riu. Misericórdia, a festa nem começou direito e o indivíduo já está nessa situação. — Vocês não foram ver o Koda, ele está triste e com saudade.

E R R O R | JookyunOnde histórias criam vida. Descubra agora