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Kendell Marano Parker.

O chefinho, automaticamente também, tomou banho de água fria, e se não é a visão dos gregos, esse homem com o corpo e os cabelos molhados, não sei o que é.

Ele me vestiu um roupão que estava ali nos armários chiques dele, e agora está passando toalha pelo meu cabelo.

Preciso dizer que por dentro estou pulando?

Não né!?

Só não pulo por fora, porque ainda estou tremendo.

Do nada, sinto algo quente, subir bem rápido pelo meu peito, e corro directamente para o lavabo do chefinho, vomitando, meu estômago está dando até nó.

Sinto a mão do chefinho segurar meus cabelos molhados no alto da cabeça, para evitar que eu vomite neles também.

E estou incrédula.

Só não falo, porque minha boca está ocupada.

- Senhor? Precisa de ajuda? - ouço a voz da dona Otílinha de longe.

Deve estar no quarto.

- Traga uma canja, e comprimido para indisposição. - ouço ele respondendo calmamente, enquanto eu acho que vou vomitar minhas tripas.

Ouço a porta fechar.

- Acabou? - ele questiona assim que eu paro de vomitar, e agora seu tom de voz era meio preocupado.

E eu pensando que ele ia me berrar por estar vomitando no lavabo chique de rico dele.

- Acho que sim. - respondo com a voz mais fraca do que esperava.

A água já jorrava desde que comecei a vomitar, porque a torneira chique tem sensor e a água sai automaticamente.

Então lavei meu rosto e fui bocejando, até não sentir mais o gosto ruim na minha boca.

- Senhor? - é a voz da dona Otílinha batendo na porta do banheiro e ele abre.

- Kendell, você está pálida demias. - ela diz.

- Trouxe o que pedi? - ele a questiona,  enquanto saímos de dentro do banheiro.

- Trouxe, a Sara subirá com a canja. - ela responde.

- Óptimo, acho melhor ajuda-la a vestir.  - ele responde e ela assente.

Vejo ele ir ao closet dele, de certeza para se vestir também.

- Porquê você tinha que ter bebido tanto hein Kendell? - ela questiona com a voz preocupada.

- Nem foi tanto assim, mas acho que não estou habituada. - respondo.

- Vamos vestir, antes que você fique resfriada. - ela diz quando chegamos a cama master do chefinho, aonde estava o meu belo conjunto de fato de treino bege e minha calcinha.

Não precisei da ajuda dela para vestir claro, mas o vômito me deixou bem fraca.

- Bem que eu sabia que aquela surra foi demias para que você estivesse sóbria. - a Sara comenta rindo comigo, enquanto entra.

- Eu não estava bêbada.  - vou logo a corrigindo.

O chefinho entra no quarto, saindo do closet dele, já vestido e gostoso para léu léu.

- Precisa de mais alguma coisa senhor? - a dona Otílinha questiona.

- Sara, me traga um café puro, por favor. - ele pede e a Sara assente se retirando. - Os meus filhos já estão dormindo? - ele questiona a dona Otílinha.

- Já estão sim. - a dona Otílinha responde e ele assente. - Com licença. - ela diz saindo também.

-  Está se sentindo melhor? - finalmente seus olhos azuis de predador encontram os meus.

- Estou sim, obrigada. - respondo e minha cabeça está fervendo para pensar em um obrigada decente. - Desculpa por ter vomitado no seu lavabo. - digo e ele ri, mas seu riso era com certa ternura.

Meu coração já estava derretido há uns bons minutos.

- É melhor você tomar essa canja, antes que esfrie. - ele diz puxando a bandeja na minha direcção.

Nem contradigo, porque comida, a minha barriga sempre agradece.

Seu celular toca, enquanto eu estou comendo e ele se levanta, saindo do quarto.

O Liam, baralha o meu pobre cérebro, eu nunca sei o porquê das coisas que ele faz.

Penso que é por isso, meia volta aparece uma Alicia e mostra que é por aquilo.

E é melhor eu sair daqui com a canja da dona Otílinha, ir tomar comprimido lá embaixo, antes que aconteça alguma besteira, que eu estou proibida de cometer.

- Kendell? - sua voz de sete trovões se faz presente no quarto, assim que eu pego a bandeja da canja.

- Você podia avisar que ia entrar, eu quase deixei cair a bandeja de susto. - falo, acalmando o coração e ele ri.

- Bem, aqui é o meu quarto, não faz muito sentido eu bater nele antes de entrar. - ele responde, entrando, e depositando uma sacola chique encima da cômoda que fica por baixo da TV enorme fixada na parede.

- Então obrigada pela hospitalidade e todo o resto, mas eu já vou para a cozinha. - respondo e ele vinca a testa intrigado.

Porra de beleza absurda.

- E porquê? - ele questiona se aproximando de mim, pegando a bandeja das minhas mãos.

- É suposto eu dormir no seu quarto? - questiono, enquanto o vejo depositar a bandeja aonde estava anteriormente.

- E porquê não? - ele se volta para mim, com um sorriso bem malicioso.

Merda!

- Porque não. Nunca mais na minha vida ficarei fechada no mesmo local que você. - respondo.

- Você está agora. - ele diz sarcástico, se aproximando mais de mim.

- Estou saindo. - digo me afastando, mas ele pega o meu braço me puxando para ele, outra vez. - Me solta, o que você quer agora? - questiono.

- Você. - ele responde, com os olhos de predador fixos nos meus.

- Eu, e a Maria Joana. - respondo ironizando. - Me solta Liam, o que mais você quer de mim? Já não bastou afastar as pessoas mentindo que eu sou sua noiva? - questiono me recordando.

- E porque merda, você ousou dizer que eu sou sua noiva? Foi por causa do Gregory? - questiono indignada.

- Porque você é minha. - ele diz, com a droga do sorriso dele de lado.

- Você é um idiota. - digo ainda tentando puxar meu braço de sua mão, mas ele é forte. - Porquê você me trata assim? Porquê gosta de brincar comigo? - questiono cansada de vez, e por algum motivo, lágrimas queriam vir à tona.

- Eu não estou brincando com você. - ele diz, depois de uns segundos de silêncio, afastando da minha cara alguns fios de cabelo. - Droga, Kendell. - ele esbraveja frustrado.

Seu olhar sondava a minha face, e o meu fazia o mesmo.

Pior é que o homem é tão bonito, que a raiva desaguenta em segundos.

- Não era para ser aqui e nem agora, mas você é teimosa.  - ele diz, e eu não consigo ler a expressão facial e tonal dele.

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