35. A segunda fuga

35 9 18
                                    


Na manhã seguinte, a terra dos Rosenlonks recebeu quatro visitantes em belos cavalos, logo depois do almoço.

— Quem são eles? - perguntou Gorro pensando alto.

— Conheço o de cabelo ruivo! É Marcus, o sobrinho do dono do Circo Blefuscu! - disse Ana.

— Que diabos estão fazendo aqui? - perguntou severo, entrando rapidamente na tenda e colocando uma pistola escondida na cintura – Não venha comigo! - ordenou à esposa.

— Boa tarde, senhor! Meu nome é Marcus e esses são os meus amigos. Somos do Circo Blefuscu. Viemos nos consultar com as ciganas.

— Elas não estão trabalhando esta hora – dispensou o homem.

— Senhor, viemos de longe. Somos ciganos. Por favor, abra uma exceção. Compartilhamos da mesma fé...

— Será um prazer atendê-los – interrompeu Carmélia, enquanto se aproximava com as outras primas.

— Está tudo bem para o senhor? - perguntou Marcus.

— Elas já decidiram.

Gorro voltou para tenda como um louco e saiu chutando cadeiras e quebrando vasos.

— Isso não vai ficar assim! Eu mando aqui!

— Calma, Gorro! O que aconteceu?

— Estou sendo desrespeitado! Não quero ninguém passando por cima das minhas ordens! - gritou – Não admito ser questionado!

— Pare com isso! Você não é Deus! Pare de quebrar as coisas! — começou a chorar - Gorro! Estou cansada! Você me fez tantas promessas... Olhe como estamos! Você enlouqueceu!

Ele deu um tapa forte no rosto dela - foi a primeira vez.

— Seja mais grata! Estou cansado do seu choro. Você era tratada como lixo quando te conheci. Eu fiz um grande favor! - disse, a deixando sozinha.

Ana estava soluçando de tanto chorar. Quando Gorro saiu para ver como se comportavam os visitantes do Circo Blefuscu, a jovem pegou um cavalo no estábulo e fugiu. 

Ana de Luz e o Circo da Alegria Onde histórias criam vida. Descubra agora