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— Hanbin! — Jinhwan berrou outra vez, e isso fez com que eu ligasse todos os pontos. Hanbin descobriu tudo. Eu me recuso a deixar esse projeto de piranha magoar ainda mais meu amigo.

— Chega, Jinhwan — rosnei quando segurei seu braço, impedindo que ele fosse atrás de Hanbin.

— Me larga, seu inútil — tentou se desvencilhar do meu aperto, mas sem sucesso. — Você está me machucando.

— Não ligo, é pra machucar mesmo. Você não tem noção do que fez, né? Ele te ama tanto, seu besta, e olha o que você causou. Não tem vergonha, não?

O loirinho parou de sacudir o braço e me encarou, como se tivesse finalmente percebido que todo esse tempo enganando Hanbin foi um grande erro. E era um erro mesmo.

Ele abaixou a cabeça, e quando percebi que não moveria um dedo, o soltei.

— Você vai ficar aqui e eu vou atrás do Hanbin pra tentar consertar essa merda que você fez. Não ouse chegar perto dele de novo, ouviu? Ele não precisa de uma pessoa tóxica como você. 

Não esperei ele responder — se é que ele teria coragem de dizer algo —, corri para fora da casa, rezando para que meu amigo não tenha ido muito longe.

Fui para o meio da rua, completamente deserta, e gritei seu nome. Nada. Nem um som, apenas a música abafada que saía da casa do Kihyun. Suspirei depois de ter olhado para todas as direções possíveis. Hanbin não estava ali.

— Jooheon — ouvi uma voz chorosa sussurrar, mas eu não consegui identificar de onde vinha. — Estou aqui dentro — batucou, fazendo com que um ruído de madeira entrasse nos meus ouvidos.

Andei até o deposito onde Kihyun guardava ferramentas e utensílios para o cuidado da horta que cultivava. Abri a porta e dei de cara com Hanbin sentado no chão, segurando suas pernas próximas ao corpo. Eu conseguia escutá-lo chorando baixo.

— Hanbin — me abaixei e fiquei com os joelhos apoiados no chão. Coloquei minha mão em seu ombro e fiz uma pequena pressão, querendo demonstrar que eu estava ali e que tudo iria ficar bem.

— E-ele me traiu. Eu não consigo acreditar nisso. Ele sempre dizia que me amava. Por que fez isso comigo? — falou tudo embargado e levantou a cabeça para me olhar. Eu não sabia o que dizer naquele momento. Nunca fui bom com conselhos e coisas do tipo. 

— Sinto muito, de verdade — mordi meu lábio e forcei todas as engrenagens da minha cabeça para que eu conseguisse pensar em algo que pudesse ajudá-lo.

— Isso dói tanto. A pessoa que eu mais amo e confio destruiu tudo o que construímos nesse tempo de namoro. Eu nunca pensei que ele fosse ter a coragem de me trocar.

— Sei que deve estar sendo difícil pra você passar por toda essa situação, mas o que realmente aconteceu?

— Depois do ocorrido na cozinha, eu subi as escadas para ir ao banheiro me limpar. Eu não sabia exatamente onde ficava o banheiro, então fui abrindo todas as portas do corredor, até que em um dos quartos vi Jinhwan e o amigo dele se beijando... — Hanbin parou de explicar e fungou, abaixou a cabeça e começou a mexer nos próprios dedos. — Ele me fez de trouxa esse tempo todo.

Senti a sensação de culpa me dominar. Eu deveria ter contado que Jinhwan o traia assim que descobri.

— Preciso te confessar uma coisa... — retirei minha mão de seu ombro para ele não perceber que eu estava começando a suar. 

— O quê? 

— Eu sabia da traição de Jinhwan.

Ao mesmo tempo que senti um peso sair das minhas costas, tive a impressão de ser esmagado pelo olhar triste e confuso de Hanbin sobre meu rosto.

E R R O R | JookyunOnde histórias criam vida. Descubra agora