Demorei pra encontrar alguém como você
Que soube conversar que soube me entender
Então fica perto de mim esse amor nunca vai ter fim [...]Narração por Isabela.
Estive voltada para mim nos últimos dias, isso porque lembrar que havia perdido um ano sempre colocava meus pés no chão. Vez ou outra precisava me lembrar do tempo que estive em coma, caso não eu esqueço da urgência das coisas que preciso resolver.
Não queria morar por muito mais tempo com a minha mãe, não que a convivência fosse um incômodo, mas porque acredito que até mesmo ela precisa da sua privacidade assim como eu. Sonhar acordada sobre o dia que me formaria e começaria exercer a minha profissão não me bastava. Precisava logo começar a viver.
Logo depois que o meu tio Deco retornou para Belo Horizonte, eu e a minha mãe recebemos o convite para viajar com os meninos para o litoral, junto a Beatrice, mãe do Caio e do Felipe se animou para nos acompanhar. Graças a minha mãe que intercedeu, a mãe da Aline permitiu que ela viajasse com a gente.
A caminho da pousada, o Yuri puxou assunto deixando de lado o fato de que a minha mãe e a Beatrice poderiam escutar.
- Você e o Ruan voltaram a se falar? - Ele perguntou prestando atenção na direção.
- Temos conversado. Por quê? - Minha resposta o fez rir.
- Logo imaginei - Balançou a cabeça em negativo ainda com um sorriso no rosto - Aquele beijo foi o quê?
- Nada demais? - Olhei desconfiada - Um beijo na testa não diz muita coisa.
- Não diz? - Ele arqueou uma sobrancelha - Se eu beijo a sua testa antes de sair significa proteção. Não? - Dei de ombros.
- Cada um coloca significado no que quer - Apoiei meu braço na janela e olhei por ela.
- Se ainda não ficaram, não vai demorar para isso acontecer.
Apenas neguei com a cabeça, não era um assunto que estava a fim de discutir com alguém.
- Eu quero saber quem é Bernard, Isabela - Minha mãe mudou o assunto cobrando a minha atenção.
- Ah, mãe... Não sabe já que eu saio vez ou outra com ele? - Falei olhando séria para o Yuri que fingiu que a culpa não era dele - Não é nada demais - Ao olhar para frente vi o carro do Ruan ultrapassar o carro do Yuri.
- Deixa pra lá, Débora - A Beatrice riu - Eles não têm jeito mais não. Minha mais velha também não fala se está saindo com alguém.
- Você tem filha, tia? - Olhei para trás sorrindo - Quantos anos?
- Isabela, pelo amor de Deus! Pelo menos finge que não é uma piranha - Minha mãe tentou conter o riso e eu ri por ver seu rosto avermelhado.
- Mãe eu só estou tentando fazer amizade, que saco! - Virei logo para frente enquanto o Yuri e a Beatrice riam de nós duas.
- Ela é chata - A Beatrice falou - Só gosta de sair com o pessoal da igreja.
- Aí eu cheguei e acabei com tudo - O Yuri cantarolou aleatoriamente, balancei a cabeça em negativo fazendo-o rir.
- Você pode até ser meu genro se for da minha vontade, mas da dela eu acho difícil.
- Por que você não tem critério assim também? - Minha mãe me cutucou fazendo-me rir.
- Deu mole é vapo - O Yuri respondeu por mim, apenas tentei conter a risada.
- Um dia eu vou sossegar dona Débora, fica bem tranquila.
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Onde você estava?
Romance"O que você faria se a sorte parasse de jogar ao seu favor?" é o que Isabela Bernardes pensou ao se dar conta que a sua vida já não era mais a mesma de um ano atrás quando sofreu um acidente de carro que a levou ao coma. Para ela, a mudança para Cur...