Seja Minha.

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Kendell Marano Parker.

O friozinho na barriga, ou borboletas no estômago, ou, ah... qualquer porra que eu estou sentindo agora, está me fazendo ficar doida!

Eu preciso desse emprego, senão tenho certeza que a minha vida vai acabar!

Como é a minha vez, me levanto e me direciono a porta onde todas as outras entraram.

Bati-a e entrei assim que ouvi a voz de uma senhora bonita, que aparenta ter uns 40 anos autorizar.

Seus cabelos são pretos com pouquísimos fios brancos amarrados em um coque baixo e elegante, e seus olhos são castanhos escuros, porém mesmo com um sorriso simpático, notava-se que ela já estava cansada.

Ela fez um sinal para que eu me senta-se no sofá, mais confortável e chique que já vi na minha vida, e foi isso que fiz.

- Está cansada, não é? - a questiono e ela solta um suspiro em meio de um sorriso, me fazendo rir.

- Cansada é pouco! - ela confirma sincera.

- Pode relaxar, que eu sou a última! E a senhora vai poder descansar dessa cena chata. - falo e ela ri.

- Bem, o meu nome é Otília, e sou a governanta da mansão, o senhor Blande, me deixou na responsabilidade de entrevistar as candidatas a babá, que é a vaga da qual você está concorrendo. - ela diz e eu assinto.

- O prazer é todo meu! Meu nome é Kendell! - digo e ela sorri esperando eu continuar o meu nome, porém não o faço. - e ela apenas sorri, como se compreendesse.

Compreende nada!

- Então Kendell. Qual é a sua idade? - ela questiona.

- Eu acabei de completar 21 anos de idade. - respondo. Pior aniversário da minha vida, não que eu já tivesse tido melhores, mas ao menos nos outros não fui estuprada.

- Meus parabéns! - ela me felicita sorridente, e forço um sorriso de retribuição. - Bem nova, que bom, para lidar com esses meus meninos é preciso de energia mesmo. - ela diz rindo e eu faço mesmo. - Já foi babá, anteriormente? - ela questiona.

- Não! - respondo e passa o olhar do papel em suas mãos para mim.

- Então, me diga, tem alguma experiência com crianças? - ela questiona.

- Ah, claro que sim! - respondo, me lembrando dos meus ranhosos lá do morro, meus sujinhos do coração, e vejo ela sorrir também com a mesma emoção que eu.

- Tem algum filho, tem namorado, é casada? - ela procura saber.

- Não, não e não! - respondo e ela ri. - Não preciso disso agora na minha vida. Ela anda uma bagunça que só Deus! - não resisto e falo, fazendo-a rir ainda mais.

Se eu contasse, ela choraria comigo!

- Óptimo! - ela diz sorrindo. - Sendo assim, você estaria disponível para morar aqui? - ela questiona.

E, espera?

Isso é alguma brincadeira? Hamn!?

- Isso é alguma brincadeira? Claro que estaria disponível né, 24 horas por dia, todos os dias da semana! - digo até um pouco exaltada e ela ri da minha reacção nem um pouco exagerada.

Mano, viver nesse monstro aqui! Quem negaria? Talvez um pancadinho da carapuça né.

- Então suponho que para viagens, também? - ela questiona rindo, e eu riu fazendo uma cara de "mãezona, o quê que você acha querida! Está de brincadeira?". E ficamos rindo.