Caminhe até o amor ou... Esqueça-o!

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Narração por Caio.

Ninguém soube o que aconteceu entre o Ruan e a Isabela na noite que eles não compareceram na inauguração da boate. O máximo de informação que consegui com a Débora foi que os dois saíram para jantar e o final é que todos do grupo sabem: eles se silenciaram. Não era possível saber se estavam felizes ou não, nem mesmo se haviam ficado. Estavam estranhamente agindo como se nada estivesse acontecido quando claramente algo mudou. Assisti a Isabela preocupada com seus estudos já que em breve faria uma prova de transferência externa, também ela me contava sobre sua rotina, até mesmo sobre os livros que passou a ler para se atualizar na sua área.

Óbvio, eu não queria ver ela presa a um relacionamento que não evolui, mas também me assustava o silêncio. E a minha intuição dizia que dessa vez eles haviam se machucado grosseiramente.

O after dessa vez foi na casa do Yuri. Bernard e Michelle dessa vez nos acompanharam, pensei até que aconteceria algo entre ele e a Isa, mas foi difícil localizar ela tanto na boate que fomos quanto na casa do Yuri que nem era tão grande assim para perder alguém.

— Como vai a mudança? – Perguntei quando o Diego se aproximou e brindou sua cerveja com a minha.

— Não estou me mudando definitivamente – Ele respondeu e deu um gole em seguida.

— É só o que você pensa – Ri indo me debruçar na bancada da cozinha atrás de mim – O que Victória colocou aqui – Toquei o dedo anelar da mão esquerda dele – Você não tira nem com reza braba.

— Não acho que seja tão ruim – Seu olhar cínico me atravessou. Questionei-o com olhar querendo saber mais sobre isso – Ruim mesmo é aguentar meu pai e o doce filho dele.

O Diego seguiu os passos do Ruan e também não entrou em detalhes sobre a briga que motivou ele a sair de casa.

— Você não acha que está muito cedo para assumir uma responsabilidade como essa com ela? – Ele deu de ombros.

Estranhei, mas esse é o Diego. Ele nunca pensa demais sobre algum assunto, mas não costuma cair em cilada. Ele aprendeu a sobreviver de uma forma deprimente ou invejável, depende do ângulo. Entrar e sair de problemas é a especialidade dele e fazer isso sem envolver terceiros é a habilidade que o tempo o ensinou.

— Você não acha que está tarde... – Ele olhou para janela e o sol denunciou que já passava das 6h da manhã – Ou cedo demais – Rimos – Para você me questionar sobre o que eu ando fazendo com a minha mulher?

— Não – Foi a minha vez de dar um longo gole na minha cerveja.

— Logo você que nunca me contou com quem saiu por todos esses anos? – Meu ombro foi tocado por sua mão pesada e então o Diego se arrastou até perto do meu ouvido – Eu sempre te conto tudo e você só tem falado das suas coisas para Isa.

— Ciúmes, esposo? – Gargalhei.

— Fica comigo e eu largo do movimento – Diego riu se afastando.

— Não largou nem pela sua mulher e vai fazer isso por mim sim. Sempre foi meu sonho ser seu – Pisquei sorrindo de lado para ele.

— Se eu pudesse.

Trocamos olhares por algum tempo e mesmo depois de anos essa fala dele não ganhava graça alguma. Ele estava preso a essa situação e não era como se pudesse sair a qualquer momento.

Nem percebi quando a Isabela chegou e se enfiou entre nós dois. Abracei-a pela cintura e encostei a cabeça no seu ombro.

— Já está ruim? – Ela riu esfregando suas unhas na minha cabeça, fracassando completamente no cafuné.

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