31. O primeiro beijo

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— Gorro, me conta um segredo.

— Um segredo?

— É...Qualquer coisa...

— Bom, o meu segredo preferido é saber que a melhor parte do meu dia é quando eu venho te ver. Eu me acordo mais feliz, tenho deixado o meu trabalho mais de lado e corro na estrada para te encontrar dançando. Quando não consigo chegar a tempo, fico pensando em como te impressionar. É uma tortura ver que o tempo passa tão depressa por aqui – respirou fundo – Que bom que perguntou! Eu não sabia quando deveria dizer.

A jovem ficou de boca entreaberta. Sem reação por alguns segundos.

— Me fala alguma coisa – ele pediu.

— É um bom segredo mesmo.

Chegaram próximo à mansão em completo silêncio. Gorro já havia se arrependido de ter confessado o que sentia. Quando o carro parou, ela olhou para ele com muita timidez e disse:

— A melhor parte do balé é quando você chega para me buscar. Eu gosto da sua segurança, do seu jeito de se preocupar comigo. Eu gosto tanto de você que às vezes sinto o coração doer. Outro dia, quando não o vi por uma semana, tive febre. O que deve ser isso?

Ele sorriu aliviado, segurou o rosto dela com as duas mãos e se aproximou o bastante para dar o primeiro beijo. Ana estava pronta, mas ele desistiu.

— Posso te levar num lugar especial?

— Acho que está ficando tarde...

— Eu prometo que voltamos antes de escurecer.

Ela aceitou, sem imaginar que seria levada para um alto. De lá, podia-se ver toda a cidade. O sol estava se pondo, horário em que uma espécie rara de pássaros passava em bando rasgando o céu alaranjado.

— É lindo!

— É por isso que deveria ser aqui – respondeu Gorro, puxando levemente a jovem pela cintura e dando o tão esperado primeiro beijo.

Ana de Luz e o Circo da Alegria Onde histórias criam vida. Descubra agora