Narração por Diego.
No meio de tantas pessoas encontrei a Victória. Ela estava dançando sozinha, mas assim que entrei no seu campo de visão, ela parou o que estava a fazer e me encarou.
Desde o dia que encontrei ela em um dos seus piores dias no chuveiro, ela ia e vinha com muita frequência. Em alguns momentos eu sentia que ela finalmente iria se abrir para mim, enquanto em outros nada tinha sua atenção.
Essa noite, em especial, era uma delas em que eu parecia estar no centro das atenções dela. Suas atitudes me diziam que era para eu me encantar por seus olhos mais uma vez. Por outro lado, algo me segurava e alertava. Talvez eu não devesse me permitir ser consumido de maneira tão intensa pela Victória.
— Você não está cansada? – Envolvi-a em meus braços ao me aproximar.
— Por que estaria? – Ela respondeu mostrando seu sorriso mais lindo e mexeu em seu bagunçado cabelo.
— Já é manhã – Ela olhou para as pequenas janelas daquela garagem e voltou a me olhar.
— E o que importa? – Deu de ombros – Não estou cansada.
— Seu irmão já foi, todos já foram e eu disse que te deixaria em casa. – Ao mencionar a última palavra ela abriu um largo e malicioso sorriso.
— Eu vou embora se você dormir essa noite comigo.
— Noite? – Ri – Acho que essa sua tentativa de chantagem não vai funcionar – Ela não pareceu nenhum pouco desmotivada com aquilo.
Pelo contrário, ela largou seus braços em meus ombros, ficou na ponta dos pés e colou sua boca em meu ouvido.
— Essa é a emoção, Diego. Não percebe que eu quero você?
Parei por um instante pensando em suas palavras, mas estava cansado demais para fazer isso e tudo o que queria naquele momento era cair numa cama.
— Não posso te levar para a minha casa, tem ciência disso, loira? – Disse olhando nos olhos dela.
— E quem falou sobre a sua casa? – Ela bateu a ponta do dedo no meu nariz e selou nossos lábios lentamente – Estou falando sobre a minha.
— Tóia – Olhei de um lado ao outro lembrando bem da discussão que havia tido com o Ruan – Você sabe que as coisas entre mim e o seu irmão não estão boas.
— Que sorte a nossa, parece que eu ando sempre na mesma com meu irmão.
— Não vamos trazer mais complicações. Vamos embora? Estou cansado.
— Por favor, Diego.
Não queria deixá-la sozinha, por mim eu passaria quantas noites fossem ao lado dela. Não interessava se eu iria beijar ou não, a companhia dela me afastava do quão difícil estava lidar com o meu pai e o meu irmão esses dias.
A energia da Victória passou para mim no momento que entramos no meu carro. O som do carro estava chegando ao limite, ela abriu o teto solar e subiu no banco dizendo que gostava de tomar sol pela manhã. Todas as músicas eram cantadas por ela e eu dava voltas pelo quarteirão apenas para ver que ela estava se sentindo bem.
Estava começando a temer ver ela chorando ou se sentindo mal mais do que por mim.
Ao chegarmos em sua casa, ela só silenciou porque pulou em meu colo e logo nossas bocas se grudaram. Ela me entregou as chaves da casa, me indicou qual era a que fechava a porta e tudo isso enquanto sentia seus beijos se misturarem ao meu sorriso. Assim que fiz isso, joguei a chave no sofá, olhei para sua boca, afastei seu cabelo e ali rocei meu nariz enquanto beijava a área num ritmo lento.
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Onde você estava?
Romance"O que você faria se a sorte parasse de jogar ao seu favor?" é o que Isabela Bernardes pensou ao se dar conta que a sua vida já não era mais a mesma de um ano atrás quando sofreu um acidente de carro que a levou ao coma. Para ela, a mudança para Cur...