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Liam Blande.

- Infelizmente ainda não sabemos do paradeiro dela, senhor. - ele ousa dizer.

- Mas que porra! - esbravejo. - O vosso trabalho é zelar por ela 24 horas por dia. Aonde ela está? - a paciência já não se faz presente no meu tom de voz.

- Lamentamos. - ele clama. - Ela não saiu de dentro do edifício, ao passar da hora, procuramos por ela mas não encontramos qualquer vestígio dela. - ele explica, visivelmente desapontado. - Nas câmeras de segurança, não há nenhum registo dela para além da sua entrada ontem. - ele fala.

E eu sei o quão competente ele é, mas é da minha mulher que estamos falando porra.

Ninguém some do nada.

- Eu quero que iniciem uma investigação imediatamente. - falo e ele assente. - Eu quero gravações de todos os malditos recintos daquela empresa aqui e agora.

Ele assente e se retira.

- Irmão, eu sei que eu deixo saudades, mas eu ainda estou dormindo, porra. - o Loan resmunga do outro lado da linha, me dando a entender que ela não está com ele e ele provavelmente desconhece o paradeiro da Kendell.

- A Kendell sumiu. - constanto, pois com a Jenny, não estaria à essa hora.

- Como assim sumiu? - seu tom fica mais sério e eu passo a mão pelo cabelo tentando buscar calma.

- Estou vindo para aí. - ele fala, após não obter resposta a sua pergunta anterior.

Desligo o celular e ligo para o Dain Louis. Estou pouco me importando com o horário.

- Liam... - a voz do homem de certa idade é sonolenta.

- Louis, lamento ter de contacta-lo a esse horário, é só para informar que mandei uma equipe de investigação à sua empresa. - procuro ser o directo mais educado possível.

- O quê? Porquê? - ele acordou.

- Porque a minha mulher sumiu na sua empresa. - o respondo e ouço ele provavelmente se levantar de sua cama.

- Como assim a Kendell sumiu na minha empresa? Eu não fiquei ciente de nada. - sua voz adquire um tom preocupado.

- Ela sumiu e a equipe de investigação vai até lá. - respondo. - Eu não quero ser rude, mas se aconteceu algo de grave com a minha mulher, eu processarei a sua empresa, Louis. - deixo claro, e o ouço engasgar do outro lado da linha.

- Eu lamento por isso, eu mesmo me encarregarei de verificar pessoalmente o que aconteceu. - ele diz notavelmente abalado. - A Kendell, é uma moça que tem o meu carinho, eu jamais deixaria algo assim passar batido, ainda mais em minha empresa. - ele se lamenta.

Porra, eu estou tão nervoso, desligo o celular.

Kendell Marano Parker.

Acordo sentindo os raios solares batendo na minha cara, me sinto tão pesada.

Abro os olhos, e confirmo que o meu pesadelo é real, esse quarto não é meu, muito menos do chefinho.

Lágrimas se formam, assim que noto que estou literalmente paralisada, não consigo me mexer, não consigo gritar.

Não me sinto, não consigo mexer sequer o dedo!

Vejo a porta sendo aberta e o Gregory entrar sorridente e vestido como um noivo.

- Meu amor... - ele diz vindo até mim, e eu sinto tanta repulsa. Fico ainda mais frustrada por nem sequer poder insulta-lo como deve ser.

- Você está tão bonita. - ele diz me encarando.

Seu lunático!

Ele beija meu rosto, e sinto tanta vontade de vomitar na cara do homem que só Deus.

Ele beija minhas lágrimas.

- Não chore, você voltou para mim Liana. - Liana? Liana é o nome da esposa dele, que morreu!

Ele está me chamando pelo nome da esposa morta?!

Está louco!?

- Vamos, começar tudo novamente. - ele diz, descendo suas mãos a minha blusa de ontem, retirando-a.

Deus não permita que isso me aconteça outra vez...

Parece que a única coisa que funciona por aqui, é o canal de secreção de lágrimas.

Parece que posso produzir um mar na minha cara de tanta lágrima.

Ele puxa a blusa calmamente. Tocando partes da minha pele que estão ficando expostas demais para o meu gosto.

Que nojo!

- Você é tão linda Liana. - ele diz passando o olhar pelo meu tronco apenas coberto pelo meu soutien, agora.

Suas mãos vão para o cós das minhas calças, e sinto um tremor no corpo, fechando os olhos.

Imagens do Chris me estuprando aparecem na minha mente.

Porra, eu nunca fiquei com tanto medo como agora.

Abro os olhos outra vez, e agora sinto as calças deslizarem pelas minhas pernas.

Fico feliz, por estar a sentir elas e ao memso tempo em pânico por estar ficando despida em frente desse homem lunático.

Meu Deus! Como eu não percebi a lunância desse homem antes?

Quer dizer, eu já sabia que ele era estranho, mas não imaginei que fosse tanto.

Só espero que não dê azar essa coisa de chamar uma pessoa viva do nome de uma pessoa morta.

Senão, minha vida ferra de vez!

- Me... sol-ta. - minha língua pesada, finalmente balbuceia alguma coisa.

Seu olhar sobe como uma faísca, ele ficou zangado... é isso?

Suas mãos me carregam, me dando uma visão mais ampla do quarto que eu não consiguia ver, pois pareço uma boneca de pano.

Não consigo sequer virar o pescoço.

Ele me coloca desajeitadamente sentada em frente à uma mesa de maquiagem, tinha uma piruca semelhante a minha cor de cabelo, mas cacheada.

O espelho mostra meu estado lamentável.

Deve ser por isso que o homem quer me colocar maquilhagem.

Eu choro, em silêncio por estar impotente.

Poxa, eu queria ir tanto a casa nocturna que o Loan vai inaugurar hoje!

- Pare de chorar! - ele esbraveja, me assustando.

E levanta meu rosto bruscamente  apontando para um enorme quadro pendurado.

Essa, sou eu?

Não!

Claro que não!

É impossível!

Ela é extremamente e exactamente parecida comigo.

A mulher desse quadro se parece comigo!

- Você estava radiante nesse dia Liana. - ele diz, ainda segurando a minha cabeça.

É estonteante a semelhança, essa é a mulher dele.

A mulher dele é parecida comigo, muito parecida comigo, os cabelos eram um tanto cacheado, tinha pinta de entre as sobrancelhas que eu não tenho, seus olhos eram verdes, os meus oscilam entre verdes azulados e as vezes são acizentados.

Caralho!

Sou tão parecida que chega a ser mais assustador ainda.

- Eu não vou matar você dessa vez. - ele diz e um arrepio corre pela minha espinha e enrola o meu coração.

Foi ele que matou a esposa dele!? Ele parece a amar tanto.

Deus, porquê essas coisas só acontecem comigo?




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