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Liam Blande.

Após, ter anunciado a minha breve viagem aos meus moleques, e perder grande parte do tempo do meu pequeno-almoço, escutando os benditos presentes que eles queriam que eu trouxesse para eles, parti para a minha empresa sede.

De onde não se faz mais nada, a não ser trabalhar.

No meio de uma apresentação em que os arquitectos estavam fazendo sobre a planta da minha futura filial, meu celular vibra.

No visor, aparece o nome da directora do colégio dos meus filhos.

Meu instinto de pai foda, logo se aguçou.

- Desculpem, preciso atender. - digo, e sem esperar resposta deles atendo, me retirando da sala.

- Boa tarde senhor Blande! - posso quase me enjoar, escutando a directora velha deles, tentando fazer uma voz sedutora. Tal como vêm, foi uma tentativa falha.

- Boa tarde, senhora Gianni. - não deixo transparecer, o quão achei ela patética.

- Oh, querido já disse para me chamar apenas de Louisa. Me chamar de senhora me faz sentir velha. - ela diz, e eu dessa vez reviro os olhos, "mas é o que você é" .

- Pois. Aconteceu alguma coisa com as crianças? Preciso que seja breve. Estou em meio a uma reunião. - digo impaciente. Odeio quando as pessoas dão rodeios desnecessários.

- Desculpe-me... - ela diz desconfortável. - Bem, a Kelly brigou com uma colega, e a menina teve que ir parar a enfermaria. Então exigimos a sua presença aqui. - Kelly, Kelly. Ser pai é algo extremamente complicado.

- Tudo bem. Até logo! - digo.

- Até logo! - reviro os olhos. Essa senhora quando liga, nunca significa algo bom.

Suspiro.

E adentro na sala.

- Me desculpem. Tenho um assunto por resolver agora. Podemos continuar a apresentação por vídeo-conferência. - digo.

- Como quiser, senhor! - eles dizem se levantando. E saem me saudando.

Após o cerimonial todo, tive que pegar meu carro e partir de imediato para o colégio.

Nunca vi criança mais terrorista que a Kelly. Teremos que conversar seriamente.

Assim que chego ao colégio. Após passar pela portaria da escola.

Entro e vou em direcção a directoria.

Encontro os meus filhos sentados nas cadeiras de espera, lá de fora da directoria.

- O que a maluca da vossa irmã fez agora? - pergunto guardando a calma e suspirando e eles riem.

- A mesma coisa de sempre, né pai! - o Hugo responde rindo junto com o Heitor, achando graça.

- Dai-me paciência. Eu não pensava ver de novo essa directora de vocês tão cedo. - digo e eles riem.

- E vê que ela hoje até passou bâton. - o Heitor goza. E eu inevitávelmente riu.

Meus filhos não prestam.

- Oh, senhor Blande. - ouço sua voz me chamar e os pestinhas lá rindo da minha cara as escondidas. - Pode entrar. - ela diz, e eu entro, vendo a autora do atraso do meu trabalho, sentada na cadeira lá, bancando a inocente olhando para mim.

Eu conheço bem a filha que tenho.

- Sente-se, por favor! - a directora diz e assim faço. - Então senhor Blande, sei bem que é um homem bastante ocupado, mas tínhamos que tomar providências quanto ao comportamento da Kelly. Ela agrediu a coleguinha de classe, de modo com que a mesma fosse parar na enfermaria. - a directora diz enrijecendo seus lábios enrugados e esticando os peitos para fora, e eu suspiro frustrado.

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