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- Ela vai comigo. - ouço a voz do chefinho, atrás de mim, e minha coluna deu uns arrepios dos caralhos, com aquela voz.

Eu ouvi, o que eu ouvi?

Viro para o encarar. E...

Segura pião...

Olha se o chefinho não é um pedaço de mau caminho.

Filho do capeta.

Uma anja que nem eu, no carro dele? Nem pensar.

Penso sim!!!

- Ah, não é pre... - ele nem me deixa terminar e diz.

- Téo, volte aos seus afazeres. - ele diz e Téo apenas acente e saí.

Ele olha para mim, de cima para baixo, um olhar tão queimante, que acho que ele até adivinhou a cor da minha calcinha.

- Estou esperando você no carro. - ele diz todo autoritário e sai, deixando o seu perfume caro por aqui, e a minha pessoa, paralisada.

Santo Deus!

Corro para a cozinha toda atrapalhada.

- Menina, você vai se atrasar. - a dona Otília diz me vendo.

- Só se for de outra coisa. - digo, pegando uma fruta, que nem sei o nome, coisa de chique é tudo estranho.

- Como assim, só se for de outra coisa? - a Sara questiona.

- Eu estava falando para o Teo me acompanhar para o ponto de ônibus, porque ele disse que não estava fazendo nada. - começo a explicar e elas vão assentindo.

- Daí, ele disse que ia me levar com ele. - digo e elas assentem.

- Tá e daí? - a Joana questiona.

- E daí, que o chefinho apareceu de Nárnia, e dispensou o Téo dizendo que eu ia com ele. - digo e elas começam com os barulhos histéricos.

- E o que você ainda está fazendo aqui Kendell, o senhor Liam está a sua espera. - a dona Otília me chama a atenção.

- É, deixa eu pegar a minha bolsa lá encima. - digo, indo buscar. Respirando umas 50 vezes por segundo.

Hoje o chefinho está nervosinho.

Mas prontos, eu vou subir no carro monstral do chefinho, imagina eu ali, saindo do carro tipo a diva da novela das 9.

Só imagina mesmo, tá Kendell!?

Levo, a minha bolsa. Só não retoco o perfume, porque a gente ainda não é rica e tem que poupar.

Saio, passando pela entrada da sala de jantar.

- Estou indo. - grito para as meninas na cozinha.

- Boa sorte! - elas dizem enquanto eu saio.

O chefinho já estava lá, todo gostosão dentro daquele monstro que chamam de carro. Era um outro que meu Deus...

Que quanto de carro tem aqui?

Respira e inspira... canto comigo enquanto me aproximo do monstro.

- Boa sorte Kendell! - o Téo me diz aparecendo no meio da minha meditação, enquanto me direccionava ao carro monstral.

- Valeu, Teozão! - agradeço já abrindo a porta do carro e entrando.

Oh, carro cheiroso... Como o dono.

Que carro monstro é esse, caralho!?

Se comporta Kendell!

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